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Publicada em 26 de Julho de 2024 às 11:27

Produção de máquinas agrícolas no Norte do RS acelera avanços no campo

Novas tecnologias voltadas à produtividade e à sustentabilidade são implementadas com maquinário no Norte do RS

Novas tecnologias voltadas à produtividade e à sustentabilidade são implementadas com maquinário no Norte do RS

John Deere/Divulgação/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
No final do ano passado, a fabricante de máquinas agrícolas John Deere, que responde por mais de 70% da arrecadação do município de Horizontina, anunciou ao mercado o seu primeiro motor movido a etanol. E a promessa, de acordo com o diretor de Assuntos Corporativos da empresa para a América Latina, Alfredo Miguel Neto, é de que este produto, em um cenário de crescimento deste biocombustível no País, tenha sua maior destinação justamente às fábricas brasileiras.
No final do ano passado, a fabricante de máquinas agrícolas John Deere, que responde por mais de 70% da arrecadação do município de Horizontina, anunciou ao mercado o seu primeiro motor movido a etanol. E a promessa, de acordo com o diretor de Assuntos Corporativos da empresa para a América Latina, Alfredo Miguel Neto, é de que este produto, em um cenário de crescimento deste biocombustível no País, tenha sua maior destinação justamente às fábricas brasileiras.
ACESSE TAMBÉM: Site do Mapa Econômico do RS
Se a produção agrícola da região tem voltado suas atenções aos investimentos na agricultura de precisão, e tudo o que envolve a pré-safra como forma de garantir mais segurança à produção em um ambiente em transformação, a indústria das máquinas, que teve sua raiz justamente entre o Norte, Fronteira Noroeste e Alto Jacuí, não fica para trás.
Das plantas industriais, e antes disso, dos laboratórios de desenvolvimento da John Deere já saem também um sistema de pulverização inteligente, com câmeras e sistema programado para identificar e pulverizar plantas daninhas com precisão na lavoura, gerando uma redução de até 2/3 de herbicidas não residuais, com potencial de chegar a até 97% de eficiência.
O conjunto de máquinas agrícolas mais inteligentes da multinacional conta ainda com sistemas que permitem disparar fertilizantes com precisão na medida necessária a cada planta, resultando em 60% menos custos com este insumo e também com a modernização das pontas dos pulverizadores, que diminuem em 10% o uso de herbicidas na plantação.
“Temos nos preocupado cada vez mais em identificar as mudanças que virão e desenvolver soluções para os nossos clientes. Nosso objetivo é resolver os problemas antes que eles cheguem ao produtor”, resume o diretor.
Em Horizontina, a multinacional instalou a sua primeira fábrica no Brasil, e produz ali plantadeiras e colheitadeiras. É o mais importante polo de máquinas agrícolas da região, seguido por Santa Rosa e Não-Me-Toque. Mesmo que o momento no campo seja marcado pelos investimentos na pré-safra, para este setor, o primeiro semestre de 2024 não tem sido fácil. Há redução no volume de vendas, e isso impacta em toda a balança comercial da região, que registra redução de 30,8% em média nos volumes exportados por mês em relação ao ano passado.

Principais fabricantes no Norte do RS

• AGCO (Santa Rosa, Ibirubá)
• John Deere (Horizontina)
• Stara (Santa Rosa, Não-Me-Toque)
• Kuhn (Passo Fundo)
• Imasa (Ijuí)
• Jan (Não-Me-Toque)
• Roster (Não-Me-Toque)
• Stahar (Não-Me-Toque)

Queda nas exportações é sazonal e investimentos são de longo prazo

Se, em Horizontina, que tem 99% das suas exportações relacionadas a este setor, a redução chegou a 50% no primeiro semestre, em Santa Rosa, onde a Stara chegou e a AGCO já atuava, o volume exportado aumentou 30%. O município negocia quatro vezes menos do que Horizontina no mercado externo. Já em Não-Me-Toque, onde fica a matriz da Stara e ao menos cinco indústrias de precisão na agricultura, o volume de vendas para fora do Brasil foi ainda mais reduzido, em 61,4%.
Entre os 10 maiores municípios exportadores deste recorte do Estado, nove exportam em menor ou maior volume algum tipo de máquina agrícola. Nos seis primeiros meses deste ano, foram US$ 95,2 milhões em exportações do setor nesta região, o equivalente a 6,5% de todas as vendas ao Exterior. Mesmo com o significativo volume, houve redução de 47% em relação aos US$ 183,04 milhões negociados no mesmo período do ano passado. Em 2023, as máquinas agrícolas responderam por 8,5% das exportações da região.
O momento, porém, como salienta Alfredo Neto, da John Deere é encarado como sazonal, e representa uma oportunidade para investir em mais inovação para o mercado interno. “Temos firme convicção da importância do setor agrícola para a economia do Brasil. O País é um fornecedor de alimentos e um exemplo de fontes de energia limpas e infraestrutura para um mundo em transição. Por isso, os nossos investimentos são de longo prazo, com a consciência de que há sazonalidades no mercado”, explica Alfredo Neto.
No ano passado, a John Deere desembolsou R$ 145 milhões na ampliação da fábrica de Horizontina, com a modernização das suas linhas de produção. A fábrica, como as demais unidades da John Deere, também está no pacote de R$ 230 milhões destinados ao país pela empresa até 2026 no seu programa chamado Smart Connected Factory, responsável por desenvolver ferramentas inteligentes e processos relacionados à indústria 4.0, incluindo inteligência artificial embarcada, robótica e internet das coisas.
Entre as metas estabelecidas pela empresa em 2022, para serem cumpridas até 2026 – e isso indica que há oportunidades para novos investimentos no Rio Grande do Sul –, estão, além dos motores de baixa ou zero emissões, o desenvolvimento de tratores com sistemas autônomos elétricos e ter 100% dos seus produtos de menor porte habilitados a atuarem conectados, hoje, já são 610 mil máquinas, de um total de 1,5 milhão.
A tendência, como aponta o diretor, é de que o Brasil passe a concentrar boa parte destes esforços com a precisão adequada ao País. Isso porque no final deste ano a John Deere deve inaugurar o primeiro centro de testes para a agricultura tropical no mundo, em Indaiatuba, interior de São Paulo, adaptado às condições brasileiras, do solo à conectividade por internet.

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