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Publicada em 26 de Julho de 2024 às 12:33

Déficit na armazenagem é oportunidade para indústria de Panambi

Kepler Weber, de Panambi, é líder em estruturas pós-colheita na América do Sul

Kepler Weber, de Panambi, é líder em estruturas pós-colheita na América do Sul

Kepler Weber/Divulgação/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
Diante de grandes painéis, em uma espécie de sala de controle, 16% de toda a capacidade estática de armazenamento do agro brasileiro é monitorada, literalmente, por dentro de 6 mil silos, galpões e armazéns conectados à Kepler Weber. A empresa gaúcha de Panambi, líder no Brasil e na América do Sul em estruturas pós-colheita, comprou a catarinense Procer, e passou a operar este sistema.
Diante de grandes painéis, em uma espécie de sala de controle, 16% de toda a capacidade estática de armazenamento do agro brasileiro é monitorada, literalmente, por dentro de 6 mil silos, galpões e armazéns conectados à Kepler Weber. A empresa gaúcha de Panambi, líder no Brasil e na América do Sul em estruturas pós-colheita, comprou a catarinense Procer, e passou a operar este sistema.
"São sensores que monitoram o grão dentro do silo e enviam dados em tempo real para a central de controle. É mais uma ferramenta que garante precisão ao produtor no momento de negociar ou conservar o produto. Faz parte da evolução que temos promovido como forma de nos adaptarmos a um ambiente de transformações climáticas. O investimento no pós-colheita é fundamental", diz o diretor industrial e de produto da Kepler Weber, Fabiano Schneider.
Segundo ele, acontece hoje uma remodelagem nas estruturas de armazenagem de grãos. Toda linha da empresa é resistente, por exemplo, a ventos de até 144 km/h. A Kepler Weber liderou ainda um movimento no País para a normatização dos silos de acordo com as condições de clima e infraestrutura brasileiros, que até 2022 não existia. Com isso, os materiais de revestimento interno e externo dos silos hoje consideram intempéries como as vividas em maio no Rio Grande do Sul, ou secas com temperaturas extremas.
Não é surpresa que a inovação nos passos seguintes à safra surjam a partir de Panambi. A estimativa é de que, a cada 10 grãos processados em todo o Brasil, seis passam por algum tipo de equipamento produzido na cidade ou em Condor, que fica a menos de 15 quilômetros. São o núcleo não apenas do polo pós-colheita gaúcho, mas da terceira maior concentração da indústria metalmecânica no País.
E há espaço para crescer. Dados da Conab apontam que hoje o Brasil tem capacidade de armazenagem de 205,8 milhões de toneladas, um déficit estimado em 100 milhões de toneladas. Somente da Região Sul, o volume deficitário chega a 18,8 milhões de toneladas.
"O papel do pós-colheita é fundamental para a segurança alimentar. No Rio Grande do Sul, temos percebido que, especialmente entre as cooperativas, a armazenagem tem ocupado um papel cada vez mais importante nas prioridades de investimentos. E há ainda um novo nicho, com as indústrias de biocombustíveis. Em todo o País, hoje são 22 indústrias produtoras de etanol, e há outras 13 em construção", aponta o executivo.
No Rio Grande do Sul, a Kepler Weber tem tratado com os responsáveis pelos projetos das duas novas usinas de etanol prestes a serem erguidas. Depois de um aporte finalizado ano passado, superior a R$ 70 milhões, na implantação de uma nova linha de pintura que provocou redução de emissões e economia de energia elétrica na produção de silos em sua fábrica em Panambi, neste ano, somente no primeiro trimestre, a empresa já desembolsou R$ 7,8 milhões em modernização de processos.
Em maio, o Banco Mundial aprovou financiamento de R$ 150 milhões para as modernizações previstas nas duas plantas industriais da empresa, em Panambi e em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

Polo metalomecânico da Região Norte do RS

_ Bruning Tecnometal (Panambi)
_ Kepler Weber (Panambi)
_ Metasa (Marau)
_ Brastelha (Erechim)
_ Plaxmetal (Erechim)
_ Cavaletti (Erechim)
_ Comil (Erechim)
_ Metalúrgica Marini (Passo Fundo)
_ Montagner Industrial (Ijuí)
_ Fundimisa (Santo Ângelo)

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