Desde julho deste ano, quando tiveram autorização da Aneel para iniciar a operação comercial da geração de energia elétrica, as primeiras unidades do Parque Eólico Coxilha Negra, em Santana do Livramento, começaram a produzir energia a partir do potencial de ventos da região.
Cada aerogerador tem 125 metros de altura, pesa mais de 1.300 toneladas e possui potência instalada de 4,2 MW. Em agosto, chegou a 23 o número de aerogeradores em operação no empreendimento da CGT Eletrosul - braço da Eletrobras.
Quando estiver a pleno, o parque eólico no município da Fronteira Oeste terá três conjuntos de usinas com 72 aerogeradores, e uma capacidade instalada de 320 MW.
Não é à toa que Santana do Livramento vivencie em tempo real a transição energética vislumbrada pelo Estado. É o local do maior projeto de energia eólica da CGT Eletrosul em execução atualmente, demandando R$ 2 bilhões em investimentos. Na região, há o que os especialistas consideram uma verdadeira mina de vento.
O Coxilha Negra será o maior complexo de geração de energia a partir do vento, mas já há outros dois em operação. O resultado se vê nas contas públicas do município e na movimentação da economia local. Hoje, Livramento é considerado o 31º município em retorno de ICMS no Rio Grande do Sul.
A própria CGT Eletrosul já opera desde 2011 o Complexo Eólico Cerro Chato, com capacidade instalada de 138 MW, e, desde 2015, o Parque Ibirapuitã, de 163,2 MW. Agora, durante as obras do Coxilha Negra, são 530 trabalhadores oriundos de municípios gaúchos.
Do ponto de vista das contas do município, os dois atuais parques eólicos começaram a gerar retornos de impostos em 2019, após o período de isenção, e, no último ano, representaram R$ 1,1 milhão diretos nos cofres do município que recebeu R$ 52,3 milhões em retorno de ICMS.
Dados do governo municipal indicam, porém, que, diretamente, os atuais parques representam somente 3% da arrecadação, mas servem como molas propulsoras de outros setores. Os preços para aquisições de áreas em Santana do Livramento, por exemplo, triplicaram desde o primeiro ciclo de energia eólica no Rio Grande do Sul, e não baixaram mais.
No campo, os parques eólicos representam mais recursos aos produtores rurais que negociam as suas áreas, gerando movimentação do setor de serviços de Livramento. Setores como supermercados, áreas gastronômica, hoteleira e imobiliária são apontados como em pleno aquecimento.