Há 40 anos atuando no mercado cerealista, a empresa Agrodanieli, de Tapejara, vive uma transformação. De um lado, investe para quase triplicar a sua capacidade de processamento de soja, das atuais 600 toneladas por dia para até 1,6 mil toneladas. Produto que vira óleo e farelo de soja para a exportação e o abastecimento de indústrias de biodiesel.
Há 40 anos atuando no mercado cerealista, a empresa Agrodanieli, de Tapejara, vive uma transformação. De um lado, investe para quase triplicar a sua capacidade de processamento de soja, das atuais 600 toneladas por dia para até 1,6 mil toneladas. Produto que vira óleo e farelo de soja para a exportação e o abastecimento de indústrias de biodiesel.
Mas as atenções do diretor-presidente da empresa, Adelírio Danieli, e a maior parte dos R$ 240 milhões a serem desembolsados na Região Nordeste do Estado até o segundo semestre de 2025, estão voltados ao resultado de uma pesquisa que abriu os horizontes da Agrodanieli e criou uma alternativa para a agricultura da região, historicamente dependente da compra de fertilizantes de outras regiões do Estado, do país ou importados.
Depois de vender o seu frigorífico, a fábrica de subprodutos, o aviário e a fábrica de rações para a Aurora Coop, em 2021, Danieli apostou suas fichas no desenvolvimento de um fertilizante organo-mineral próprio. "Desenvolvemos um adubo que une as qualidades dos adubos minerais e a potencialização garantida pelo elemento orgânico, a partir dos dejetos de frango. Temos pesquisas e os primeiros resultados nas lavouras mostram que a produtividade aumenta, assim como a fertilização do solo. E o custo é mais baixo do que um fertilizante mineral comum", explica Adelírio Danieli.
As pesquisas para chegar ao fertilizante foram iniciadas na empresa há cinco anos, antes da mudança promovida em 2021. Atualmente a Agrodanieli trabalha na transformação da sua antiga unidade de recebimento de grãos, na localidade de Vila Lângaro, em uma fábrica maior para o adubo, com a compra de maquinário mais moderno e que garanta o aumento da produção.
No começo de julho, outro caminho para a produção de fertilizantes na região ganhou fôlego com o anúncio confirmado ao governador pela empresa BeGreen Bioenergia de que pretende investir em três plantas industriais para a produção de fertilizantes hidrogenados a partir de amônia verde, obtida com a reação de hidrogênio e nitrogênio verdes, duas delas na região _ em Passo Fundo e Tio Hugo. Atualmente, toda a carga de fertilizantes hidrogenados consumida no Estado é importada.
Os empreendimentos serão a continuidade de um projeto iniciado no ano passado, com investimento de R$ 140 milhões, para a criação de uma usina modelo em conjunto com a UPF, para a sintetização de amônia verde. A perspectiva, em 2023, era de que a usina estivesse operacional em 2026.