Com alta capacidade de produção agropecuária não apenas nos grãos, mas também de animais, sobretudo suínos, o eixo Norte e Noroeste do Rio Grande do Sul já desponta pelo potencial de produção também de biogás, apontado por especialistas como uma das principais fontes de energia limpas - e com alto potencial de "limpar" a produção geradora de gases do efeito estufa.
Entre as 44 plantas de biogás mapeadas no Rio Grande do Sul em 2022, 16 estão nesta área, com maior destaque para municípios como Três Passos, Santo Cristo, Santa Rosa, Giruá e Três de Maio.
No caso de Três Passos, na região Celeiro, que tem a quinta maior produção de suínos nesse recorte do Rio Grande do Sul, a experiência com biodigestores foi implantada ainda na década passada, pela Granja Piaia, onde havia 1600 suínos. Além de fornecer biofertilizantes para outras propriedades, a planta gerou, ainda em 2017, economia de R$ 10 mil mensais em média na energia elétrica.
A maior parte da produção dos biodigestores no Estado ainda tem pequena escala - em 2021, somente 4,6% das plantas e 5,31% da produção de biogás brasileira - e vem de rejeitos da agropecuária. São 15 plantas instaladas a partir de granjas no Norte e Noroeste gaúcho. Em todas elas, o biogás é usado para gerar energia elétrica.
Conforme o Atlas das Biomassas do Rio Grande do Sul, o Estado tem um potencial para gerar 985 milhões de metros cúbicos de biogás por ano. Hoje, entre as plantas de produção mapeadas, o Estado não passa de 15% desse potencial. São gerados 149,84 milhões de metros cúbicos anuais. No Brasil, com 885 plantas mapeadas em 2022, produziam-se 2,82 bilhões de metros cúbicos por ano.