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Tecnologia

- Publicada em 30 de Outubro de 2023 às 19:43

Ecossistema garante inovação constante para a indústria

Salissa Festugato vê retomada do espírito colaborativo como ponto positivo para garantir desenvolvimento

Salissa Festugato vê retomada do espírito colaborativo como ponto positivo para garantir desenvolvimento


Luis Bisol/DIVULGAÇÃO/JC
Durante seis anos, os laboratórios do Parque Tecnológico da UCS (TecnoUCS) tiveram papel fundamental no desenvolvimento de uma nova matéria-prima, 100% renovável, para a reforma de pneus, e que, neste ano, entrou na linha de produção da Vipal, em Nova Prata. O objetivo da pesquisa era encontrar um material antioxidante que servisse à indústria de pneus com maior eficiência e menor impacto ambiental do que os produtos de origem petroquímica. E a resposta foi a lignina, obtida a partir de árvores de eucalipto.
Em um cenário onde a inovação faz a diferença, a universidade torna-se parada obrigatória para grandes empresas da região. E o que acontece desde a Serra até os Vales do Caí e Paranhana é exemplar quando se trata do protagonismo que a criatividade passou a ter na produção.
No Vale do Paranhana, as Faculdades Integradas de Taquara (Faccat) desenvolveram um modelo de incubadoras tecnológicas em parceria com prefeituras. São quatro núcleos, em Igrejinha, Parobé, Nova Hartz e Taquara. "O espaço é organizado pelo poder público, e a universidade faz a gestão das incubadoras. Mas não é estanque. A cada mês, reunimos grandes empresas da região, que nos apresentam desafios, e eles são levados não apenas às incubadoras, mas também à sala de aula. Temos conseguido cada vez mais aproximar o ritmo da pesquisa acadêmica ao tempo das empresas para encontrarem respostas aos seus desafios", explica o professor Fernando Neves, que coordena o Núcleo de Apoio Empresarial da Faccat.
A integração se dá principalmente com o setor calçadista, e o papel da universidade tem sido marcante no desenvolvimento da inovação nos processos criativos. Há 10 anos, a faculdade tem curso de Design, que garante a mão de obra qualificada para o que é desenvolvido no Rio Grande do Sul para o mundo.
"O processo de inovação acelerada, exigido principalmente pela internacionalização das indústrias da região, demandou um aprendizado por parte dos empresários e uma retomada do antigo espírito de colaboração que existia no começo da industrialização da Serra. Era um desafio: para se manterem longevas, as empresas precisavam inovar, mas desconheciam a lógica das startups e da inovação aberta", conta a diretora executiva do Instituto Hélice, de Caxias do Sul, Salissa Festugato.
O instituto foi criado há cinco anos a partir da iniciativa de um grupo de quatro indústrias da Serra: Florense, Marcopolo, Randon e a Soprano. Hoje, são 22 empresas associadas entre 10 municípios da Serra. "Iniciou como um experimento, e deu tão certo que não havia como parar. São as empresas em transformação que se conectam ao instituto em busca de algo para crescer. Fazemos essa conexão entre o empreendedor, as universidades e quem tem novas ideias com potencial", resume Salissa.
Ao todo, o Hélice contabiliza 500 soluções para 60 desafios nos últimos anos, e um investimento que já chega a R$ 4,5 milhões para 22 startups de todo o Estado. O resultado, comenta a diretora, tem sido a absorção dessas novas empresas e soluções pelos centros tecnológicos das multinacionais locais.

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O Instituto Hélice deve ter, nos próximos meses, seu próprio hub, na área conhecida como o Pátio da Estação, em Caxias do Sul. Por enquanto, o projeto funciona no Parque Tecnológico da UCS. Desde 2015, o TecnoUCS contabiliza 1.200 empresas com serviços prestados pela universidade, com 545 municípios afetados de alguma forma pelo que foi desenvolvido ali.
"Temos um ecossistema de inovação e de soluções que se tornou um dos principais pilares da universidade. Toda a universidade está sendo redesenhada por essa vocação e necessidade. O parque está estruturado com sete hubs, que vão do desenvolvimento de materiais, agricultura, alimentação até inteligência artificial. São hubs que servem como canal aberto para demandas de empresas, muito além da Serra. Nosso papel é garantir a geração de capital humano de qualidade para catapultar a economia", diz o reitor da UCS, Gélson Rech.
A partir de uma agência de inovação criada no TecnoUCS, há articulação entre empresas e ambiente universitário. Dali, há um sistema de aceleração de startups, que conta com 40 projetos validados, e um escritório de projetos com 70 grupos de pesquisas equipados com laboratórios específicos. E há, principalmente, as portas abertas para indústrias. São mais de 50 empresas incubadas ou residentes no campus, caso da Ford, que desenvolve quatro projetos envolvendo até 300 pesquisadores, e da Marcopolo, com outros quatro projetos em andamento. Ao todo, são 129 projetos rodando. Neste ano, a universidade investe R$ 17 milhões para a ampliação do TecnoUCS, com 1,7 mil m2 para 20 novas empresas.
 

Os polos de inovação

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