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Saem da unidade da Kepler Weber em Panambi 77 mil toneladas de produtos por ano para 50 países

Saem da unidade da Kepler Weber em Panambi 77 mil toneladas de produtos por ano para 50 países


/gustavo kettermann/KEPLER WEBER/DIVULGAÇÃO/JC
Há 28 anos, Fabiano Schneider encontrou em Panambi, no Noroeste, a quase 400 quilômetros de Canoas, sua cidade natal, a oportunidade profissional. Entrou na Kepler Weber como estagiário e hoje, quase três décadas depois, é o diretor Industrial e de Produto da empresa, e tem na sua trajetória muito do que é uma tradição na companhia e no município. De acordo com a empresa, 70% dos funcionários em posição de liderança atualmente cresceram internamente.

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"Estamos no terceiro maior polo metalmecânico do Estado, e este setor acaba propagando a sua lucratividade e modo de produção por todo o município e a região. A formação de mão de obra especializada, por meio de parcerias com Senai, Instituto Federal e escola técnica é muito marcante e beneficia toda a região", conta o diretor.
Foram as necessidades da produção rural que motivaram, em 1925, os irmãos Otto e Adolfo Kepler, na então colônia Neu-Wüttemberg, hoje Panambi, a criarem uma pequena ferraria. Em pouco tempo, fabricavam carrocerias e soluções para a produção rural, como prensas para banhas. A empresa tornou-se a Kepler Weber, e, a partir de Panambi, tem unidades em São Paulo e em Campo Grande.
De acordo com a diretora de Gente e Gestão, Misiara Alcântara, são 1,2 mil funcionários no município, que representam 70% do total de colaboradores da empresa. Em um raio de 20 quilômetros, a Kepler Weber contabiliza 50 empresas fornecedoras, que totalizam pelo menos outras 2 mil pessoas indiretamente beneficiadas pela produção em metal da empresa de Panambi.
Ainda na década de 1940, a produção de empresas como a Kepler Weber e a Bruning Tecnometal, metalúrgica que surgiu como a tornearia mecânica de Ernesto Rehn, que hoje emprega 3,4 mil pessoas no município, já rendia à localidade a alcunha de "Cidade das Máquinas". Com a consolidação da produção rural a partir do Noroeste, mais recentemente Panambi foi rebatizada como a "Capital da Pós-Colheita". O símbolo disso está nos silos, principal produto da Kepler Weber.
"As agroindústrias e cooperativas estão cada vez mais estruturadas, porque a safra de grãos cresce ano a ano, e o déficit de armazenagem segue grande. Há uma necessidade do fornecimento deste produto pós-colheita. Hoje, somos líderes no mercado nacional e exportamos para mais de 50 países", explica Schneider.
Com uma capacidade produtiva que inclui ainda máquinas de limpeza, transportadores e equipamentos para portos e terminais, saem da fábrica de Panambi 77 mil toneladas de produtos por ano. A empresa registrou R$ 1,8 bilhão de receita líquida no ano passado, e executa, até 2026, R$ 70 milhões em investimentos para aumentar a sua produtividade e automação. A expectativa é ampliar entre 5% e 7% a produção neste ano.
No centro da cidade, ainda está de pé, e em plena fase de revitalização, o prédio onde funcionava a oficina dos irmãos Otto e Adolfo, no espaço que, desde 2021, faz parte do patrimônio do governo municipal, abrigando parte da estrutura da administração e a criação de um instituto de inovação para integrar a comunidade local. Além de um parque e museu com a história da indústria metalmecânica em Panambi.
"Valorizar a história que a indústria construiu nessa comunidade é um compromisso nosso, e que garante a permanência do desenvolvimento para toda a região", diz Misiara.
De acordo com o Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), pelo menos 15% da produção do setor está no eixo Norte e Noroeste gaúcho.