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Publicada em 21 de Agosto de 2024 às 21:18

Melhoria genética de rebanhos ajuda na sustentabilidade da produção de leite

Produção da Santa Clara é dividida em 50% leite longa vida e 50% queijos e outros derivados

Produção da Santa Clara é dividida em 50% leite longa vida e 50% queijos e outros derivados

Santa Clara/Divulgação/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
O caminho para a produção mais sustentável e para a manutenção do alto índice de produtividade leiteira - com uma meta de redução de 30% na emissão de gases do efeito estufa no campo -, na Cooperativa Santa Clara, começa no laboratório.
O caminho para a produção mais sustentável e para a manutenção do alto índice de produtividade leiteira - com uma meta de redução de 30% na emissão de gases do efeito estufa no campo -, na Cooperativa Santa Clara, começa no laboratório.
Pioneira na utilização de inseminação artificial de vacas leiteiras, desde a década de 1950, a cooperativa aprimora ainda mais essa seleção para garantir maior produtividade, com rebanhos menores e menor necessidade do uso de recursos naturais para a produção.
"Nosso departamento técnico seleciona touros para a melhoria genética dos rebanhos nas propriedades, faz a avaliação das vacas e o genoma de cada uma delas é analisado para encaminharmos a melhor inseminação e garantirmos produção maior, com excelência", explica o diretor administrativo e financeiro da Cooperativa Santa Clara, Alexandre Guerra.
O chamado Projeto Genoma foi iniciado em 2016, de forma piloto, com 100 animais em dez propriedades. Com um rebanho de 48 mil vacas em lactação, a cooperativa mantém parceria com um laboratório nos Estados Unidos para essa análise detalhada até o aprimoramento genético dos rebanhos que, na Serra, têm características próprias.
"Estamos em uma grande montanha, então, este gado precisa ser mais resistente. Em geral, a raça holandesa é a que predomina nas propriedades da região", aponta Guerra.
Com uma rede de 2,3 mil produtores de leite em 130 municípios, a Santa Clara estima que 20% deles tenham tido perdas graves nas cheias e deslizamentos de maio e, em 50% das propriedades, as perdas foram moderadas. A preocupação da cooperativa não está relacionada, necessariamente, com o rebanho, mas com a manutenção da produção nestas localidades. As perdas de solo podem levar até cinco anos para uma recuperação plena.
Ainda assim, a cooperativa mantém de pé o seu plano de investir R$ 28 milhões neste ano. O principal investimento é direcionado para erguer um novo e amplo centro de distribuição em Carlos Barbosa, que possibilitará ampliar a produção entre as três indústrias de laticínios e o frigorífico de suínos.
"Hoje, a nossa estrutura conta com sete centrais de distribuição pequenas. Agora, poderemos expedir grandes volumes a partir das empresas, com uma capacidade de armazenamento duplicada", explica o dirigente.
A produção da cooperativa é dividida em 50% de leite longa vida e outros 50% com queijos e outros derivados. Ao todo, a capacidade de processamento atual é próxima de 800 mil litros de leite por dia. No frigorífico, são 500 suínos abatidos diariamente.

Produção de leite e moinhos na região

Principais laticínios
 Carlos Barbosa (Cooperativa Santa Clara)
 Nova Petrópolis (Cooperativa Piá)
 Taquara (Dielat)
 Boa Vista do Sul (Laticínios Steffenon, Languiru)
 Bento Gonçalves (Bento Gonçalves)
Fonte: Sindilat
Produção de leite em municípios
 Carlos Barbosa
 São José dos Ausentes
 Bento Gonçalves
 Boa Vista do Sul
 Nova Petrópolis
Fonte: Secretariada Agricultura
Principais moinhos
 Caxias do Sul (Orquídea)
 Vacaria (Moinhos Vacaria)
 Antônio Prado (Moinhos do Nordeste)
 Bento Gonçalves (Isabela)
Fonte: Abitrigo
Produção de trigo em municípios
 Muitos Capões
 Esmeralda
 Vacaria
Fonte: IBGE
 

Moinhos apostam no aprimoramento da produção de matéria-prima

Mapa Econômico do RS 2024 - Serra - Orquídea

Mapa Econômico do RS 2024 - Serra - Orquídea

Orquídea/Divulgação/JC
É também no aprimoramento da produção da sua matéria-prima que os moinhos, produtores de farinha de trigo, apostam. O gerente de marketing da Orquídea, Marcelo Tondo, conta que a empresa acompanha as pesquisas da Embrapa para o desenvolvimento de um grão especial de trigo para panificação no RS, como é desenvolvido na Argentna. Em 2022, a safra de trigo aqui foi tão boa que a empresa optou por reduzir a importação.
A empresa, de Caxias do Sul, é um dos quatro grandes moinhos de farinha na Serra, e passa por crescimento. Hoje, a Orquídea processa 1,7 mil toneladas de trigo ao mês. A perspectiva é, no fim do ano, ter capacidade para 2 mil toneladas. Resultado do plano de investimento de R$ 200 milhões - R$ 60 milhões só neste ano.
Nas operações na Serra, o investimento abarca duas novas linhas para biscoitos. Uma para a produção de laminados - embalagens com oito biscoitos -, que já está operando, e outra, que deve ser finalizada este ano, para biscoitos moldados.
Na busca por sustentabilidade, opera desde março um moinho, em São Paulo, dedicado à farinha orgânica. A ideia é trazer o produto para o Sul, com o estímulo à produção de trigo 100% orgânico, que hoje só acontece no Sudeste.

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