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Produção de máquinas agrícolas no Norte do RS acelera avanços no campo
Região é polo de importantes fabricantes, que movimentam a indústria e o agronegócio
No final do ano passado, a fabricante de máquinas agrícolas John Deere, que responde por mais de 70% da arrecadação do município de Horizontina, anunciou ao mercado o seu primeiro motor movido a etanol. E a promessa, de acordo com o diretor de Assuntos Corporativos da empresa para a América Latina, Alfredo Miguel Neto, é de que este produto, em um cenário de crescimento deste biocombustível no País, tenha sua maior destinação justamente às fábricas brasileiras.
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Principais fabricantes no Norte do RS
• AGCO (Santa Rosa, Ibirubá)
• John Deere (Horizontina)
• Stara (Santa Rosa, Não-Me-Toque)
• Kuhn (Passo Fundo)
• Imasa (Ijuí)
• Jan (Não-Me-Toque)
• Roster (Não-Me-Toque)
• Stahar (Não-Me-Toque)
• John Deere (Horizontina)
• Stara (Santa Rosa, Não-Me-Toque)
• Kuhn (Passo Fundo)
• Imasa (Ijuí)
• Jan (Não-Me-Toque)
• Roster (Não-Me-Toque)
• Stahar (Não-Me-Toque)
Queda nas exportações é sazonal e investimentos são de longo prazo
Se, em Horizontina, que tem 99% das suas exportações relacionadas a este setor, a redução chegou a 50% no primeiro semestre, em Santa Rosa, onde a Stara chegou e a AGCO já atuava, o volume exportado aumentou 30%. O município negocia quatro vezes menos do que Horizontina no mercado externo. Já em Não-Me-Toque, onde fica a matriz da Stara e ao menos cinco indústrias de precisão na agricultura, o volume de vendas para fora do Brasil foi ainda mais reduzido, em 61,4%.
Entre os 10 maiores municípios exportadores deste recorte do Estado, nove exportam em menor ou maior volume algum tipo de máquina agrícola. Nos seis primeiros meses deste ano, foram US$ 95,2 milhões em exportações do setor nesta região, o equivalente a 6,5% de todas as vendas ao Exterior. Mesmo com o significativo volume, houve redução de 47% em relação aos US$ 183,04 milhões negociados no mesmo período do ano passado. Em 2023, as máquinas agrícolas responderam por 8,5% das exportações da região.
O momento, porém, como salienta Alfredo Neto, da John Deere é encarado como sazonal, e representa uma oportunidade para investir em mais inovação para o mercado interno. “Temos firme convicção da importância do setor agrícola para a economia do Brasil. O País é um fornecedor de alimentos e um exemplo de fontes de energia limpas e infraestrutura para um mundo em transição. Por isso, os nossos investimentos são de longo prazo, com a consciência de que há sazonalidades no mercado”, explica Alfredo Neto.
No ano passado, a John Deere desembolsou R$ 145 milhões na ampliação da fábrica de Horizontina, com a modernização das suas linhas de produção. A fábrica, como as demais unidades da John Deere, também está no pacote de R$ 230 milhões destinados ao país pela empresa até 2026 no seu programa chamado Smart Connected Factory, responsável por desenvolver ferramentas inteligentes e processos relacionados à indústria 4.0, incluindo inteligência artificial embarcada, robótica e internet das coisas.
Entre as metas estabelecidas pela empresa em 2022, para serem cumpridas até 2026 – e isso indica que há oportunidades para novos investimentos no Rio Grande do Sul –, estão, além dos motores de baixa ou zero emissões, o desenvolvimento de tratores com sistemas autônomos elétricos e ter 100% dos seus produtos de menor porte habilitados a atuarem conectados, hoje, já são 610 mil máquinas, de um total de 1,5 milhão.
A tendência, como aponta o diretor, é de que o Brasil passe a concentrar boa parte destes esforços com a precisão adequada ao País. Isso porque no final deste ano a John Deere deve inaugurar o primeiro centro de testes para a agricultura tropical no mundo, em Indaiatuba, interior de São Paulo, adaptado às condições brasileiras, do solo à conectividade por internet.