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Agricultura de precisão é antídoto contra extremos do clima no Norte do RS
Tecnologia impulsiona avanços no campo no Norte do Estado, apesar de estiagens ou excesso de chuvas
Imagine um banco de sangue no qual todos os dados das amostras formam uma espécie de mapa para diagnosticar problemas e apontar soluções que gerem rentabilidade e produtividade. Na empresa AgroPrecision, em Cruz Alta, o banco de dados coletado nos últimos anos, a partir de 125 mil amostras de solo, já chega a 400 mil hectares das lavouras gaúchas.
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Cobertura de solo e manejo correto fazem a diferença
Como as chuvas de maio atingiram as lavouras no período de colheita das culturas de verão, a estimativa dos especialistas é de muitas perdas em solos que não estavam cobertos.
“O investimento para as próximas safras será maior, e o nosso potencial produtivo tende a reduzir no próximo verão entre 5 a 10 sacos por hectare. O produtor terá que adicionar aos custos essa correção, e a resposta pode não vir a curto prazo”, diz Feltraco.
A preservação do solo é uma tendência crescente entre o Norte e Noroeste gaúcho. Não fosse o trabalho de plantio direto e cobertura de solo, como ressalta o responsável pelo setor de grãos e solos da cooperativa Cotripal, o engenheiro agrônomo Dênio Oerlecke, as perdas com a erosão provocada pelo alto volume de chuva seriam imensas.
Na cooperativa, que tem sede em Panambi, as perdas em maio não passaram de 5%. “Temos recomendado às vezes até que a cobertura do solo com rotação de culturas aconteça sobre a semeadura. Quando a soja começa a ficar amarela, no final do ciclo, em algumas propriedades já temos experiências de aviões passando e semeando sobre a mesma terra o milheto ou nabo forrageiro. Elas já vão nascendo quando a soja é colhida. Garante um ciclo permanente de nutrientes e protege o solo, por exemplo, contra os efeitos de chuvas volumosas”, aponta Rossato.
Na cooperativa Cotrisal, com sede em Sarandi, na região do Rio da Várzea, por exemplo, as perdas com as chuvas de maio foram estimadas em apenas 1%. Na cooperativa, há uma área experimental em Sarandi e outras 16 lavouras compartilhadas justamente para aplicar as técnicas de manejo sustentável.
“São ações como o manejo em contorno, em nível, e a cobertura do solo, por exemplo, após a colheita da soja e antes do plantio de inverno, como o trigo. Isso garante proteção ao solo e maior fertilização, mesmo com extremos como as estiagens, que têm nos preocupado nos últimos anos”, explica o gerente técnico da cooperativa, Márcio Witter.
Segundo ele, a safra deste ano pode ser considerada exemplar entre os 44 municípios e 700 mil hectares cultivados pelos 11,5 mil associados da Cotrisal. Em média, a cooperativa chegou a 3,6 toneladas por hectares de soja. Segundo melhor resultado em dez anos.
Como resultado desta melhora, a Cotrisal investe neste ano R$ 74,3 milhões entre obras e equipamentos em quatro estruturas de armazenagem de grãos, em São José do Inhacorá, Liberato Salzano, Gramado dos Loureiros e Sarandi.
Safras de verão
Municípios com maiores áreas plantadas:
Soja (2022)
_ Palmeira das Missões: 110 mil hectares
_ Cruz Alta: 92,2 mil hectares
_ São Luiz Gonzaga: 78,8 mil hectares
_ Jóia: 78 mil hectares
_ Santa Bárbara do Sul: 76,9 mil hectares
Milho (2022)
_ Palmeira das Missões: 14,5 mil hectares
_ São Luiz Gonzaga 12 mil hectares
_ São Miguel das Missões 7 mil hectares
_ Lagoa Vermelha 7 mil hectares
_ Doutor Maurício Cardoso 6,5 mil hectares
Fonte: IBGE
Soja (2022)
_ Palmeira das Missões: 110 mil hectares
_ Cruz Alta: 92,2 mil hectares
_ São Luiz Gonzaga: 78,8 mil hectares
_ Jóia: 78 mil hectares
_ Santa Bárbara do Sul: 76,9 mil hectares
Milho (2022)
_ Palmeira das Missões: 14,5 mil hectares
_ São Luiz Gonzaga 12 mil hectares
_ São Miguel das Missões 7 mil hectares
_ Lagoa Vermelha 7 mil hectares
_ Doutor Maurício Cardoso 6,5 mil hectares
Fonte: IBGE