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Publicada em 03 de Setembro de 2024 às 18:02

Serra Gaúcha busca retomada e aposta em inovação e sustentabilidade

Produção de vinho é uma das atividades que passa por transformações; enoturismo é outro eixo de desenvolvimento

Produção de vinho é uma das atividades que passa por transformações; enoturismo é outro eixo de desenvolvimento

Cesar Silvestro/Aprovale/Divulgação/JC
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Guilherme Kolling
Guilherme Kolling Editor-chefe
O projeto Mapa Econômico do Rio Grande do Sul entra na segunda temporada com novos desafios. Além da difícil tarefa de fazer uma radiografia da diversidade da atividade econômica gaúcha, outros fatores serão considerados com mais atenção neste levantamento.
O projeto Mapa Econômico do Rio Grande do Sul entra na segunda temporada com novos desafios. Além da difícil tarefa de fazer uma radiografia da diversidade da atividade econômica gaúcha, outros fatores serão considerados com mais atenção neste levantamento.
O tema ambiental já estava no foco, considerando que buscamos retratar uma economia em transformação, em que um dos pilares dessa mudança é a busca por sustentabilidade. Agora, pode-se dizer que a questão ganha ainda mais atenção após a tragédia climática que atingiu o Estado.
Assim, dois eixos estarão em destaque nos cinco capítulos do Mapa Econômico 2024:
1) oportunidades de desenvolvimento em uma economia que se transforma em busca de mais sustentabilidade;
2) desafios para a retomada econômica do Rio Grande do Sul após as enchentes de maio.
O segundo conteúdo especial da série Mapa Econômico neste ano aborda as regiões Serra, Campos de Cima da Serra, Hortênsias, Vales do Paranhana e do Caí. O recorte reúne cinco das 28 microrregiões do Estado denominadas Coredes (Conselhos Regionais de Desenvolvimento), de acordo com organização da Secretaria Estadual do Planejamento estabelecida há 30 anos.
Muito industrializada e empreendedora, essa parte do Rio Grande do Sul foi bastante afetada pelas enchentes de maio. Além dos efeitos trágicos na vida das pessoas, a infraestrutura foi bastante impactada. Enquanto a região trabalha pela retomada econômica, percebe-se uma transformação gradual, que tem como eixos a inovação e a sustentabilidade.
E as mudanças climáticas aceleram essas iniciativas. Nesta edição, diversas reportagens mostram ações voltadas ao meio ambiente. Na produção vitivinícola, por exemplo – uma das cadeias produtivas mais tradicionais da região –, já há trabalhos buscando a produção do vinho do futuro, com mais manejo no cultivo da uva, cobertura permanente do solo, irrigação, precisão e monitoramento meteorológico constante.
Paralelamente, busca-se reduzir o uso de produtos químicos e a pegada de carbono, incluindo aí a parte industrial. A busca por sustentabilidade também abre mercados no exterior e está na agenda do polo metalmecânico, com diferentes iniciativas de gigantes da região, como Tramontina, Randoncorp e Marcopolo.
Como disse o empresário Clovis Tramontina ao projetar a retomada da Serra durante o painel realizado pelo Jornal do Comércio, “nós vamos nos reerguer, mas é preciso inovar”.
Além do polo moveleiro, calçadista e de confeções, outro eixo importante do desenvolvimento local é o turismo, seja na Região das Hortênsias, seja o enoturismo no Vale dos Vinhedos e entorno. A recuperação já está acontecendo, mas lideranças locais são unânimes ao destacar a importância da infraestrutura para a retomada, desde a normalização e melhoria das estradas até a reativação do aeroporto da Capital.
Tal como ocorreu no debate da Região Norte, na Serra também já se defende uma convergência para unir esforços em torno de um aeroporto de referência para a região – no painel promovido pelo Mapa, a tese foi de fortalecer o atual terminal já em operação em Caxias do Sul.
Mais uma vez, esse trabalho mostra a importância da visão local sobre o desenvolvimento do Estado. A tarefa de radiografar toda essa riqueza e diversidade é ambiciosa, mas nos propusemos a enfrentar o desafio porque está em linha com o trabalho do Jornal do Comércio, o diário de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
De certa forma, esse Mapa Econômico do RS pode servir de metáfora ao nosso trabalho cotidiano. Ao publicar matérias sobre novos negócios e empreendimentos diariamente, o JC está fazendo um raio-X da economia gaúcha a cada edição.
No Mapa Econômico, esse trabalho constante, de formiguinha, é feito no levantamento de informações de órgãos públicos, relatórios de governos, estudos de entidades empresariais, além de centenas de entrevistas. Paralelamente, até o fim deste ano, estamos realizando cinco encontros regionais para ouvir as lideranças locais do Rio Grande do Sul dos mais diferentes setores.
Todo esse acúmulo de informações é analisado e publicado em cinco especiais, um para cada região, em que buscamos trazer indicadores da economia do Rio Grande do Sul. O caráter de formulação está em apresentar informações novas ao grande público, permitindo pensar e projetar o desenvolvimento econômico do Estado.
Isso é possível através de um trabalho de jornalismo de dados, em que juntamos e analisamos informações, em alguns casos publicadas ao longo do tempo isoladamente. A partir dessa “visão da floresta”, de conjunto dos dados, conseguimos trazer esse panorama de cada região.
Dados são estratégicos para nortear decisões e saber onde estamos e para onde vamos. É o objetivo desse projeto Mapa Econômico do Rio Grande do Sul: trazer novos indicadores, tão importantes para uma visão de futuro. Identificar oportunidades e ver os desafios.
De novo, dividimos o Rio Grande do Sul em cinco grandes regiões, conforme semelhanças e proximidade geográfica. Desta vez, começamos pelo Norte, menos atingido pelas cheias, seguindo agora para a Serra, e depois para Região Sul, parte Central, fechando na Região Metropolitana.
Também estamos visitando novas cidades, a fim de ter mais pluralidade de visões. Se, em 2023, estivemos em Caxias do Sul, desta vez o evento da Região da Serra ocorreu em Bento Gonçalves, em 15 de agosto, com a participação de mais de 200 lideranças. O mesmo já havia ocorrido na Região Norte, onde estivemos em Passo Fundo em 2023 e, neste ano, em Erechim, no dia 18 de julho.
Seguiremos a fórmula em outras regiões – na Região Sul, fomos a Pelotas no ano passado, e no próximo dia 17 de setembro, realizaremos o evento em Rio Grande. A sequência até o fim do ano ainda prevê painéis em Santa Maria e em Porto Alegre.
Acompanhe!
 

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