A recuperação do Aeroporto Salgado Filho é um dos principais símbolos da retomada da economia gaúcha no pós-cheias de maio. E a aposta no potencial logístico dessas instalações pode garantir pontos importantes no fortalecimento do Rio Grande do Sul em relação à economia global nos próximos anos. Um passo a mais nesse sentido começa a ser dado na próxima segunda-feira, dia 16 de dezembro, quando o complexo aeroportuário gaúcho volta a operar com capacidade plena. A informação foi destacada pelo diretor comercial e de logística da Fraport Brasil, Rodrigo Sousa, durante sua participação no painel do Mapa Econômico do Rio Grande do Sul, realizado pelo Jornal do Comércio nesta segunda-feira (9), na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).
O diretor comercial e de logística da Fraport Brasil confirmou informação, já adiantada pelo JC, de que no dia 16 de dezembro o aeroporto de Porto Alegre será completamente reaberto, inclusive para voos internacionais. A partir daí, aponta Souza, a retomada de rotas será gradual, dependendo das empresas aéreas. Além disso, ele deu uma boa notícia: "em janeiro já teremos 91% dos voos que tínhamos em janeiro de 2024".
Atualmente, 80% do volume do terminal de cargas do aeroporto de antes da enchente já estão recuperados. Como oportunidade, ele listou o fato de o Rio Grande do Sul ser o segundo estado que mais recebe estrangeiros, apenas atrás de São Paulo.
“O mercado logístico cresce acima de dois dígitos no mundo, mas o Brasil, durante muito tempo, não investiu em infraestrutura. São Paulo, por exemplo, colapsou ao tentar seguir este ritmo da logística. Aproveitar as oportunidades para investimentos em infraestrutura, que permitam atender a esse potencial logístico é um diferencial que nós acreditamos ter em Porto Alegre”, diz o diretor comercial e logístico da Fraport, Rodrigo Souza.
Para que se tenha uma ideia, mesmo ainda sob os efeitos da cheia e sem o funcionamento do aeroporto para pousos e decolagens, desde junho o terminal de cargas internacionais criado pela Fraport em Porto Alegre já operava. E, atualmente, chega a 1,6 mil toneladas de cargas por mês, 80% do fluxo normal.
“O terminal de carga internacional é uma convicção nossa, com muito a crescer ainda. Ele opera com 45% da sua capacidade, por exemplo. E nos últimos meses, garantiu alto volume de movimentação somente com cargas terrestres, vindas na maior parte de São Paulo, e que são nacionalizarás aqui. Com a retomada dos voos internacionais em breve, o volume deve aumentar e qualificar”, estima o diretor.
Potencial há. O Rio Grande do Sul é o segundo estado brasileiro que mais recebe estrangeiros, e somente entre trabalhadores, o ecossistema do Salgado Filho movimenta quatro mil pessoas.
Ao apontar as oportunidades geradas a partir dessa estratégia, Rodrigo Souza revela que em breve um novo condomínio logístico deve ser anunciado junto a estrutura do aeroporto.
Os investimentos para potencializar o turismo, que tem a porta de entrada para todas as regiões do Estado no aeroporto, não ficam de lado. O hotel da rede Laghetto está sendo erguido, e a retomada dos voos, garante o diretor, esta próxima de voltar aos índices anteriores.
“A aviação passa por um momento desafiador. Olhando para as oportunidades, surge aí um campo importante para voos com aeronaves menores, com o reforço de rotas regionais”, valoriza Souza.
Fluxo em dezembro deve ficar entre 400 e 450 mil passageiros
O Aeroporto Internacional Salgado Filho deve receber entre 400 mil a 450 mil passageiros no fechamento de dezembro, segundo o diretor comercial e de logística da Fraport Brasil, Rodrigo Sousa. A projeção, assegurando maior fluxo desde o evento climático de maio, que paralisou voos no complexo até meados de outubro, captura demanda de temporada de férias, além da retomada da capacidade completa da operação, incluindo a reativação da frente internacional, com voos ainda este mês da Copa Airlines, a partir do dia 19.
Em janeiro, volta a Latam, com destinos ao Chile e Peru, dois hubs para conexões no exterior da aérea.
"Começamos dezembro com 70% da capacidade do aeroporto (limitação da pista). A gente espera operar com algo em torno de 400 mil a 450 mil pessoas em dezembro", estima Sousa.
O número acrescentará um outro panorama de tráfego, depois e 141,2 mil em outubro, com a volta de voos na pista. Ter mais de 400 mil passageiros é como voltar ao cenário do segundo semestre de 2021, pouco mais de um ano após a eclosão da pandemia de Covid-19.
A partir de 2022, o aeródromo só escalou novos patamares de tráfego, acima de 500 mil e 600 mil, como foi o abril deste ano, com 565 mil passageiros, mês que antecedeu a inundação histórica no complexo em Porto Alegre.
A Fraport também terá expansão do seu braço comercial que atende usuários, com duas novas marcas, a Mania de Churrasco e Doce Docê Café, na praça de alimentação. Com isso, terá mais de cem operações. Para 2025, novos contratos já estão sendo firmados, garante Sousa.