No começo do ano, a esperança de que um problema estrutural e logístico na ligação entre as duas principais economias do Norte — e rota para o escoamento das produções rural e industrial da região — poderia ter uma solução breve, depois de pelo menos seis décadas de espera, foi renovada. A pavimentação do trecho de 68,4 quilômetros da BR-153, entre Erechim e Passo Fundo, que faz parte da chamada Transbrasiliana e atualmente tem pista de terra, foi incluída pelo governo federal no Novo PAC. No entanto, a obra ainda não passou da fase de projetos, com previsão de conclusão somente para o final deste ano.
No começo do ano, a esperança de que um problema estrutural e logístico na ligação entre as duas principais economias do Norte — e rota para o escoamento das produções rural e industrial da região — poderia ter uma solução breve, depois de pelo menos seis décadas de espera, foi renovada. A pavimentação do trecho de 68,4 quilômetros da BR-153, entre Erechim e Passo Fundo, que faz parte da chamada Transbrasiliana e atualmente tem pista de terra, foi incluída pelo governo federal no Novo PAC. No entanto, a obra ainda não passou da fase de projetos, com previsão de conclusão somente para o final deste ano.
A empreitada é considerada muito importante para toda a economia da região. Atualmente, é causa de perdas de recursos e também de vidas pelos constantes acidentes. Essa demanda de infraestrutura é considerada fundamental para atender ao avanço da economia local. Com a pavimentação deste trecho da Transbrasiliana, a perspectiva é de redução de 13 quilômetros no trajeto entre Passo Fundo e Erechim, o que, por consequência, também garantiria o desafogo da RS-135.
Ainda dentro do Novo PAC, Passo Fundo deve ser beneficiada com a duplicação, incluindo três viadutos do trecho urbano da BR-285. O trecho de 12 quilômetros segue em fase de projeto pelo Dnit e não tem orçamento definido até o momento.
O município tem uma característica peculiar, sendo cortado por duas rodovias, uma federal e uma estadual, perimetrais da cidade. Mas o crescimento já ocorre para fora delas, com transtornos, especialmente no período de safra, devido à movimentação intensa de cargas que acaba conflitando com o movimento urbano de Passo Fundo.
No distrito industrial, por exemplo, um grupo de empresários bancou o projeto de um trevo. O projeto estava pronto há nove anos, mas o governo estadual não tinha recursos para executar. O município está assumindo a obra e investirá R$ 15 milhões neste trevo.
Há ainda outros dois trevos em que o Estado atualmente elabora projetos, e Passo Fundo já se mobiliza por financiamentos para custear. Só neste ano, investe mais de R$ 150 milhões em infraestrutura com recursos próprios.
Dentro do Novo PAC, a região tem cinco obras listadas como prioritárias pelo governo federal. Duas delas, já com orçamento definido, chegando a R$ 471 milhões. A primeira a sair do papel envolve a duplicação de 10 quilômetros do trecho urbano da BR-285 em Ijuí, iniciada em julho.
Somente neste ano, o Dnit aporta R$ 36 milhões de um total de R$ 250 milhões em três anos previstos para a obra.
Outros dois projetos incluídos no programa de infraestrutura do governo federal são de pontes sobre o rio Uruguai com potencial para mudar a lógica do fluxo de cargas no Norte do Estado. Entre Barra do Guarita, no Rio Grande do Sul, e Itapiranga, em Santa Catarina, há previsão de ser erguida uma ponte de 1,2 quilômetro, como parte de um conjunto de 58 quilômetros entre os dois estados, na BR-163. Na ponta deste trecho gaúcho fica Tenente Portela.
Já em Porto Xavier, a espera pelo início das obras da ponte que ligará o município ao lado argentino da fronteira foi prorrogada. Com orçamento previsto de R$ 221,2 milhões, o Dnit promete, até o fim do ano, o edital para contratação de uma nova empreiteira, depois do rompimento do contrato com a que havia vencido a concorrência em 2023.
Na região, ainda há a expectativa de transformação pelos ares. Com a tragédia de maio, o governo estadual transferiu para o início de agosto o leilão que definirá a PPP para a operação por 30 anos dos aeroportos de Passo Fundo e Santo Ângelo. Durante a crise de maio, Passo Fundo chegou a concentrar o terminal mais movimentado do Estado.
A parceria prevê R$ 101 milhões em investimentos para melhoria da infraestrutura dos terminais. Entre as medidas consideradas urgentes em Passo Fundo, estão as instalações de equipamentos que permitam voos noturnos. Hoje, mesmo com três empresas aéreas operando na cidade e o aumento constante do volume de voos para São Paulo, a limitação da operação ainda é fixada até as 17 horas.
BR-153 (Transbrasiliana): pavimentação do trecho de 68,4 quilômetros entre Erechim e Passo Fundo está em fase de projetos, com previsão de ser concluída no final do ano, ainda sem orçamento definido
BR-285 (trecho urbano de Ijuí): duplicação do trecho de 10 quilômetros teve obras iniciadas no começo de julho, com previsão de entrega em três anos, orçada em R$ 250 milhões
BR-285 (trecho urbano de Passo Fundo): duplicação do trecho de 12 quilômetros, incluindo três viadutos, em fase de projetos, ainda sem orçamento definido
BR-392 (ponte em Porto Xavier): Dnit promete até o final do ano edital para a contratação de nova empresa que assuma a obra, orçada em R$ 221,2 milhões
BR-163 (ponte em Barra do Guarita): ponte sobre o rio Uruguai, com 1,2 quilômetro, de um trecho total de 58 quilômetros, para ligar o Rio Grande do Sul a Santa Catarina, entre Tenente Portela e Iporá do Oeste, ainda em fase de projeto, sem orçamento definido
Aeroportos de Passo Fundo e Santo Ângelo: leilão para a PPP não teve interessados; expectativa é pela concessão da gestão das duas estruturas à iniciativa privada por 30 anos, com R$ 101 milhões em investimentos previstos