Mapa Econômico do RS aponta oportunidades para as regiões Norte, Noroeste e Missões

Conheça 14 iniciativas que já se destacam entre as atividades econômicas ou têm projetos com potencial de alavancar o desenvolvimento econômico dessa parte do Rio Grande do Sul. Acesse a edição completa do Mapa Econômico do RS no site do Jornal do Comércio.

O setor tem o terceiro principal polo no Rio Grande do Sul nesta região. Uma tradição iniciada a partir da necessidade de comunidades que se formavam a partir do Noroeste e que, pela distância dos principais centros urbanos, precisavam desenvolver soluções próprias. Hoje, estruturas para o pós-colheita, como silos e aços para a construção de estruturas industriais, garantem uma oportunidade fértil para os próximos anos.

O berço da soja no Rio Grande do Sul foi Santa Rosa. A cultura espalhou-se por outras regiões do Estado, mas o protagonismo no desenvolvimento de tecnologias para o manejo desse cultivo seguiu nessa região. Conforme o Sindicato das Indústrias de Maquinário e Implementos Agrícolas (Simers), a região responde por pelo menos 25% da produção de máquinas agrícolas gaúchas. Em Santa Rosa e Horizontina, por exemplo, o setor garante posições entre os primeiros exportadores do Rio Grande do Sul. Mas o maior potencial e oportunidade para o setor ainda está no mercado nacional, com o aumento das lavouras, sobretudo no centro do País.

A cultura da soja é muito forte, especialmente mais ao Norte do Rio Grande do Sul. Essa parte do Estado tem destaque nos plantios de milho, com crescimento da demanda para a cadeia da proteína animal, e, principalmente, de trigo, que surge como uma grande oportunidade futura para a agricultura gaúcha, com a nova demanda para ser matéria-prima na produção de etanol em usinas da região. Palmeira das Missões é o município que se destaca nas três culturas – soja, trigo e milho.

Estão nessas regiões os principais polos produtores de biodiesel do Estado e do País. As indústrias que transformam principalmente a soja em biocombustível garantem os maiores faturamentos industriais nesse recorte do Estado. Somente neste ano, as usinas de biocombustíveis dessas regiões investem R$ 1,4 bilhão em melhorias. Aportes para garantir a manutenção da excelência da região que responde por 75% da produção de biodiesel gaúcha. O Rio Grande do Sul concentra 25% do biodiesel nacional.

Estão na região os principais polos produtores de leite e carnes suínas do Rio Grande do Sul. Desde a produção animal até a industrialização. A produção suína, inclusive, gera grande parcela das exportações. E, em relação à cadeia do leite, mesmo com a redução do número de produtores, estão lá os melhores índices de produtividade e a maior demanda industrial.

O Norte, Noroeste e Missões gaúchos são as regiões em que melhor é traduzida em faturamento a produtividade do agro que vai além do campo ou da safra. São seis municípios entre os 40 maiores exportadores gaúchos. E o que garante esse destaque é a industrialização da soja, a produção de carne e derivados suínos e o maquinário agrícola.

Está no histórico das regiões Norte, Noroeste e Missões a capacidade de organização das comunidades em cooperativas. Tanto para melhorar as condições de plantio, armazenamento e comercialização das safras, quanto para garantir infraestrutura no campo e nas cidades. Reflexo da distância em relação aos grandes centros urbanos do Rio Grande do Sul. Conforme o Sistema Ocergs, as regiões concentram 107 cooperativas, que, em 2022, tiveram R$ 25 bilhões de faturamento, ou 35% do total faturado pelas cooperativas gaúchas no ano passado.

O cultivo da erva-mate no Rio Grande do Sul teve sua origem nas Missões e avançou para outras regiões do Estado. Entre o Norte, Noroeste e Missões, a produção não tem a maior parcela do Estado, mas estão neste recorte do Rio Grande do Sul algumas das maiores ervateiras gaúchas.

Estão entre as regiões do Médio Alto Uruguai e do Alto da Serra do Botucaraí duas das principais jazidas de pedras preciosas do Brasil. A produção das pedras rende mais de R$ 500 milhões anuais somente com a exportação. E 90% da produção gaúcha são destinadas ao exterior.

O Rio Uruguai margeia os eixos Norte e Noroeste do Rio Grande do Sul, na divisa com Santa Catarina. E é a partir da região hidrográfica desse manancial que mais de 60% da energia elétrica é gerada no Estado. Produção que garante arrecadação e oportunidades de investimentos aos municípios com usinas instaladas.

Estão nesse recorte do Estado algumas das principais rodovias de escoamento da produção. Em pelo menos três delas, há investimentos em melhorias previstos pelo PAC do governo federal, além de uma nova ponte internacional ligando a região à Argentina, que promete ser uma alternativa ao fluxo do comércio exterior gaúcho. Estão nesse ponto do Estado ainda investimentos em aeroportos, que garantem, sobretudo, a atração de novos aportes à economia local.

A qualificação de mão de obra e os investimentos em inovação por parte das indústrias têm garantido o protagonismo produtivo às empresas do Norte, Noroeste e Missões. Nesse aspecto, além das parcerias com universidades, iniciativas das próprias empresas e do poder público têm surgido como oportunidades para a criação de novos projetos e empresas.

Passo Fundo é o terceiro principal polo de saúde do Sul do Brasil, atrás somente de Porto Alegre e Curitiba. É o maior no Interior da Região Sul. Com oito hospitais e pronto-atendimentos, o município conta com 6,48 profissionais para cada 100 mil habitantes, enquanto que no Estado a média é de 2,51 para cada 100 mil.

A região tem em seu território dois dos maiores potenciais turísticos do Rio Grande do Sul: o único patrimônio cultural do Sul do Brasil listado pela Unesco, com as Missões Jesuítico-Guaranis, e o Parque Estadual do Turvo, onde fica o Salto do Yucumã, que é a maior área florestal preservada do Estado. A estimativa é de que, em 10 anos, caso sejam executados planos já elaborados para o financiamento do turismo na região, as Missões cheguem a até 1 milhão de visitantes por ano. Um potencial 10 vezes maior do que o que acontece hoje. No caso do Turvo, mudanças também estão à vista, com a recente concessão da área de visitação do parque à iniciativa privada.