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Mapa atualiza oportunidades para as regiões Sul, Centro-Sul, Campanha e Fronteira Oeste
Oportunidades identificadas em 2023, como uma nova fábrica de celulose na região e a instalação de biorrefinaria, começam a sair do papel. Conheça 16 iniciativas com potencial de alavancar o desenvolvimento dessa parte do Rio Grande do Sul
Por Eduardo Torres
Potenciais identificados no Mapa em 2023, como uma nova fábrica de celulose e a transformação de uma biorrefinaria, começam a sair do papel. Conheça 16 iniciativas que podem alavancar o desenvolvimento dessa parte do Rio Grande do Sul.
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Potenciais identificados no Mapa em 2023, como uma nova fábrica de celulose e a transformação de uma biorrefinaria, começam a sair do papel. Conheça 16 iniciativas que podem alavancar o desenvolvimento dessa parte do Rio Grande do Sul.
1. Fabricação de celulose e plantações de eucalipto
O item foi identificado no Mapa Econômico do RS de 2023 e agora volta com iniciativas concretas. Uma nova fábrica de celulose da CMPC, em Barra do Ribeiro, será o maior investimento privado já feito no Rio Grande do Sul, com aporte de R$ 24 bilhões. A produção de celulose branqueada da multinacional, por sua vez, vai demandar aumento da área plantada de eucalipto na região. A silvicultura também garante fornecimento de produtos de madeira, especialmente pellets, e de resinas. A partir da atualização dos critérios para licenciamento de novas áreas para o plantio de eucalipto, pinus e acácia negra no Rio Grande do Sul, o setor espera atrair até R$ 3 bilhões em investimentos, com aumento de pelo menos 50% do plantio.
- Encruzilhada do Sul, Barra do Ribeiro, Rio Grande, São José do Norte (indústrias)
- Encruzilhada do Sul, Piratini, São José do Norte, Butiá, São Gabriel (plantio eucalipto)
2. Do petróleo aos biocombustíveis
O projeto de transformação da Refinaria Riograndense em uma biorrefinaria, em Rio Grande, tende a transformar a economia local em direção a um viés mais limpo em relação à produção de combustíveis. Produtos como óleo de soja, sebo de gado, óleo de cozinha residual e até o plantio de canola tornam-se opções ao petróleo. Já em Minas do Leão, no Centro-Sul, a produção a partir de resíduos sólidos passará a gerar biogás para abastecer todos os setores da economia, inclusive os caminhões que transportam o lixo. Há ainda a perspectiva de desenvolvimento de alternativas à produção carbonífera em Candiota, resultando em metanol, hoje considerado elemento fundamental aos biocombustíveis e, por isso, importado. Outra nova oportunidade está na Bacia de Pelotas, na costa, com o avanço do projeto para a extração de petróleo no mar.
- Rio Grande, Minas do Leão, Candiota e o Mar na altura de Pelotas
3. Energia eólica
O maior potencial eólico do Estado está entre as regiões Sul e Fronteira Oeste. Neste ponto do Estado, mais de 60% da energia eólica já instalada concentra-se entre Santana do Livramento, Santa Vitória do Palmar, Chuí e Rio Grande. Entre os novos projetos para mais de 80 parques eólicos, 21 municípios dessas regiões esperam receber iniciativas. Há ainda 20 projetos de parques eólicos offshore (no mar) em estudos ao longo da costa do Litoral Sul.
- Santana do Livramento, Santa Vitória do Palmar, Chuí, Rio Grande, Pinheiro Machado, Uruguaiana e na Costa no Mar, na altura de Rio Grande
4. Energia limpa com sol e biomassa
O caminho da transição energética do Rio Grande do Sul passa, necessariamente pelas regiões Sul, Centro-Sul, Campanha e Fronteira Oeste, apontadas como mais propícias para geração fotovoltaica e a partir de biomassa. Ainda não respondem por 5% da energia gerada no Estado, mas despontam como potenciais investimentos fundamentais para o futuro. Em Minas do Leão e Candiota, há geração de energia a partir de resíduos sólidos urbanos, e outro caminho para obtenção de biomassa tem sido as cascas de arroz, com projetos milionários em Itaqui e Uruguaiana. Na área da energia solar, há projetos de grande porte em execução em Candiota e Camaquã. Entre Barra do Quaraí, Dom Pedrito e Uruguaiana estão algumas das maiores usinas fotovoltaicas gaúchas.
- Minas do Leão, Candiota, Itaqui, Uruguaiana (biomassa)
- Candiota, Camaquã, Barra do Quaraí, Dom Pedrito, Uruguaiana (solar)
5. Hidrogênio verde
Apontado como a grande aposta do Rio Grande do Sul na transição energética, a produção de hidrogênio verde ainda depende da concretização dos maiores projetos de geração de energia eólica no território gaúcho e em alto mar, porque depende de fontes de energia 100% limpas. Há 12 memorandos assinados por empresas interessadas junto ao governo estadual e, em Rio Grande, junto ao porto, há expectativa de que, já neste ano, seja possível avançar com pelo menos um projeto de planta-piloto.
- Rio Grande, Uruguaiana, Dom Pedrito, Santa Vitória do Palmar
6. Fertilizantes
Rio Grande concentra seis plantas industriais de produção e distribuição de fertilizantes, um polo que promete estar no alvo de futuros investimentos em tecnologia e pesquisa para que o agro avance em relação à adaptação e resiliência, com maior eficiência na área de plantio, em meio a mudanças climáticas. E isso envolverá o impacto da própria indústria de fertilizantes, que hoje garante a maior parte da movimentação de importações do Porto de Rio Grande. Há possibilidade de que este polo avance em direção a Candiota e Lavras do Sul, onde existem projetos com carvão e fosfato para a geração de matéria-prima a estes produtos.
- Rio Grande, Candiota, Lavras do Sul
7. Usinas a gás natural e soluções para o carvão
A transição energética está em debate, e o setor de geração de energia termelétrica a partir de combustíveis fósseis, mesmo apontado como responsável pela maior parte das emissões de gases do efeito estufa na região, está mobilizado para aumentar seu tempo de produção e investir em modernização dos métodos, reduzindo o impacto ambiental da produção. São os casos das duas usinas a carvão ativas em Candiota. Em Uruguaiana, há uma usina movida a gás natural, e um projeto a ser executado em Charqueadas. O projeto de usina a gás do Grupo Cobra, em Rio Grande, ainda não é considerado descartado.
- Candiota (usina carvão)
- Uruguaiana, Charqueadas, Rio Grande (usina gás natural)
8. Produção cimenteira para atender ao avanço da construção
A produção a partir do carvão em Candiota mobiliza o setor cimenteiro gaúcho. Neste ano, o município recebeu o anúncio da segunda planta de produção de cimento usando as cinzas do carvão, e há perspectivas de uma terceira planta. O setor de construção civil, especialmente no momento de reconstrução do Rio Grande do Sul, está em fase de aquecimento, e há crescimento na demanda.
- Candiota
9. Produção siderúrgica mais limpa
A Gerdau concentra em Charqueadas a sua produção de aços direcionados à indústria automobilística cada vez mais limpa, exigindo aços mais leves e nobres. Toda a produção é proveniente de reciclagem de sucatas, que colocam a indústria gaúcha na vanguarda da produção sustentável, com um padrão de emissões 10 vezes menor do que a média mundial. A empresa responde por 100% das exportações de Charqueadas. A Gerdau finalizou, em 2023, aporte de R$ 250 milhões na modernização da planta. Há expectativa de que inicie o processo inédito de desmonte de plataformas da Petrobras no Estaleiro do Porto de Rio Grande, para uso como sucata pela Gerdau.
- Charqueadas, Rio Grande
10. Arroz e soja
A rotação de solos entre o arroz e a soja tem rendido, conforme o Irga, ganhos produtivos às duas culturas que se tornaram tradicionais na região, além da redução do impacto ambiental da produção agrícola. A pesquisa envolvida no plantio tem evoluído e deve garantir maiores investimentos no futuro, como forma de adaptação às mudanças climáticas. Como resultado desta melhoria nos padrões produtivos, a indústria de beneficiamento do arroz e de processamento de soja e arroz em óleo, por exemplo, volta suas atenções para a região.
- Uruguaiana (arroz), Santa Vitória do Palmar (arroz, soja), Itaqui (arroz, soja), Alegrete (arroz, soja), Dom Pedrito (arroz, soja), São Gabriel (soja), São Borja (soja), Sant'Ana do Livramento (soja)
- Pelotas, Camaquã, Itaqui, Uruguaiana, São Gabriel, Alegrete (indústria)
11. A pecuária do Pampa
A resposta da pecuária bovina entre as regiões Sul, Centro-Sul, Campanha e Fronteira Oeste à marca de um dos setores que mais contribuem para as emissões de gases do efeito estufa no Estado tem vindo com pesquisa e valorização do gado criado no Pampa. O envolvimento de entidades como a Embrapa no desenvolvimento de pasto, com a cobertura de solo mais eficiente, e no convívio entre a produção pecuária e outras culturas, tem rendido maior captura de carbono nas propriedades. E há ainda o avanço genético que garante a carne diferenciada e reconhecida com um selo próprio na região. A tendência é de maior reconhecimento no mercado para a criação única, aliada à preservação do bioma.
- Alegrete, Santana do Livramento, Uruguaiana, Dom Pedrito, Rosário do Sul, São Gabriel
12. Portos e logística
O papel dos portos de Rio Grande e Pelotas tende a ser ainda mais importante do ponto de vista logístico e de novos negócios a partir da implementação da Hidrovia do Mercosul, que ligará o Uruguai ao Sul gaúcho a partir da Lagoa Mirim. A perspectiva é de que a movimentação de cargas na nova rota praticamente duplique, especialmente nas áreas florestal, de fertilizantes e de contêineres. A Portos RS tem investido na melhoria tecnológica dos portos para garantir agilidade de competitividade às operações. Há ainda perspectivas de investimentos em nova estrutura portuária em Barra do Ribeiro, a partir do aporte da CMPC, assim como Rio Grande e Pelotas, além de maiores desembolsos nas melhorias estruturais da hidrovia gaúcha, pela Lagoa dos Patos.
- Rio Grande, Pelotas, Barra do Ribeiro
13. Infraestrutura rodoviária
A região recebeu garantia de R$ 1,4 bilhão em investimentos para obras pelo Novo PAC. Projetos que prometem transformar alguns pontos, especialmente o Sul, com obras como a ponte entre São José do Norte e Rio Grande e a finalização da duplicação da BR-116 entre Guaíba e Pelotas. O pacote de investimentos inclui ainda pontes, trens, barragens e aeroportos.
- Uruguaiana, Itaqui, Rio Grande, São José do Norte, Jaguarão, Cristal, Pelotas, Caçapava do Sul, Dom Pedrito, Bagé, Lavras do Sul, São Gabriel
14. Inovação, saúde e educação potencializam a economia local
A pesquisa e a inovação estão presentes em toda a cadeia produtiva das regiões. No Sul, consolida-se entre Pelotas e Rio Grande um polo de saúde e biotecnologia. E há ainda o desenvolvimento de tecnologias para a operação do Porto de Rio Grande. Entre a Campanha e a Fronteira Oeste, destacam-se as relações entre as universidades e instituições como a Embrapa e o Irga, com os produtores rurais no desenvolvimento de processos mais eficientes e limpos para a agropecuária. Entre universidades e polos tecnológicos, são pelo menos seis na região.
- Pelotas, Rio Grande, Bagé, Alegrete, São Gabriel, Santana do Livramento, Uruguaiana
15. Cidades resilientes atraem a construção
As duas principais economias da região têm experimentado um mercado aquecido para a construção civil. Somente em Pelotas, nos últimos três anos, foram R$ 2 bilhões em lançamentos imobiliários. Uma construção que já sai do papel com o perfil de cidades mais resilientes e com metas, como em Rio Grande, arrojadas para redução de emissões de gases do efeito estufa. A região inova com planos de resiliência urbana, que mostraram eficiência, por exemplo, nas respostas das cidades ao avanço das cheias de maio.
- Pelotas, Rio Grande
16. Caminhos abertos para o turismo
Na transformação do município para a “economia azul”, cada vez menos poluente, Rio Grande investe para se tornar um ponto de atração turística estruturado para os cruzeiros marítimos que passam pela costa. O projeto inclui a potencialização não apenas da cidade, mas da região, como em São José do Norte e Pelotas. A região também fortalece cada vez mais o olivoturismo e o enoturismo, com novos e importantes investimentos, como a recente ativação do Trem do Pampa, em Santana do Livramento. E há ainda o turismo de convívio com a Lagoa dos Patos, em locais como Arambaré e Tapes.
- Rio Grande, São José do Norte, Pelotas, Candiota, Caçapava do Sul, Santana do Livramento, Dom Pedrito, Arambaré, Tapes