Localidade sedia mais de um distrito industrial e prepara novas áreas para a chegada de indústrias interessadas em investir na região
/PREFEITURA DE ERECHIM/DIVULGAÇÃO/JC
Eduardo Torres
Nos últimos meses, as margens da RS-135, no começo do caminho entre Erechim e Passo Fundo, tornaram-se um canteiro de obras. Ali, a partir do começo de 2024, a Brastelha, que hoje lidera o mercado de telhas no Sul do Brasil, passará a produzir até 200 mil metros quadrados de telhas e painéis por mês. É uma das 32 empresas já instaladas no chamado "Corredor do Desenvolvimento" de Erechim.
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"Investir aqui é uma convicção e demonstração de confiança que temos em Erechim e no Rio Grande do Sul. E, especialmente na escolha da nova área, representará também economia para a empresa, que atualmente conta com quatro unidades distintas dentro do Distrito Industrial da cidade. Era resultado da dificuldade histórica de termos áreas para comportar o nosso avanço. Agora, uniremos toda a produção na nova área, com 15 mil metros quadrados", diz o diretor da empresa, Walmir Badalotti.
Criada no município há 25 anos, a Brastelha investe, nos últimos dois anos, R$ 130 milhões no município, desde a importação de uma máquina inédita no Estado até a construção na nova área industrial. A empresa vai dobrar a sua atual capacidade de produção.
Um movimento que está longe de ser isolado no atual cenário econômico do município do Norte do Estado. "Nos últimos 10 anos, a nossa receita do município teve um crescimento de 121%. É fruto da grande diversificação que temos na nossa economia, especialmente no setor industrial, que responde por um terço da força econômica. E o poder público tem feito todo um esforço para garantir justamente a infraestrutura necessária a um momento de plena expansão dos negócios", diz o prefeito Paulo Polis.
Se a Brastelha é líder em telhas no Rio Grande do Sul, Erechim ainda coleciona no seu parque fabril referências nacionais e internacionais nas produções de ônibus, com a Comil; caminhões especiais e ambulâncias, com a Triel HT; e em cadeiras para escritórios, por exemplo, com a Plaxmetal e a Cavaletti, ou ainda, no ramo dos alimentos, como a Peccin e a Aurora Coop.
Além, claro, das gigantes no processamento de soja e biocombustível, como a 3tentos e a Olfar. Somadas, somente essas empresas reúnem quase R$ 10 bilhões em previsão de faturamento em 2023.
Para dar conta desse potencial, Erechim tem um Distrito Industrial de 1 milhão de metros quadrados, mas está lotado. Então, o governo municipal partiu para as obras, literalmente.
O "Corredor do Desenvolvimento" já recebeu 32 empresas. Outro distrito surge na saída de Erechim em direção a Concórdia, Santa Catarina, com 350 mil metros quadrados, e já tem previstas para iniciarem as instalações no final do ano, pelo menos 20 empresas. E há ainda uma área já adquirida pelo município para estruturar um distrito destinado a micro e pequenas empresas.
"Tratamos de criar um ambiente favorável ao empreendedorismo e à oferta de empregos qualificados. Em um dia, empresas de 90% das atividades econômicas estão abertas. Erechim tem hoje 16,3 mil CNPJs ativos. No nosso entendimento, o empresário direciona os seus investimentos e as suas instalações sempre para lugares com infraestrutura e condições tributárias favoráveis. Estamos na divisa com Santa Catarina, e sabemos que a paridade tributária entre os estados não é uma realidade. Ainda assim, conseguimos ser atrativos", diz o prefeito.
É o caso da Plaxmetal, que investe mais de R$ 60 milhões na ampliação da sua fábrica no novo Distrito Industrial. Ainda neste ano, a empresa quase dobrou a sua área, chegando a 64 mil metros quadrados. O objetivo, segundo o diretor da empresa, Ezídio Zorzi: tornar-se a maior fabricante nacional de cadeiras para escritórios. Um setor em que a concorrência está no mesmo município. A Cavaletti, fundada na década de 1970 como uma estofaria, tem uma planta industrial com 108 mil metros quadrados e 700 funcionários.