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Turismo

- Publicada em 19 de Setembro de 2023 às 00:25

Patrimônio da humanidade é vitrine para o Rio Grande do Sul

Ainda falta gestão mais planejada e profissional para que o turismo na região das Missões deslanche

Ainda falta gestão mais planejada e profissional para que o turismo na região das Missões deslanche


/Grande Projeto Missões/DIVULGAÇÃO/JC
O único patrimônio cultural listado pela Unesco no Sul do Brasil é, naturalmente, um símbolo da história e do potencial turístico em qualquer lugar. As Missões Jesuítico-Guaranis, que abrangem 27 municípios dentro da chamada Rota das Missões, apresentam-se como uma grande oportunidade para fazer com que o turismo finalmente decole no Noroeste do Estado.
"Temos uma história riquíssima. Nosso trabalho tem sido o de despertar a consciência dos próprios gaúchos de que o Rio Grande do Sul só existe hoje porque houve as Missões. Foi nelas que a cultura do gado, da erva-mate, por exemplo, começou. No entanto, ainda falta gestão mais planejada e profissional para o turismo na região. Há alguns roteiros, como o Caminho das Missões, mas são organizações isoladas e nada profissionais. É um potencial que ainda não se tornou concreto", avalia o coordenador do Grande Projeto Missões, o engenheiro Álvaro Medeiros Theisen.
O movimento é independente, com o apoio de entidades da região e da associação dos municípios das Missões. Entre os objetivos do projeto, aponta Theisen, está a implementação de um plano regional de turismo, que poderá organizar os roteiros, gerir melhorias estruturais e atrair investimentos para a recuperação do que torna as Missões um patrimônio cultural atrativo para visitantes.
Pelo plano, que já foi apresentado ao governo estadual, com o objetivo de criação de um braço do Programa Avançar específico das Missões, seria possível garantir atrações turísticas em toda a região com uma estimativa de 30 horas para que o turista possa desfrutar de todos os tesouros históricos locais. Na prática, seriam três dias de permanência de um visitante nos municípios das Missões.
"Hoje, com as atrações já existentes e dispersas, entre quatro a seis horas é possível esgotar a programação. Em São Miguel das Missões, por exemplo, chega-se a 80 mil visitantes por ano, mas 80% deles são estudantes em passeios escolares, que são importantes, mas não garantem o desenvolvimento de todos os serviços inerentes ao turismo. Temos consciência de que o nível de atratividade é que transformará este cenário", diz.
Outro destino já existente, mas pouco estruturado, é o caminho ao Santuário do Caaró, em Caibaté, onde os padres jesuítas Roque Gonzales e Afonso Rodrigues foram martirizados. Atualmente, o local já recebe anualmente pelo menos 20 mil pessoas em romaria e é visto como um ponto de alto potencial para o turismo religioso, em expansão em todo o Estado.
Se retirado do papel o plano de turismo desenvolvido pelo grupo, Álvaro Theisen garante: em 10 anos, serão 1 milhão de turistas visitando as Missões. A mobilização para transformar as Missões em grande oportunidade regional garantiu, no ano passado, a aprovação pela Assembleia Legislativa da Lei Pró-Missões, uma espécie de Lei de Incentivo à Cultura específica para projetos que beneficiem o patrimônio reconhecido pela Unesco, com destinação do ICMS de empresas para patrocínios culturais com a temática missioneira. Pelo levantamento feito pelo Grande Projeto Missões, seria possível arrecadar até R$ 20 milhões por ano. Resta ao governo estadual regulamentar a lei.
 

Maior queda d'água longitudinal está às margens do Rio Uruguai

Salto do Yucumã fica no Parque Estadual do Turvo, em Derrubadas

Salto do Yucumã fica no Parque Estadual do Turvo, em Derrubadas


/PAOLA STUMPF/DIVULGAÇÃO/JC
É no Rio Uruguai que se forma o Salto do Yucumã, a maior queda d'água longitudinal do mundo, com 1,8 quilômetro de extensão. A atração fica no Parque Estadual do Turvo, a maior área florestal preservada do RS, no município de Derrubadas, no limite com a Argentina e com Santa Catarina. Na região, o clima é de expectativa por uma transformação no turismo ecológico desde o ano passado, quando o grupo Macuco Safari, o mesmo que faz a gestão do Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, venceu a licitação para a gestão do Parque do Turvo. O plano de operação da concessionária ainda está sendo analisado pelo governo estadual.
"O turismo hoje já movimenta as propriedades rurais e o comércio local, mas acredito que, com o potencial de investimentos da iniciativa privada, criando maior infraestrutura, a formalização de todos os serviços relacionados ao turismo vai ampliar muito. Hoje, por exemplo, ainda não contamos com um hotel", diz a secretária municipal de Turismo de Derrubadas, Angelita dos Santos.
Desde 2019, por meio de um convênio com o Estado, a exploração turística é feita pelo município. E o que se viu foi uma transformação. A média de visitantes anuais saltou de 12 mil para 33 mil - número, inclusive, prejudicado pela pandemia -, vindos de 23 estados brasileiros e 36 países. Derrubadas, com menos 3 mil habitantes, tem 50 cachoeiras e o turismo rural em pleno desenvolvimento.
Uma empresa com atuação no ramo hoteleiro já adquiriu uma área próxima ao parque estadual. E os 22 municípios que formam a chamada Rota do Yucumã têm ampliado o número de vagas para treinamento de mão de obra no turismo.
Pelo contrato de concessão, nos seis primeiros anos serão investidos R$ 11,9 milhões, com previsão de retorno, em tributos municipais, de R$ 5,7 milhões.

Principais atrações nas Missões

_ Sítio Arqueológico da Redução de São Miguel (São Miguel das Missões)
_ Centro Histórico da Redução de Santo Ângelo Custódio (Santo Ângelo)
_ Sítio Arqueológico da Redução de São João Batista (Entre Ijuís)
_ Sítio Arqueológico da Redução de São Nicolau (São Nicolau)
_ Santuário de Caaró (Caibaté)
_ Belezas naturais e pesca no Rio Uruguai (Porto Xavier)

Atrações no Rio Uruguai

 Parque Estadual do Turvo (Derrubadas)
 Pesca esportiva (Porto Xavier)