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Publicada em 21 de Agosto de 2024 às 21:10

Mapa aponta oportunidades para Serra, Hortênsias, Vales do Paranhana e do Caí

Mapa aponta oportunidades para Serra, Hortênsias, Vales do Paranhana e do Caí

Mapa aponta oportunidades para Serra, Hortênsias, Vales do Paranhana e do Caí

JORNAL DO COMÉRCIO
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
Conheça 16 iniciativas que já se destacam entre as atividades econômicas ou têm projetos com potencial de alavancar o desenvolvimento econômico dessa parte do Rio Grande do Sul
Conheça 16 iniciativas que já se destacam entre as atividades econômicas ou têm projetos com potencial de alavancar o desenvolvimento econômico dessa parte do Rio Grande do Sul
1. Polo metalmecânico busca a sustentabilidade
A região concentra o maior polo metalmecânico do Rio Grande do Sul, incluindo o setor da borracha, máquinas e equipamentos agrícolas, utensílios e automobilístico. Tem faturamento médio, conforme o Simecs, de R$ 50 bilhões anuais. A posição de liderança das indústrias da região reflete-se nos projetos de vanguarda em relação à inovação, à descarbonização e à eletrificação automotiva.
2. Polo moveleiro tem força na retomada do RS
Está entre as regiões da Serra, das Hortênsias e do Vale do Caí, o principal polo produtor de móveis do Rio Grande do Sul. Em junho, mês seguinte à tragédia das cheias, o setor já registrou quase 20% de aumento nas vendas em relação ao mesmo mês de 2023, e a perspectiva é de que os setores de mobiliário popular e de móveis planejados tenham ainda maior procura na reconstrução. Representa oportunidades para investimento – conforme o Sindmóveis, são 300 empresas na região – e trabalho. O setor emprega 5,6 mil pessoas na região e tem déficit de mão de obra no Estado de mil pessoas.
3. A produção de uva, vinho e os desafios do clima
As mudanças climáticas e os eventos extremos tornam-se fatores fundamentais no planejamento da região especializada no cultivo de uvas e produção de vinhos reconhecidos internacionalmente. Um obstáculo que se torna oportunidade para investimentos em melhorias nos processos de manejo e de desenvolvimento de cultivares na Região da Serra para garantir o alto padrão no vinho do futuro. Em 2023, foram produzidos 457,7 milhões de litros de vinho, mosto de uva e suco de uva no Rio Grande do Sul. Neste ano, foram colhidas 664,9 mil toneladas de uva. A região concentra 80,8% das 539 vinícolas ativas no Rio Grande do Sul.
4. A retomada da “indústria” do turismo no RS
As oportunidades no principal polo turístico do Rio Grande do Sul estão nos investimentos em hotéis que servem como hubs para união das diversas vertentes do turismo na região. No Vale dos Vinhedos, onde há o enoturismo de experiência consolidado, avançam investimentos em turismo de eventos, com feiras e seminários setoriais. Na Região das Hortênsias, onde o turismo de lazer mobiliza anualmente até 9 milhões de pessoas, a união com o turismo de aventura e natureza é uma alternativa, pela proximidade com regiões como Aparados da Serra e Vale do Paranhana. O setor foi afetado pelos eventos de maio e o colapso logístico, mas já dá sinais de forte recuperação. Em julho, a rede hoteleira da Região das Hortênsias registrou 55% de ocupação.
5. Inovação e sustentabilidade na indústria calçadista
Se as mudanças climáticas impõem mudanças de consumo e produção mais sustentável, está entre o Vale do Paranhana e a Serra um dos locais onde a tecnologia surge para que os calçados tenham a pegada mais verde. Conforme a Abicalçados, as duas regiões ainda concentram 300 empresas do setor. As maiores mantêm aqui seus centros de pesquisa e desenvolvimento.
6. O surgimento do polo químico do RS
Depois da instalação da Cimentos Gaúcho, em um investimento da empresa Hipermix, em 2023, outras três empresas já operam no espaço que se consolida em Montenegro, no Vale do Caí, como novo Polo Químico do Rio Grande do Sul. Com investimentos previstos de R$ 47 milhões, mais três operações que irão se instalar no local foram confirmadas em abril, aumentando para sete o número de indústrias que estarão no distrito.
7. Indústria da confecção é referência na América Latina
A partir de uma tradição que iniciou em Caxias do Sul e ganhou fôlego em cidades como Farroupilha na década de 1980, o fortalecimento dos setores de tecelagem, malharia e confecções entre a Serra e o Vale do Paranhana coloca hoje a região como uma das referências em toda a América Latina na produção com sustentabilidade. Saem da região peças e coleções de marcas esportivas internacionais. É também o tecido produzido aqui que garante inovação às indústrias da moda mais exigentes do mundo. E até as lingeries da região ganham o cenário internacional.
8. Onde surgem as joias, bijuterias e acessórios
Está concentrado em Guaporé o polo gaúcho de joias e bijuterias, que são comercializadas no Brasil e também têm espaço nas exportações da região. Conforme o Sindijoias RS, somente no município, são 252 empresas do setor. Tamanha demanda do setor joalheiro atraiu para Guaporé uma unidade do Senai, que forma jovens especializados para o setor. A vocação da região é completa com a estrutura metalmecânica de Bento Gonçalves e Caxias do Sul, onde empresas especializaram-se na confecção de peças em metal para acessórios de moda, inclusive, internacional.
9. Polo de inovação e saúde com tecnologia de ponta
Estão em Caxias do Sul alguns dos melhores hospitais do Rio Grande do Sul. Está no município o segundo melhor complexo hospitalar da rede Unimed no Brasil, e, no Pompéia Ecossistema de Saúde, são realizadas 15 mil cirurgias por ano, e diariamente, 3 mil pessoas circulam pela instituição centenária. A aposta em tecnologia diferencia o atendimento no município, que conta com uma rede de oito hospitais. Investimentos que agora são expandidos para municípios como Bento Gonçalves e Canela. A região abriga ainda universidades e polos de inovação como o TecnoUCS, em Caxias.
10. A avicultura e a produção de ovos
De um lado, as redes gigantes de frigoríficos fortalecem a produção de frangos na região. De outro, a produção de ovos virou uma tradição entre a Serra e o Vale do Caí, e também abrem espaço para grandes grupos do setor. O resultado é o ganho de mercado no Rio Grande do Sul, com o aumento no consumo de proteína, e a oportunidade no mercado externo. Hoje, somente 1% do ovo gaúcho é exportado, mas já começa a figurar entre os principais itens de exportação de municípios como Farroupilha. Um caminho já consolidado, por exemplo, pela produção de frangos.
11. Moinhos apostam na força do trigo gaúcho
A produção de trigo gaúcho não está concentrada na Serra, mas a região conta com quatro grandes moinhos, que respondem por pelo menos metade da farinha produzida no Rio Grande do Sul. A importação da matéria-prima chegou a ser reduzida a 20% nos últimos anos, com o fortalecimento do trigo do Rio Grande do Sul. Agora, o setor estimula a oportunidade do cultivo de plantas especializadas para a panificação, e por isso, investem na variação da produção, especialmente em biscoitos e massas no Rio Grande do Sul.
12. Doces e conservas ganham o mundo com a tradição
A produção de doces, como os chocolates de Gramado e as chimias e geleias do Vale do Caí, e as conservas, também no Vale do Caí, estimulam toda a cadeia produtiva de fornecedores locais e, no mercado, garantem características únicas do produto da região. A aposta do setor é inovar sem mudar a tradição, e a oportunidade que surge é o ganho de terreno internacional, a partir de feiras do setor.
13. Bergamotas, morangos, pêssegos e lavanda
Entre as regiões da Serra e dos Vales do Caí e Paranhana, estão as principais produções gaúchas de frutas como bergamotas, morangos e pêssegos para consumo in natura. E há ainda a produção de lavandas recentemente desenvolvida e impulsionada pelo potencial turístico da região. A oportunidade agora está no investimento em adaptação dessas culturas às mudanças climáticas. Projetos como tecnologias anti-granizo, irrigação e desenvolvimento de pomares melhor adaptados ganham espaço.
14. Produção de lácteos aposta na tecnologia contra desafios do clima
Setor diretamente atingido pela tragédia climática de maio, e que enfrenta incertezas em relação às mudanças climáticas para a produção do gado leiteiro, o setor de produção de lácteos investe em tecnologia, como o desenvolvimento genético do gado, a partir da força das cooperativas, para aumentar a produtividade e reduzir o impacto ambiental da produção. A bacia leiteira da Serra não é a maior, mas é uma das mais tradicionais e características do Estado, pela criação do gado em terreno montanhoso, com espécies mais resistentes. Característica que aparece, sobretudo, nos queijos e outros derivados do leite da região.
15. Maçãs em transformação para ganhar mercado
Na última safra, o Rio Grande do Sul produziu 501,9 mil toneladas de maçãs, especialmente nos Campos de Cima da Serra. Um volume pouco mais de 4% superior ao ano anterior. Em 2022, o Rio Grande do Sul exportou a fruta para 39 países, somando US$ 20,4 milhões. O Estado é o maior exportador de maçãs do Brasil, ainda assim, 80% do produto é destinado ao mercado interno. O setor vê grande oportunidade de avanço no mercado externo. Por isso, ao invés de investir no aumento de área plantada, tem apostado no aprimoramento das variedades, com palmares produzindo clones mais “vermelhos”.
16. Infraestrutura logística é prioridade
Os estragos provocados pelos deslizamentos durante a tragédia ambiental de maio no Rio Grande do Sul expuseram os limites logísticos de uma das regiões de maior produção industrial do Estado. O acesso por estradas e aeroporto também é decisivo para o turismo na região, o polo mais forte do setor no Rio Grande do Sul. A estimativa da concessionária CSG, que administra o eixo entre as rodovias ERS-122, 446 e 240, RSC-453 e 287 e BR-470, é de que, somente para recompor 120 pontos de estragos nestes trechos, foram desembolsados R$ 120 milhões neste ano. A empresa inicia estudos, porém, que devem apresentar ao governo estadual um plano de revisão estrutural amplo da malha rodoviária da região. Com o fechamento do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, Caxias do Sul tornou-se uma das alternativas logísticas do Rio Grande do Sul, mas, sem grandes investimentos, problemas como neblina impedem a potencialização deste terminal.

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