A oportunidade da geração de energia elétrica limpa nestas regiões do Estado, segue, necessariamente, o caminho das águas. Está no Norte do Rio Grande do Sul, ao longo da bacia hidrográfica do Rio Uruguai, no limite com Santa Catarina, o maior potencial hidrelétrico gaúcho.

Ao todo, são 57 usinas e centrais de todos os portes instaladas em 45 municípios. Desde a CGH Fazenda Santa Sofia, de Áurea, com capacidade para gerar 0,094 mW, até as gigantes UHE Machadinho, com potência instalada de 1.140 mW, e Itá, com 1.450 mW, a região tem potência instalada total de 3,2 mil mW, que representam 62,8% do potencial hidrelétrico do RS. A produção de energia elétrica a partir dos rios reflete-se na arrecadação dos municípios. Em Ijuí, por exemplo, onde há quatro usinas instaladas ao longo do Rio Ijuí, que deságua no Rio Uruguai, em 2022 foram arrecadados R$ 89,02 milhões em ICMS de geração de energia. Representa 18% de toda a arrecadação industrial do município.

É o maior valor de ICMS resultante da geração de energia na região, seguido por Santa Rosa, onde há duas hidrelétricas em operação no Rio Santa Rosa, gerando R$ 69,3 milhões no ano passado - 36,05% da arrecadação de ICMS industrial da cidade. O Rio Santa Rosa é outro dos afluentes do Rio Uruguai.

Em Maximiliano de Almeida, na região Nordeste, para onde é destinada parte dos impostos da usina de Machadinho, a dependência dos recursos da geração de energia é maior. Representou, em 2022, 80,2% da arrecadação de ICMS do município, que também tem outra usina no Rio Forquilha, a metros de desaguar no Rio Pelotas, onde está instalada a de Machadinho.