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Publicada em 28 de Julho de 2024 às 20:08

Passo Fundo possui a maior população e puxa o crescimento da Região Norte

Passo Fundo é o sexto maior PIB do RS, mas projeta tornar-se o quarto nos próximos anos

Passo Fundo é o sexto maior PIB do RS, mas projeta tornar-se o quarto nos próximos anos

/PREFEITURA DE PASSO FUNDO/DIVULGAÇÃO/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
Entre os 10 maiores PIBs municipais da Região Norte do Estado, todos tiveram crescimento de dois dígitos nos últimos anos. Passo Fundo, que possui a maior população dessa parte do Rio Grande Sul, puxa esse movimento.
Entre os 10 maiores PIBs municipais da Região Norte do Estado, todos tiveram crescimento de dois dígitos nos últimos anos. Passo Fundo, que possui a maior população dessa parte do Rio Grande Sul, puxa esse movimento.
Em março, durante a Expodireto, por exemplo, a companhia aérea Azul direcionou voos ao aeroporto Lauro Kortz, em Passo Fundo. Uma prévia do que se veria meses depois, nas enchentes, quando o local se tornou alternativa para chegar ao RS. Em maio, 23,9 mil passageiros passaram por Passo Fundo - 31,6% a mais que abril -, com 615 pousos e decolagens. Dobraram, por exemplo, os voos com ligação a São Paulo.
O movimento, porém, já vinha se consolidando. Foram 240 mil passageiros - mais do que a população total do município, de 206,2 mil habitantes - em 2023. A estimativa era chegar a este volume no Lauro Kortz somente em 2032.
Na região, Passo Fundo possui o maior PIB: R$ 12,5 bilhões em 2021. No Estado, é o sexto. E o poder público municipal espera se tornar o quarto nos próximos anos. O orçamento da prefeitura dobrou desde 2020, com todas as principais empresas em franca expansão.
Além de uma indústria forte, com a produção de biocombustíveis, abriga grandes redes de varejo e um setor de serviços pujante, com universidades como a Universidade de Passo Fundo (UPF) e a Atitus, centros de inovação, como o Instituto Aliança Empresarial, além de escolas de ponta, como a Rede de Educação Notre Dame - destaque no Estado na pesquisa Marcas de Quem Decide do JC - e complexos de saúde como o Hospital São Vicente de Paulo, que tornam o município o terceiro maior polo de saúde do Sul do Brasil.
Também sedia empresas como Farmácias São João, e, no varejo, gigantes como a Grazziotin e o Comercial Zaffari.
 

Passo Fundo planeja ser um município "carbono zero" até 2032

Há mais de um ano, Passo Fundo conta com um Comitê de Mudanças Climáticas. A missão é nortear o desenvolvimento local, com foco em negócios sustentáveis. E há uma meta: ser "carbono zero" até 2032. Ou seja, neutralizaria todas as emissões atmosféricas.
Hoje, porém, conforme o Sistema de Estimativa de Emissões de Gases, de 2022, e que considera parâmetros do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, Passo Fundo é o principal emissor de gases de efeito estufa neste recorte do Estado. Lançou 639,2 mil toneladas em 2022 e capturou 29,4 mil. Entre os motivos do aumento da poluição estão transporte e logística.
Com a tragédia ambiental no Estado, o momento, como destaca o prefeito, é de virada de chave. Não à toa, mais de R$ 1 bilhão serão investidos em projetos como o da Be8, que já produz biodiesel a partir da soja e produzirá etanol, e da BeGreen Bioenergia e Fertilizantes, que passará a produzir fertilizantes a partir de hidrogênio e nitrogênio verdes.

Informações econômicas sobre Passo Fundo

 Passo Fundo tem o maior PIB da região, de R$ 12,5 bilhões
 É a 6ª principal economia do Rio Grande do Sul
 Passo Fundo foi o 2º principal município exportador do RS no 1º semestre de 2024, tendo movimentado US$ 734,32 milhões em negócios no exterior
 É a 6ª melhor cidade gaúcha para iniciar novos negócios
 É o 3º maior polo imobiliário do Rio Grande do Sul
 É o 3º maior polo de saúde do Sul do Brasil
 Em 2023, foram 240 mil passageiros no Aeroporto Lauro Kortz

Maiores empresas de Passo Fundo

 Be8
 Grazziotin
 Comercial Zaffari
 Farmácias São João
 Italac
Fonte: Prefeitura de Passo Fundo

Construção civil acelera em Passo Fundo e Erechim

A construção civil tem terreno fértil em Passo Fundo, que se consolida como o terceiro maior mercado imobiliário do RS. Na última década, foi o quinto município que mais recebeu novos moradores vindos de outras cidades gaúchas.
O município tem, atualmente, 150 edificações sendo erguidas simultaneamente - 50% a mais do que no mesmo período de 2023 -, que e garantirão mais de 5 mil unidades habitacionais nos próximos anos. Entre as obras em andamento está o maior edifício residencial do RS, o Chardonnay 257, da UNA Construtora, com 40 andares e 140 metros de altura.
Hoje, o Plano Diretor de Passo Fundo não determina, por exemplo, altura máxima de prédios, mas estabelece distâncias mínimas construtivas. Itens como este, e especialmente os relacionados a construções mais resilientes e que se adaptem às mudanças climáticas, já são debatidos.
"Mesmo que desta vez Passo Fundo não tenha sido diretamente atingida por cheias, e que a nossa localização geográfica, de certa forma, seja privilegiada, queremos priorizar obras e estruturas que tenham um viés ambiental. É para isso que temos chamado e discutido cada vez mais com entidades, como o Sinduscon, que tem se mostrado interessado no debate para a renovação do Plano Diretor", explica o prefeito Pedro Almeida.
Para o arquiteto e urbanista da Universidade de Passo Fundo (UPF), Marcos Frandoloso, a característica da cidade, como um local que absorve a população da região, exige adaptações na infraestrutura para que as migrações não exponham as pessoas a suscetibilidades ambientais.
"Passo Fundo precisa estabelecer, na revisão do Plano Diretor, por exemplo, a preservação das APPs. Hoje, o rio Passo Fundo tem um processo de ocupação acelerado. Nas cheias, verificamos que boa parte da carga de água que causou estragos em outras regiões partiu daqui. O planejamento da cidade do futuro precisa ter a consciência de que os rios vão subir mais recorrentemente e são necessários espaços de segurança, sem construções ou prédios", aponta Frandoloso, que participa da construção do novo Plano Diretor.
Na universidade, atualmente, o estudo das cidades do futuro vai bem além dos limites de Passo Fundo. Garantir o desenvolvimento urbano sustentável na região que apresenta as maiores taxas de crescimento econômico do RS é um desafio que pode, inclusive, garantir a manutenção de fontes de renda de cidades inteiras.
"É preciso aprender com as crises. O planejamento das cidades precisa levar em conta fatores que devem ser analisados para, então, criar ferramentas que garantam maior resiliência. Garantir a qualidade de vida, muitas vezes, determina o crescimento econômico de uma localidade", explica.
Erechim registra movimento semelhante, com o crescimento de 25% na arrecadação do ITBI em 2023. Segundo o município, desde o começo de 2021, foram liberados 1,5 milhão de metros quadrados para construção - uma movimentação no setor de R$ 4 bilhões em 42 meses.

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