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Publicada em 17 de Dezembro de 2024 às 00:25

Região Metropolitana e Vale do Sinos atraem grandes centros logísticos

Em Guaíba, Grupo Lebes investirá R$ 500 milhões na construção do Ellosul Ecossistema Logístico

Em Guaíba, Grupo Lebes investirá R$ 500 milhões na construção do Ellosul Ecossistema Logístico

Luís Adriano Madruga/Prefeitura de Guaiba/Divulgação/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
A partir das inundações de maio, o 3SB Parque Logístico, entre a BR-448 (Rodovia do Parque) e a BR-116, em Nova Santa Rita, desenvolveu um sistema próprio de proteção. Na infraestrutura interna do empreendimento onde, diariamente, são movimentados 700 veículos e circulam 2 mil pessoas, equipamentos como geradores e subestações foram elevados. E tudo, sem parar as operações. Isso porque a cheia de maio não reduziu em nada o ritmo de avanço das estruturas logísticas entre a Região Metropolitana e o Vale do Sinos.
A partir das inundações de maio, o 3SB Parque Logístico, entre a BR-448 (Rodovia do Parque) e a BR-116, em Nova Santa Rita, desenvolveu um sistema próprio de proteção. Na infraestrutura interna do empreendimento onde, diariamente, são movimentados 700 veículos e circulam 2 mil pessoas, equipamentos como geradores e subestações foram elevados. E tudo, sem parar as operações. Isso porque a cheia de maio não reduziu em nada o ritmo de avanço das estruturas logísticas entre a Região Metropolitana e o Vale do Sinos.
No caso do 3SB, além das 12 operações mantidas, entre os setores alimentício, de e-commerce e de medicamentos, o parque logístico está em plena ampliação e expansão. "Fechamos a locação de 13 mil metros quadrados e estamos reiniciando as nossas ampliações, com a construção de mais dois armazéns, totalizando 16 mil metros quadrados de área construída", detalha o diretor do 3SB Parque Logístico, Reginaldo Martins.
A perspectiva é de que, até o primeiro trimestre de 2025, seja concluído o master plan da empresa em Nova Santa Rita, de 210 mil metros quadrados, com investimentos de R$ 50 milhões.
Em outro eixo rodoviário da Região Metropolitana, foi inaugurado neste ano, em Guaíba, às margens da BR-116 Sul, o Ellosul Ecossistema Logístico, a partir de um investimento de R$ 500 milhões do Grupo Lebes, que se anuncia como o futuro maior centro logístico do Rio Grande do Sul. Serão sete pavilhões moduláveis, dos quais, dois já operam, em uma área logística de 264 mil metros quadrados, superando o porte do 3SB, por exemplo.
Os ramais rodoviários que determinam este movimento dos empreendimentos logísticos têm outro terreno bastante fértil entre Gravataí e Cachoeirinha, às margens da BR-290 e da ERS-118, em seu trecho duplicado, entre Gravataí e Sapucaia do Sul. É justamente neste trecho que o 3SB, após completado o projeto de Nova Santa Rita, já confirmou a sua expansão, em Gravataí.
"Na cheia, com o isolamento de diversas regiões, percebemos que, para maior segurança aos nossos clientes, precisávamos estar também em outros pontos da Região Metropolitana, e Gravataí, além de Nova Santa Rita, foi o local que nos pareceu estrategicamente mais adequado", diz Martins.
A cidade, que já conta com quatro grandes condomínios com estruturas logísticas de empresas, espera as finalizações de pelo menos outros cinco centros logísticos, que agora incluirão ainda um terceiro eixo rodoviário, na ERS-030, que liga a Região Metropolitana ao Litoral, mas também representa um atalho em direção à freeway.
 

Duplicação de mais um trecho da ERS-118 deve representar novo salto de empreendimentos

E se a duplicação da ERS-118, que se arrastou por quase duas décadas, entre Gravataí e Sapucaia do Sul, encurtando e dando maior segurança para quem trafega entre a freeway e a BR-116, significou um salto, com a revelação de uma nova vocação a Gravataí, a enxurrada de maio serviu para alertar a todos sobre a relevância da rodovia entre Gravataí e Viamão.
Com todos os acessos à Capital bloqueados, esta virou a única rota possível durante algumas semanas, a partir de Alvorada ou de Viamão.
"Naquele período, ficou comprovado o risco de colapso da rodovia sem uma duplicação. Quintuplicou o movimento e, entre Gravataí e Viamão, era comum levar cinco horas no trânsito", lembra o secretário-geral de Governo de Viamão, Túlio Barbosa.
Uma das possibilidades consideradas pelo governo estadual foi a de incluir o trecho em um dos lotes de concessão de rodovias, com a implantação de pedágio na região, algo que mobilizou lideranças locais contra a nova cobrança.
Agora, aumenta a possibilidade de que o trecho da ERS-118, por ter sido a estrada do desafogo durante a enchente, receba recursos do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), com os recursos que o Estado deixa de repassar à União no período de reconstrução.
Fica junto à rodovia o Distrito Industrial de Alvorada-Viamão que, mesmo sem uma solução viária, começa a, finalmente, sair do papel. Já são quatro empresas instaladas na área e, segundo Barbosa, há procura de novas empresas. Entre os futuros empreendimentos a se instalarem está a Fundição Ciron, que leva para Alvorada a relevância do setor industrial metalúrgico. Com aporte previsto de R$ 200 milhões, a indústria terá capacidade de produção de 7,5 mil toneladas de ferro fundido por mês.
Outros R$ 30 milhões são aportados pelo Grupo Argenta, também no lado de Alvorada, para ampliar em até 40% a comercialização da Aiva Lubrificantes, que refina e desenvolve novas tecnologias de combustível nesta planta industrial. Nesta fábrica, são 180 funcionários.
O principal investimento na rodovia, no lado de Viamão, foi concretizado no ano passado, quando a fabricante de peças automotivas Viemar, concentrou no município e na ERS-118, cinco unidades industriais em uma mesma planta.
"Foi um dos símbolos da forma como estamos trabalhando para atrair investimentos para o município. Em um ano, todo o processo para instalação da empresa estava pronto. Criamos uma lei de incentivo local para desburocratização, que foi decisiva, por exemplo, para as instalações de cinco atacarejos e grandes redes. A geração de empregos em Viamão é uma preocupação constante nossa. Hoje, 60 mil pessoas ainda saem diariamente da cidade para trabalhar", diz o secretário.
A movimentação diária de caminhões a partir da atração de investimentos para a região, porém, diariamente escancara a necessidade de melhoria na rodovia. "Estamos em uma concorrência com Gravataí. Assim como eles, nós fomos um lugar seguro durante as cheias e geramos a atração de empresas para cá, com preços de terrenos mais baratos, porém, ainda com essa expectativa de melhorias logísticas", aponta Barbosa.
A condição geográfica de Viamão durante a inundação também motiva o desenvolvimento de outra frente logística, mais próxima da ligação do município com as zonas Sul e Leste de Porto Alegre. Na área de 88 hectares que era da Fepagro, é projetado um novo distrito logístico e tecnológico.
"Não existem empresas logísticas hoje, nesse trecho entre a ERS-118 e a ERS-040, e nós estamos criando essa nova opção, com um novo conceito. Já temos negociações com um grupo logístico nacional que, no entanto, está monitorando a situação da 118", comenta Túlio Barbosa.
Mesmo figurando entre os 15 maiores PIBs municipais entre os 45 municípios retratados neste capítulo do Mapa Econômico do RS, Viamão e Alvorada estavam, em 2021 - registro mais recente feito pelo IBGE -, entre os três menores PIBs per capita do Rio Grande do Sul. Nenhum dos dois municípios figurava entre os 10 maiores VABs industriais das regiões.
 

Municípios onde estão os principais condomínios logísticos da região

  • Guaíba
  • Nova Santa Rita
  • Gravataí
  • Sapucaia do Sul
  • Cachoeirinha
  • Canoas

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