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Publicada em 17 de Dezembro de 2024 às 00:25

Área da saúde terá investimentos industriais e logísticos

Centro de Oncologia e Hematologia do Grupo Hospitalar Conceição, na Capital, foi inaugurado neste ano

Centro de Oncologia e Hematologia do Grupo Hospitalar Conceição, na Capital, foi inaugurado neste ano

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
Se a região já é referência em serviços de atendimento à saúde, nos próximos anos, pode se consolidar também como terreno para o desenvolvimento industrial e logístico na área da saúde. Há negociações adiantadas para erguer pelo menos dois hubs industriais do setor na Região Metropolitana.
Se a região já é referência em serviços de atendimento à saúde, nos próximos anos, pode se consolidar também como terreno para o desenvolvimento industrial e logístico na área da saúde. Há negociações adiantadas para erguer pelo menos dois hubs industriais do setor na Região Metropolitana.
Em Viamão, o Grupo JP Farma investe R$ 50 milhões para iniciar a produção de soros em sua nova unidade, com capacidade para produzir 5 milhões de unidades por mês. A empresa já está instalada no município desde o ano passado, operando a sua logística no local.
Já em Guaíba, está prestes a ser concretizado um cluster de saúde. Uma área de 600 hectares estaria reservada nas proximidades do bairro Pedras Brancas para receber indústrias do setor.
"Já há um protocolo de intenções assinado, com possibilidades de incentivos nacionais e do governo gaúcho, para recebermos nessa área indústrias na área de tecnologia para diagnósticos, imagens e matérias-primas do setor de saúde. Existem negociações com empresas indianas, chinesas e árabes", antecipa o prefeito Marcelo Maranata.
Os empreendimentos somariam ao momento de plena expansão em investimentos públicos e privados na estrutura dos serviços de saúde entre as três regiões retratadas neste recorte do Estado. A região já conta com um importante núcleo de laboratórios, que foram diretamente atingidos pela cheia, entre o 4º Distrito, em Porto Alegre, e Canoas, como é o caso da Olina.
Em Porto Alegre, por exemplo, o governo federal inaugurou neste ano o Centro de Oncologia e Hematologia do Grupo Hospitalar Conceição, finalizando R$ 144 milhões investidos na cidade, que reforçam ainda mais o papel da Capital como uma referência nacional, inclusive com a atração de pacientes de todo o País, no tratamento contra câncer.
Dados do Censo 2022 apontam que o Rio Grande do Sul tem a mais elevada idade mediana da população. O envelhecimento, aliado a dados epidemiológicos, que mostram que problemas cardíacos e de câncer já respondem por mais de 50% das causas de mortes dos gaúchos - e que nos próximos 10 anos, o câncer se tornará a principal causa dessas mortes -, atraem naturalmente maiores investimentos à cidade, que conta com sete hospitais entre os 100 melhores do País.
"A saúde passa por um momento de reflexão. A população envelhece e o custo dos serviços aumenta. E há um problema sério na saúde suplementar e também no SUS. Então, quando o setor privado ou público investe, todos saem ganhando porque é uma rede. Foi assim durante a cheia, quando parte do Hospital Mãe de Deus ficou inundada e todos abriram as portas para receber os pacientes", diz o sócio-fundador do Grupo São Pietro, Luciano Zuffo.
 

Novo hospital privado será instalado em Canoas

Grupo São Pietro investe para suprir carência em Canoas

Grupo São Pietro investe para suprir carência em Canoas

Hospital São Pietro/Divulgação/JC
O Grupo São Pietro investe para suprir outra carência na região: a ausência de rede privada hospitalar em Canoas, onde está a segunda maior população entre as regiões retratadas neste Mapa. Com investimento que deve chegar a R$ 340 milhões, o Grupo São Pietro apresentou, em 2024, o projeto para erguer um novo hospital na cidade. Conforme Luciano Zuffo, a expectativa é iniciar as obras no próximo ano e, em dois anos e meio a partir disso, ter o hospital operando. A perspectiva é atender de 15 a 20 mil pacientes por mês e gerar 1,2 mil empregos diretos.
"Temos uma relação com a cidade há 13 anos, desde que implantamos o Oftalmocentro. Vimos que havia uma janela, com a carência de um hospital privado em um município com um dos maiores PIBs e população do Estado. Agora traremos uma nova opção contra a superlotação em Porto Alegre, por exemplo, e com um nível de excelência. Não seremos mais um competidor no setor, mas mais um agente resolutivo. Iniciamos esse estudo em 2021 e, no final do ano passado, viabilizamos o projeto financeiramente", explica.
O hospital estará equipado com 15 salas cirúrgicas, radioterapia, UTI pediátrica e 230 leitos de internação. Conforme o diretor, um dos objetivos do projeto é eliminar desperdícios operacionais.
O Grupo São Pietro já está presente nas regiões com seis centros oftalmológicos, além da operação do Hospital Banco de Olhos, na Capital. Em Novo Hamburgo, trabalha atualmente na revitalização do Hospital da Visão, com previsão de inaugurar em 2025. No Litoral Norte, inaugurou, há pouco, um centro de atendimento em urologia e oftalmologia em Xangri-Lá.
 

Complexo de saúde no Litoral

No Litoral Norte, o terreno para investimentos em serviços de saúde é justificado pelo boom populacional em toda a região, ainda carente dos principais atendimentos que existem na Região Metropolitana, por exemplo.
Não à toa, avança em Capão da Canoa o projeto do Markho Life Complex, liderado pelo Grupo Pessi, que, até 2028, pretende ter operando no município um novo conceito de empreendimento, que vai reunir atendimento em saúde com um hospital de alta complexidade, uma torre com consultórios médicos, uma torre residencial, complexo de lojas e uma das torres será um health care.
Com o complexo pronto, são projetadas 50 mil pessoas circulando todos os meses por ali.

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