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Mapa Econômico do RS

- Publicada em 24 de Novembro de 2023 às 19:01

Construção civil transforma municípios do Litoral do RS, como Capão da Canoa

Número de habitantes de Capão da Canoa teve alta de 51% entre 2010 e 2022; população dispara no verão

Número de habitantes de Capão da Canoa teve alta de 51% entre 2010 e 2022; população dispara no verão


PREFEITURA DE CAPÃO DA CANOA/DIVULGAÇÃO/JC
“As pessoas que vinham para o Litoral nos anos 1980 e 90, e de repente voltam agora, se surpreendem. Porque não é mais o mesmo lugar, e aquele fluxo de pessoas que se concentrava na região só no período de verão, sem a estrutura mais adequada, mudou completamente. E isso tem exigido também que a política pública seja mais ágil”, comenta o prefeito de Capão da Canoa, Amauri Germano.
Ele governa o município que registrou, entre os censos de 2010 e 2022, o crescimento mais acentuado na população na região que se transformou em pouco mais de uma década.
Em Capão, a população residente saltou de 42 mil para 63,5 mil pessoas, uma alta de 51%. Nos finais de semana, a população aumenta para algo em torno de 150 mil pessoas, e no veraneio, 1 milhão. Em todo o Litoral, o Censo do último ano registrou 372,6 mil habitantes, 25,8% a mais do que no levantamento anterior.
Conforme a concessionária CCR Viasul, que opera a freeway desde 2019, a cada ano, há o registro de aumento de 4% no fluxo da rodovia em direção às praias durante o ano inteiro.
“O período de pandemia acelerou esse processo. Muitas pessoas, com a necessidade do home office, optaram pelo Litoral, em busca de mais qualidade de vida, e ainda com a proximidade da Região Metropolitana, e há ainda muitas pessoas da terceira idade optando por se estabelecerem na região. É um perfil populacional de classe média-alta”, aponta o prefeito.
Em 2020, Capão da Canoa registrava o maior PIB da região, de R$ 1,7 bilhão, com um VAB de Serviços de R$ 1,3 bilhão. A tendência para os próximos anos é de alta. É que, naturalmente, com a migração populacional, os serviços têm se aproximado cada vez mais do Litoral.
Nos últimos anos, duas escolas particulares instalaram-se em Capão da Canoa, e ambas já não têm vagas disponíveis no ensino fundamental. Um polo da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) também já está no município, e, conforme o prefeito, a movimentação agora é para a vinda do curso de Medicina para a região.
Pudera, entre Capão da Canoa e Xangri-La, já são três hospitais e há o projeto de construção de mais um.
A corrida dos supermercados, atacarejos e grandes varejos também marca presença no Litoral. Redes como a Andreazza, Stok Center e Havan já estão instaladas. “Em dez anos, nossa população vai triplicar”, acredita Amauri Germano.
Uma perspectiva que ganhou força a partir da liberação, após um período de embargo, para novos projetos habitacionais na região. Somente em Capão, deram entrada este ano entre 40 e 50 projetos para novos edifícios e outros quatro condomínios de casas e terrenos.
“Estamos, sem dúvida, na região mais aquecida para o setor de construção no Rio Grande do Sul. Temos em torno de 2,5 mil imóveis a serem lançados nos próximos cinco anos entre apartamentos e casas em Capão da Canoa e Xangri-Lá. Dois condomínios recém lançados, por exemplo, tiveram 100% das vendas em 30 dias”, aponta o coordenador do escritório regional do Sinduscon no Litoral Norte, Alfredo Pessi.
Até setembro deste ano, a avaliação de valores gerais de venda, somente entre Capão da Canoa e Xangri-Lá, chegou a R$ 1,7 bilhão. E é o tipo de empreendimento com exigências específicas, como aponta Pessi: “As pessoas que vieram para o Litoral, buscam conforto para toda a família na casa, e também a qualidade dos serviços que tinham em Porto Alegre ou nas cidades da Região Metropolitana. Há uma demanda grande por construções nas áreas da saúde, educação e varejo, e cada vez mais estamos em busca de mão de obra qualificada para esse tipo de construção”, diz Pessi.
Entre as obras estruturais que o município tem tocado, para acompanhar a mudança no perfil da região, está o início das obras de duplicação da avenida Paraguassu, que preveem um investimento de R$ 30 milhões nos próximos anos.