Os doces da Bom Princípio Alimentos têm ganhado o Brasil e o mundo com a participação cada vez mais frequente em feiras do setor. Uma estratégia, também, para garantir a expansão da marca. Pode parecer contraditório, mas o que a Bom Princípio Alimentos tem levado a todos os cantos é justamente a tradição da produção de doces do Vale do Caí.
Os doces da Bom Princípio Alimentos têm ganhado o Brasil e o mundo com a participação cada vez mais frequente em feiras do setor. Uma estratégia, também, para garantir a expansão da marca. Pode parecer contraditório, mas o que a Bom Princípio Alimentos tem levado a todos os cantos é justamente a tradição da produção de doces do Vale do Caí.
Não se trata de uma indústria com um século de história, mas, como garante o gerente de Marketing da Bom Princípio Alimentos, Marcelo Altenhofen, o relacionamento com os produtores rurais da região, fornecedores para a produção, segue muito próximo e exclusivo. "Muitas vezes ainda recebemos goiabas, por exemplo, entregues de trator aqui na fábrica. São frutas produzidas no Vale do Caí e na Serra. Ao todo, mantemos uma relação muito próxima com 500 famílias produtoras, e muitas delas têm a Bom Princípio como única cliente", explica.
Por isso, a preocupação com os efeitos extremos do clima no agro gaúcho tem mobilizado a empresa. A Bom Princípio garante assessoramento aos produtores em relação às melhores técnicas de manejo de pomares, por exemplo.
Hoje experimentando um crescimento médio de 25% ao ano, com faturamento previsto de R$ 200 milhões para 2024, a Bom Princípio emprega 290 funcionários diretos. E tudo iniciou em 1996, em uma mesa, em Bom Princípio. A tábua era a forma de medir a produção de uma receita alemã de chimia de uva.
A mudança, e o crescimento exponencial, começou em 2009, quando instalou-se em Tupandi. Hoje, a produção está concentrada em 15 mil m2. Em 2023, investe R$ 15 milhões para a expansão de mais 5 mil m² na fábrica e em um centro de distribuição em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana.
Em Tupandi, são quatro unidades produtivas. Uma dedicada às frutas, com a confecção de geleias, chimias e pastas, outra às conservas, a terceira aos produtos à base de leite, e a quarta, aos chocolates. Esta última é que tem garantido, inclusive, boa parte da expansão no Brasil, com a venda de recheios para o setor de padarias e confeitarias.
"Hoje produzimos em torno de 1 mil toneladas de produtos por mês, mas a nossa capacidade é o dobro disso, porque estamos vendo o mercado sempre cinco anos na frente", aponta Marcelo Altenhofen.
É também a tradição que garante o prestígio aos chocolates produzidos em Gramado, na região das Hortênsias. E disso, como garante a Florestal, produtora de doces que adquiriu as marcas Planalto e Caracol Chocolates - duas das mais tradicionais marcas artesanais -, não abre mão.
O chocolate produzido artesanalmente em Gramado tem identificação geográfica reconhecida e, desde 2023, oito marcas locais já foram certificadas com o selo. Desde então, há aumento nas vendas.
Pensando neste aquecimento do mercado, os planos de investimento da Florestal incluem a ampliação da loja-boutique da Caracol, que passará a contar com três pisos. No primeiro, uma loja renovada, no segundo, um restaurante e, no terceiro, um pub roof top.