A partir de Igrejinha, no Vale do Paranhana, onde surgiu a empresa na década de 1970, a Calçados Beira Rio, hoje uma das maiores fabricantes de calçados do Brasil, agora mira no mercado externo. De acordo com o CEO da empresa, Roberto Argenta, hoje as exportações representam 17% do faturamento. A meta é chegar a 25%.
A partir de Igrejinha, no Vale do Paranhana, onde surgiu a empresa na década de 1970, a Calçados Beira Rio, hoje uma das maiores fabricantes de calçados do Brasil, agora mira no mercado externo. De acordo com o CEO da empresa, Roberto Argenta, hoje as exportações representam 17% do faturamento. A meta é chegar a 25%.
E para isso, aponta Argenta, nem mesmo as cheias de maio, que invadiram a planta industrial instalada em Roca Sales, no Vale do Taquari, fizeram a empresa mudar seu plano de investimentos.
"Neste ano, estamos desembolsando em torno de R$ 30 milhões com a construção de depósitos para matérias-primas e produtos e em máquinas mais modernas, que nos permitirão ampliar a capacidade de produção", diz o empresário.
Hoje, entre as suas 11 unidades no Estado, a Beira Rio tem capacidade para produzir 520 mil pares por dia. E a expectativa é chegar, no final deste ano, a uma capacidade de 600 mil pares diários.
"Temos um preço competitivo, muita qualidade no nosso produto e o design faz a diferença. E quando exportamos as nossas marcas, e não para outros fabricantes, estamos exportando todo o nosso conceito de inovação e sustentabilidade desenvolvido aqui. Por isso, hoje já estamos presentes em mais de 100 países, especialmente na América Latina", aponta Argenta.
Há pelo menos cinco anos, as marcas fabricadas pela Beira Rio são presença garantida em feiras internacionais do setor. No Vale do Paranhana, a atuação vai além da produção de calçados. De acordo com Roberto Argenta, a empresa mantém parceria com a prefeitura local para dragagens constantes no Rio Paranhana. Ação que, talvez, tenha minimizado os efeitos da cheia em maio.
Ainda assim, de acordo com o Sindicato das Indústrias de Calçados de Igrejinha, o estrago foi pesado para o setor. A estimativa foi de prejuízos de até R$ 100 milhões, especialmente em indústrias fornecedoras, que produzem materiais como palmilhas e outros acessórios. Estragos também foram relatados em empresas calçadistas de Três Coroas e Parobé.
Conforme a Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), entre o Vale do Paranhana e a Serra estão concentradas 616 indústrias do setor. Em 2022, elas teriam produzido mais de 37 milhões de pares de calçados.
O alerta provocado pelos eventos climáticos reforçou o papel que o setor calçadista desta região tem como celeiro de ações de sustentabilidade que se reproduzem em outras regiões do país.
Na Beira Rio, por exemplo, é a partir desta região que o projeto de reaproveitamento dos retalhos de palmilhas para a produção de novas palmilhas e de materiais para pontos de venda avança. Hoje, os resíduos, que incluem os retalhos restantes, alimentam o projeto mais ousado na área da sustentabilidade da empresa, com o fornecimento destes resíduos para a geração de energia, por meio da tecnologia de pirólise – gera gás de síntese e carvão para serem usados em geradores elétricos das próprias plantas da Beira Rio. A indústria já não envia resíduos para aterros e tem um plano de, até 2030, garantir a certificação de origem sustentável a todos os fornecedores da sua cadeia produtiva.
_ Vale do Paranhana e Serra concentram 616 indústrias do setor calçadista que, em 2022, produziram 37 milhões de pares de calçados.
_ Destacam-se neste setor: Parobé, Igrejinha, Três Coroas, Farroupilha, Nova Petrópolis.
Fonte: Abicalçados