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Publicada em 16 de Agosto de 2024 às 14:52

Clovis Tramontina sobre retomada: 'Vamos nos reerguer, mas temos que inovar'

Empresário Clovis Tramotina avalia que é preciso ação, objetividade e "dinheiro novo" do governo federal

Empresário Clovis Tramotina avalia que é preciso ação, objetividade e "dinheiro novo" do governo federal

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
De Bento Gonçalves
De Bento Gonçalves
"Em 10 anos, o Rio Grande do Sul será um estado de ponta no Brasil. Porque vamos nos reerguer! Mas não podemos fazer o que fazíamos antes. Temos que inovar, e eu tenho certeza que faremos isso. Porque, do portão para dentro das nossas empresas, somos super competitivos. O problema é o Custo Brasil, com os impostos e a deficiência em infraestrutura."
A constatação é do diretor do Conselho de Administração da Tramontina, Clovis Tramontina. Vice-presidente da Fiergs, o industrial foi um dos painelistas na segunda edição do Mapa Econômico do Rio Grande do Sul, no começo da noite desta quinta-feira, 15 de agosto, no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG).
O evento na Serra Gaúcha debateu os desafios para a retomada econômica do Estado e as oportunidades de desenvolvimento em uma economia em transformação. O foco foram as regiões Serra, Campos de Cima da Serra, Hortênsias e os Vales do Caí e do Paranhana, tema do segundo capítulo no Mapa em 2024.
Potenciais como o enoturismo, a gastronomia e o desenvolvimento dos diversos polos industriais da região são exemplos que Tramontina reforça como motores possíveis para a retomada econômica do Rio Grande do Sul após as enchentes de maio.
A região tem espaço para crescer e potencial para receber novos trabalhadores. Somente na Tramontina, que conta com três plantas industriais na Serra, entre Carlos Barbosa, Garibaldi e Farroupilha, o empresário lembra que, entre os 7 mil funcionários, mais de 500 são de outros estados. E há demanda em praticamente todos os setores por mais mão de obra qualificada.
"O potencial turístico que temos é invejável, as pessoas desejam vir para a cá. Nossa região tem boas universidades, temos uma escola de engenharia exemplar. O atendimento de saúde é modelo, mas não temos estrada e infraestrutura que atenda a todo este potencial. Não tem lógica que ainda não exista uma estrada duplicada da Serra para Porto Alegre, por exemplo", critica.

Ajuda federal e crédito devem ser imediatos, defende empresário

Mesmo com o otimismo em relação ao potencial gaúcho, e dos empreendedores da Serra Gaúcha, Tramontina cobrou ações e, principalmente, sensibilidade do governo federal em relação aos tributos que pesam ainda mais sobre uma economia castigada pelas cheias e deslizamentos.
"Nesse momento, é preciso ter ação com objetividade, com dinheiro novo no Estado para investimentos. Não basta anunciar recursos como FGTS, restituição de Imposto de Renda, que já são nossos. O governo federal oferece recursos, mas não baixa juros. Ou ainda, enquanto Senado perdoa dívidas dos partidos, não perdoa a do Estado, que já foi paga há muito tempo e continua sendo cobrada", comenta o empresário.
Como representante da nova diretora da Fiergs, Clovis Tramontina detalha a situação dos pequenos empresários. São 45 mil indústrias no Estado com até 19 funcionários. "É preciso garantir crédito para essas pessoas, com juro subsidiado, carência de pelo menos três anos e prazo de 10 anos para pagar. Se não o pessoal não vai conseguir se recuperar. E vale o mesmo para os produtores de uva ou leite da Serra", aponta.
Diante das lideranças empresariais da região, ele conclamou: "Levantem essa bandeira, empresários. Porque a nossa 'gringolândia' tem vontade de trabalhar, mas precisa de investimento real".
 

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