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Publicada em 19 de Agosto de 2024 às 17:54

Vinícolas da Serra Gaúcha buscam reduzir pegada de carbono

Inventário inédito para calcular impactos das emissões do setor foi publicado

Inventário inédito para calcular impactos das emissões do setor foi publicado

Daniela Radavelli/Salton/Divulgação/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
Depois de ter garantido, em 2023, 17% dos seus produtos engarrafados em garrafas de baixo volume de vidro, e estabelecer uma meta de chegar a 50% até 2025, a vinícola Salton, em parceria com a UCS, mensurou, pelo quarto ano consecutivo as suas emissões de gases do efeito estufa, e já registrou uma redução de 34% na pegada de carbono das suas operações entre 2021 e 2023.
Depois de ter garantido, em 2023, 17% dos seus produtos engarrafados em garrafas de baixo volume de vidro, e estabelecer uma meta de chegar a 50% até 2025, a vinícola Salton, em parceria com a UCS, mensurou, pelo quarto ano consecutivo as suas emissões de gases do efeito estufa, e já registrou uma redução de 34% na pegada de carbono das suas operações entre 2021 e 2023.
Um inventário inédito no setor vitivinícola foi publicado recentemente, considerando as quatro unidades da Salton e, de acordo com a empresa, o próximo passo será calcular os impactos em emissões após a venda dos vinhos e espumantes.
Ações mais sustentáveis no campo, e principalmente nas áreas urbanas, entram na pauta do planejamento de cidades mais resilientes diante da constatação de que eventos climáticos extremos, provocados pelas mudanças climáticas, tendem a ser mais frequentes e potentes.
“Um grande tema em discussão é como estamos usando o solo em regiões como a Serra. Na área rural, há até mesmo a identidade cultural em relação às encostas. Na zona urbana, a densidade demográfica, também neste terreno – Caxias do Sul tem registrado aumento populacional acima do restante da região –, é um fator de risco a ser avaliado. Há uma tendência à cada vez maior concentração de pessoas nos espaços urbanos nessa região, e isso exigirá resiliência. A partir da crise exposta com os eventos de maio, é preciso preparação desses territórios, com planejamento. As cidades precisam saber para onde andar e investir para garantir uma resiliência social e econômica”, explica a pesquisadora Ana Cristina Fachinelli, que coordena o City Living Lab, da UCS.
Entre as ações deste grupo, está o programa Cidades Resilientes que, logo após a tragédia climática de maio, a partir de contratos com as prefeituras de Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Santa Tereza, iniciou trabalhos de mapeamento dos indicadores de resiliência nestes municípios. O resultado, explica Ana Cristina, servirá como balizador para ações de planejamento urbano na região.
A partir dos laboratórios da universidade, já vinham sendo desenvolvidas tecnologias com o uso da internet das coisas para cidades mais resilientes. É o caso do monitoramento, com antenas e sensores instalados em seis cidades da região – São Francisco de Paula, Gramado, Canela, Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Flores da Cunha –, que já está em operação.
"Vínhamos trabalhando no desenvolvimento dessa tecnologia que, a partir dos dados coletados nessas cidades em tempo real, consegue apurar informações como luminosidade, ruídos, partículas no ar e concentração de CO2 no ambiente. A partir dos eventos de maio, agora estamos avaliando avançar neste sistema como forma de antecipar e mitigar possíveis efeitos de desastres naturais. Os sensores podem ser mais complexos, mas não são suficientes por si só. São ferramentas de tecnologia que servem para amparar ações e planejamento por parte dos agentes locais de maneira contínua", diz a pesquisadora.

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