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Publicada em 20 de Agosto de 2024 às 15:13

Confecções do Vale do Paranhana apostam em lingeries e roupa fitness

Além do mercado interno, Grupo Crisdu trabaha também para o exterior – exportações representam 30% das vendas

Além do mercado interno, Grupo Crisdu trabaha também para o exterior – exportações representam 30% das vendas

Grupo Crisdu/Divulgação/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
Em média, um a cada quatro dólares exportados a partir de Igrejinha, no Vale do Paranhana, no primeiro semestre deste ano, é resultado da venda de lingeries e de peças de roupas fitness. É a demonstração na estatística da economia da região sobre a importância não apenas de exportar o que é produzido aqui, mas também vender lá fora um modelo de negócio desenvolvido a partir da região, e que não para de crescer.
Em média, um a cada quatro dólares exportados a partir de Igrejinha, no Vale do Paranhana, no primeiro semestre deste ano, é resultado da venda de lingeries e de peças de roupas fitness. É a demonstração na estatística da economia da região sobre a importância não apenas de exportar o que é produzido aqui, mas também vender lá fora um modelo de negócio desenvolvido a partir da região, e que não para de crescer.
"Acertamos muito bem no produto. São confecções que pensam no corpo da mulher latina, com compressão sem deixar marcas na mulher, destacando as curvas do corpo, e agora, além da América do Sul, estamos expandindo para Portugal, como uma porta de entrada para a Europa, e o México. A nossa ideia é expandir o nosso modelo, que consiste em produzir e gerar uma oportunidade de empoderamento e geração de renda às nossas revendedoras", explica a diretora financeira do Grupo Crisdu, Tatiana Moser.
As vendas para o exterior hoje respondem por 30% do faturamento do grupo.
Com a marca Romance, o Grupo Crisdu vende as suas mercadorias em consignação, para revendedoras em todo o Brasil e na América Latina. Já a marca Fantasia, representa o setor comercial do grupo, com a venda por catálogo, para lojas físicas. Hoje, explica Tatiana, são mais de 200 mil revendedoras (99,9% mulheres) da marca. Uma política que também é percebida internamente na empresa. São 1,2 mil funcionários e 60% de mulheres nos cargos de liderança.
"Nossa relação com as consultoras é sempre a de mostrar que esta é uma alternativa para melhorarem a vida e serem capazes de gerar renda", conta a diretora.
O negócio foi iniciado em 2005, ainda como uma revenda. Logo, foi percebida a necessidade de verticalizar a operação e entrar, definitivamente, para o ramo têxtil. Hoje, são três plantas industriais. Em Igrejinha é produzida a lingerie, em Três Coroas, operam os teares, com a fabricação própria de tecidos, e a confecção fitness, e em Taquara, ainda há uma fábrica de bojos para soutiens. Ao todo, a empresa produz 800 mil peças por mês.
E a verticalização foi total. Além do modelo diferenciado de vendas, logo a empresa percebeu que havia problemas no setor logístico para fazer chegarem seus produtos sem atrasos e sem danos aos destinos.
Trataram de criar um braço logístico, a Log. "O transporte encarecia muito a operação e, especialmente em relação aos bojos, perdíamos muita mercadoria pela falta de cuidado especializado neste serviço. Hoje, temos 10 conjuntos completos de carretas que nos fizeram ganhar tempo, segurança e dinheiro", garante Tatiana Moser.
A economia estimada chega a 50% com o transporte próprio, e o envio, por exemplo, desde o Vale do Paranhana até Manaus (AM), foi reduzido pela metade do tempo.
Nem mesmo os danos causados pela cheia do Rio Paranhana, que invadiu a fábrica de Três Coroas e danificou 20 teares, reduzindo em até 40% a produção total do Grupo Crisdu, mudam os planos de avanço da empresa. De acordo com Tatiana Moser, são projetados R$ 20 milhões em investimentos nos próximos meses.
E nos próximos anos, o avanço chegará a uma nova planta industrial, já negociada, às margens da ERS-115, em Igrejinha. A ideia é levar para este novo espaço toda a operação que já é feita no município e a que hoje é feita em Taquara. Com isso, o plano é saltar de 30 para 50 teares na produção têxtil.

Fasolo, de Bento Gonçalves, confecciona produtos em metais e couro

A cadeia da moda e confecção entre o Vale do Paranhana e a Serra é completa com a união entre o talento para os detalhes em metais e em couro, especialmente em Bento Gonçalves, onde opera a tradicional Fasolo, fundada em 1917 e que, entre as décadas de 1980 e 1990, firmou-se como uma das maiores empresas da cidade, inclusive no cenário internacional. Com a chegada deste século, a concorrência chinesa forçou a retração da empresa, que hoje, em recuperação judicial, vive uma retomada importante.
"Nossa tradição sempre foi trabalharmos com produtos de base 100% couro, e continuamos, com nosso carro-chefe, que são os cintos, e agora também entrando no segmento feminino, com bolsas e carteiras", diz o gerente comercial da empresa, Leandro Rossatto.
Diariamente, a Fasolo produz até 8 mil peças, que hoje chegam a todo o Brasil, mas com um diferencial no seu modelo de negócio, trazendo os fornecedores, literalmente, para dentro da fábrica. Há um pavilhão com 10 ateliers especializados em forros, couros e acabamentos, liderados por pequenos empreendedores. Ao todo, são 230 pessoas dedicadas à produção direta e indiretamente.
"O momento agora é de organização e abertura de mercados. Participamos de feiras em todo o país, e este relacionamento mostra que estamos no caminho certo", aponta Rossatto.
Segundo ele, o ramo feminino, que é uma das apostas atuais, já teve um crescimento de 20% no mercado neste último ano, e já responde por 15% do faturamento da Fasolo.

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