As frutas representam a ponta de toda uma cadeia produtiva entre o Litoral Norte e a Região Metropolitana. Toda a banana consumida na produção dos doces da DaColônia, em Santo Antônio da Patrulha, por exemplo, é fornecida por produtores da região. Em 2023, para que se tenha uma ideia, a empresa produziu 3,5 mil toneladas de produtos à base da fruta.
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"Temos uma relação muito próxima com estes produtores. É uma relação saudável, que gera benefícios e resultados para ambas as partes. São inúmeras famílias beneficiadas por essa relação. Temos ainda na região todo o nosso fornecimento de melado, e o açúcar mascavo é produzido na região por pequenos produtores que já são nossos fornecedores há mais de 60 anos", conta o diretor da DaColônia, Willian Freitas.
Três Cachoeiras, Morrinhos do Sul e Mampituba lideram a produção gaúcha de bananas e de abacaxis, que conta com Terra de Areia e Torres também em papel de destaque na produção.
O resultado de parcerias que movimentam a produção agrícola do Litoral, como a desenvolvida pela DaColônia, tem ganhado o mundo. Em outubro, a empresa foi a única do setor no Rio Grande do Sul a ter um estande próprio na Feira Sial, em Paris, na França.
Neste ano, a fabricante de Santo Antônio da Patrulha investe R$ 20 milhões em melhorias de equipamentos e processos para desenvolver, principalmente, as suas novas barras de proteína. Em média, a empresa cresce 25% por ano. Com 950 funcionários, a maior parte moradora do município, a DaColônia hoje tem capacidade de produzir 24 mil toneladas de produtos por ano.
Arroz orgânico está em recuperação após cheias
Entre Eldorado do Sul, Nova Santa Rita e Viamão, a Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), ligada ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), produz arroz em 3,6 mil hectares. É justamente o trabalho dos assentados que garante, com a marca Terra Livre, o diferencial para o arroz produzido na região, com a maior área de cultivo orgânico do grão no País.
A produção certificada está em ritmo de retomada após as cheias. Na biofábrica que funciona no Assentamento Filhos de Sepé, em Viamão, são desenvolvidos adubos e insumos com base 100% biológica.
"A partir das cepas fornecidas pela Embrapa, a produção, com o tratamento de sementes, de enraizamento e de desenvolvimento, funciona como um fermento. Tínhamos, por exemplo, a incidência de lagartas, percevejos. Já desenvolvemos insumos orgânicos contra essas pragas", explica o tesoureiro da Cootap, Marcos Vanderlei dos Santos.
A cheia, contudo, arrasou boa parte da produção, deixando R$ 11,4 milhões em prejuízos. O período de plantio - com especial atenção aos cuidados com o solo -, já se iniciou em uma área 10% menor. A expectativa é colher até 14 mil toneladas de arroz orgânico, quase o dobro das 7,5 mil toneladas deste ano. A inundação levou à perda de 51% da produção.
A produção rural no Litoral e Região Metropolitana
Arroz
- Mostardas - 29,9 mil hectares
- Viamão - 17,3 mil hectares (perda de 1,1 mil hectares)
- Palmares do Sul - 13,2 mil hectares
- Santo Antônio da Patrulha - 11,1 mil hectares (perda de 422 hectares)
- Eldorado do Sul - 10,6 mil hectares (perda de 963 hectares)
- Nova Santa Rita perdeu 3,08 mil hectares e colheu 1,02 mil
- Triunfo perdeu 1,4 mil hectares e colheu 4,8 mil
FONTE: Irga 2023/24.
Frutas
*Bananas
- Três Cachoeiras - 39,2 mil toneladas
- Morrinhos do Sul - 30 mil toneladas
- Mampituba - 20,8 mil toneladas
- Dom Pedro de Alcântara - 10,5 mil toneladas
- Terra de Areia - 8,8 mil toneladas
*Abacaxi
- Terra de Areia - 3,6 milhões de frutos
- Três Cachoeiras - 267 mil frutos
- Torres - 185 mil frutos
- Itati - 56 mil frutos
- Três Forquilhas - 50 mil frutos
Fonte: Embrapa, 2022.