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Mapa Econômico do RS

- Publicada em 30 de Outubro de 2023 às 18:03

Conservas Oderich é pioneira no setor de enlatados

Marco Oderich, CEO da empresa Conservas Oderich

Marco Oderich, CEO da empresa Conservas Oderich


GUILHERME KOLLING/ESPECIAL/JC
Ao longo deste ano, a Oderich, de São Sebastião do Caí, investe pelo menos R$ 45 milhões para avançar no mercado nacional de conservas. Faz aportes, principalmente, no desenvolvimento de novas embalagens exclusivas, que vão além da linha dos sachês, por exemplo. A empresa dedica ainda recursos para uma nova tecnologia em defumadores de salsichas.
É que seguir apostando no fortalecimento da produção a partir do Vale do Caí, hoje, para o mundo, está no DNA da família que é pioneira não apenas entre os produtores de conservas no País, segmento no qual estão entre as preferências do consumidor da Região Sul e de todo o Brasil, mas da própria industrialização gaúcha.
“Hoje, a nossa unidade em São Sebastião do Caí mantém a atividade que está nas nossas raízes, com a produção dos itens de carne suína, bovina e de aves, entre enlatados e congelados. Além de patês, feijoada, maionese, catchup, mostarda e molhos. As salsichas, que durante muitos anos foram nosso carro-chefe, hoje garantem em muito a nossa presença no exterior. Já exportamos para até 80 países, e hoje as vendas para o exterior respondem por 45% da nossa receita”, diz o CEO da empresa, Marcos Oderich.
Entre os 2,3 mil funcionários atuais da empresa, 1 mil atuam em São Sebastião do Caí. As carnes e miudezas da Oderich representam 93% das exportações do município, que ocupa o 42º lugar entre as exportações das cidades gaúchas entre janeiro e setembro.
A trajetória da Oderich começa com o caixeiro viajante Adolph Oderich, bisavô de Marcos, em 1879, que veio da Alemanha para o Brasil e se estabeleceu em São Sebastião do Caí. A partir dali, ele operava um bazar no qual trazia de Porto Alegre, de barco, pelo Rio Caí, produtos industrializados e de necessidade para as comunidades do Vale do Caí até a Serra. Em troca, descia o rio com o principal produto daquelas terras, a banha de porco, que tinha boa aceitação na Capital. E ali, o empresário farejou a oportunidade.
“Não havia um padrão naquela banha, então, ele enviou um dos filhos para a Alemanha para aprender o processo de conservação da banha. E isso resultou em uma indústria de refino e banha enlatada”, conta o bisneto.
Logo, estavam industrializando não só a banha, mas também carne de porco, linguiça e chouriço. Até os pelos das orelhas do porco deram origem a uma fábrica de vassouras, a Odin, que ainda opera em São Sebastião do Caí.
Aquele ciclo terminou, e passou também o período de alta das salsichas enlatadas, que chegaram a representar 80% das receitas da Oderich. Vieram os legumes e também os doces em conserva. Um frigorífico próprio na Campanha garante o abastecimento à unidade do Caí. Assim como uma fábrica de latas própria, em Eldorado do Sul, garante a demanda da empresa e a venda para terceiros. Há ainda produção de legumes em Goiás e de conservas no Sul do Estado. Toda a produção é distribuída a partir de São Sebastião do Caí.
“A Oderich tem hoje um papel muito importante no combate à fome e no fornecimento de alimentos em continentes que dependem do alimento enlatado, dos embutidos e congelados. Países da África, Oriente, Caribe e Leste Europeu foram mercados que descobrimos e nos estabelecemos nesses últimos 30 anos”, conta o CEO da empresa.
Da fábrica de São Sebastião do Caí saem, por exemplo, os kits de alimentos comprados pelas Forças Armadas brasileiras e de outros países para o fornecimento a refugiados e em zonas de guerra.

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