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Publicada em 20 de Agosto de 2024 às 16:13

Com inovação criada no RS, empresa produz tênis mais leves e menos poluentes para o mundo

Embora sejam fabricados no Ceará, tênis esportivos são concebidos por profissionais em solo gaúcho

Embora sejam fabricados no Ceará, tênis esportivos são concebidos por profissionais em solo gaúcho

Vulcabrás/Divulgação/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
É em Parobé, no Vale do Paranhana, que tomam forma os projetos de sustentabilidade da Vulcabras, que produz tênis esportivos de marcas como a Olympikus. A produção industrial é feita no Ceará e na Bahia, mas no Rio Grande do Sul, onde nasceu a empresa, como salienta o CEO Pedro Bartelle, está a mente da Vulcabras, no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento.
É em Parobé, no Vale do Paranhana, que tomam forma os projetos de sustentabilidade da Vulcabras, que produz tênis esportivos de marcas como a Olympikus. A produção industrial é feita no Ceará e na Bahia, mas no Rio Grande do Sul, onde nasceu a empresa, como salienta o CEO Pedro Bartelle, está a mente da Vulcabras, no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento.
"É muito difícil termos uma produção 100% sustentável, mas somos uma das empresas mais sustentáveis do mundo neste setor. Todos nossos tênis são produzidos com energia limpa, nada vai para o lixo, o que sobra da produção e da reutilização, é enviado para coprocessamento e usado em estradas. Com isso, temos conseguido, por exemplo, reduzir custos com solados e praticamente zerar desperdícios", explica Bartelle.
Em seu relatório de 2023, a Vulcabras calcula ter reduzido em 1,4 kt a emissão de gases do efeito estufa no ano passado em relação a 2022. Ações como o reaproveitamento de EVA nos solados dos tênis evitaram o descarte de 679 toneladas do produto no ano passado. Foram ainda ampliadas em 33% a reintrodução de plásticos na cadeia produtiva. De acordo com o CFO da empresa, Wagner Dantas da Silva, 30% dos produtos da Olympikus hoje têm reuso de materiais.
"Desde o briefing para o desenvolvimento destes produtos, como o material que será usado para garantir maior eficiência na formatação química de um solado, por exemplo, tudo é desenhado e planejado em Parobé", explica Silva.
De acordo com Bartelle, são 1,2 mil pessoas atualmente trabalhando no CPD, que está equipado, inclusive, com uma fábrica de amostras e testagens de produtos.
"Tudo o que está disponível no mundo, hoje temos em materiais e máquinas aqui", garante o CEO.
É claro que, para os seus tênis considerados de elite no mundo das corridas, não é possível a reutilização de materiais, mas nem por isso a sustentabilidade no desenvolvimento do produto fica em segundo plano. Hoje, por exemplo, o chamado Corre Supra tem uma base com 213 gramas. Há 10 anos, um modelo deste tipo pesava pelo menos o dobro.
"Aí o trabalho é feito no desenvolvimento de materiais mais leves e sustentáveis. Trazer leveza com estabilidade, contando com a expansão dos materiais é o segredo. No Corre Supra, temos uma placa de carbono, coberta com grafeno e a borracha desenvolvida em parceria com a Michelan, em uma mistura que garante maior expansão e leveza. E há ainda a parte superior do tênis, com teares retilíneos, que tecem o tênis em formato de meia. Quase não tem sobras", conta Pedro Bartelle.
Com investimentos acumulados de R$ 37 milhões em Parobé nos últimos 12 meses, a Vulcabras também produz tênis para as marcas Mizuno e Under Armour. De acordo com Bartelle a perspectiva é de crescimento de 5% no faturamento este ano.

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