Laboratórios movimentam nova cadeia produtiva química em Montenegro

Indústrias já operam no novo Polo Químicio no Vale do Caí

Por Eduardo Torres

A Tanac é um dos símbolos do objetivo de tornar o município uma referência na produção de tanino
Depois de 50 dias com a produção parada pelos prejuízos provocados pela cheia do Rio Caí de maio em seus laboratórios, a Tanac, empresa instalada em Montenegro e um dos símbolos do objetivo de tornar o município uma referência estadual no setor químico, retoma a produção a pleno do tanino, obtido a partir da casca das acácias, e dos seus usos como insumo químico aos mais diversos setores da economia.

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Economia circular toma forma no novo Polo Químico de Montenegro

Mapa Econômico do RS 2024 - Serra - Proamb
E se os investimentos industriais em Montenegro fazem tomar forma um novo polo produtivo no Estado, este pacote de aportes também inclui a economia circular, que é parte fundamental para garantir a produção sustentável.
Estão previstas para iniciarem em 2025 as obras para criação da maior central de disposição de resíduos industriais do Estado, também no município, com capacidade prevista para receber até 10 mil metros cúbicos de resíduos da indústria a cada mês.
O projeto é da Fundação Proamb, que surgiu no final da década de 1970 justamente como uma solução para as indústrias de Bento Gonçalves, na Serra, que precisavam garantir uma destinação correta ao que sobrava da produção. Foi criada a central de resíduos em Pinto Bandeira, e a atuação da Proamb hoje vai muito além daquele polo industrial de Bento.
São 3 mil clientes que buscam na fundação, reconhecida desde o ano passado como uma instituição de ciência e tecnologia pela Finep, não apenas para a disposição do seu lixo, mas uma solução para que a cadeia produtiva siga girando.
"Não há desenvolvimento industrial sem geração de resíduos, seja em maior ou menor quantidade, a questão é como a indústria conseguirá seguir crescendo, tendo de escoar corretamente este resíduo. Somos hoje uma auxiliar da indústria nos processos de descarbonização. A partir da central de resíduos de Pinto Bandeira, o resíduo é enviado à nossa unidade de coprocessamento e blendagem, em Nova Santa Rita, onde aquele resíduo é transformado em combustível alternativo para a indústria cimenteira. Uma opção muito menos poluente, e com menor taxa de emissões, do que os combustíveis a base de petróleo", afirma o diretor industrial da Fundação Proamb, Gustavo Fiorese.
O resultado é que hoje a Proamb é um dos maiores players da América Latina no segmento de coprocessamento para geração energética. Entre as suas unidades, em Bento Gonçalves, a Proamb conta com um setor de engenharia e de laboratório. De acordo com o gestor de novos negócios da Proamb, Diego Tarragô, o objetivo é tornar esta estrutura um centro de pesquisas referencial na área de transição energética e de soluções ambientais.
"A futura operação em Montenegro será estratégica para o desenvolvimento do Polo Químico e Petroquímico da região, sobretudo pela Proamb apresentar um pacote de soluções para estes setores, como, por exemplo, o coprocessamento e a recuperação energética dos seus resíduos", resume a gerente comercial da Proamb, Caroline Couto Pereira.
Segundo Tarragô, ainda há um longo caminho para que o setor industrial gaúcho garanta melhorias concretas nos seus indicadores ambientais.
"Atuamos na Serra e, embora a região esteja entre as mais avançadas do Brasil, a maioria das indústrias ainda não tem um plano próprio de economia circular. Temos uma grande oportunidade de avançar neste sentido no Rio Grande do Sul", aponta o gestor de novos negócios.
Em alguns estados, por exemplo, a renovação de licenças ambientais já é condicionada a determinados índices de reaproveitamento de materiais, como embalagens.
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