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Mapa Econômico do RS

- Publicada em 24 de Novembro de 2023 às 14:52

Guaíba tem projeto industrial sustentável bilionário

Fábrica de celulose da CMPC vai reduzir emissões atmosféricas com as melhorias

Fábrica de celulose da CMPC vai reduzir emissões atmosféricas com as melhorias


CMPC/DIVULGAÇÃO/JC
A transformação da economia na Região Metropolitana de Porto Alegre rumo à produção mais limpa tem um símbolo em Guaíba. Justamente nas instalações que, na década de 1970, tinham a fumaça das suas chaminés como exemplo de descaso com o meio ambiente, 50 anos depois se concretiza o maior projeto de sustentabilidade na indústria gaúcha.
Quem comandou, com aportes que chegaram a R$ 2,75 bilhões entre 2021 e 2023, foi a chilena CMPC, considerada hoje a maior indústria em operação no Rio Grande do Sul.
A partir de Guaíba, mais de 2 milhões de toneladas de celulose são produzidas anualmente, tendo 90% da sua produção destino fora do Brasil. Agora, com a concretização do projeto BioCMPC, essa capacidade será ampliada em pelo menos 350 mil toneladas (18%) já a partir de 2024.
Uma ampliação que, diferente de outros tempos, representará ainda menos impacto ambiental com os processos industriais. Com uma rede de 44 plantas industriais na América Latina, a produção da CMPC em Guaíba representa 50% de toda a celulose processada pela empresa.
“Temos um compromisso com a comunidade de Guaíba e do Rio Grande do Sul. Ainda em 2019, assumimos um pacto que estabelece, até 2025, a redução de 25% do uso de água na produção e o índice zero de geração de resíduos em aterros sanitários. Até 2030, o objetivo é reduzir em 50% as emissões de gases causadores do efeito estufa, com o acréscimo de 100 mil hectares de áreas de conservação. O projeto BioCMPC concentra uma série de ações para a concretização das nossas ações para atingirmos as metas”, explica a diretora de Relações Institucionais, Comunicação e Sustentabilidade da CMPC, Sharon Bicca Treiguer.
Entre as ações já concretizadas pelo BioCMPC está a revisão da coleta de gases justamente nas chaminés que em outros tempos mancharam o horizonte da Região Metropolitana. O resultado, aponta a diretora, “é o melhor tratamento de gases de todo o setor no País e um dos melhores do mundo”.
É parte do conjunto de 31 melhorias executadas neste projeto – nove relacionadas a medidas de controle ambiental mais eficazes em equipamentos já operantes, oito em iniciativas de gestão ambiental e 14 na modernização operacional.
A CMPC assumiu a planta de produção de celulose em Guaíba em 2009. Desde então, foram quase R$ 10 bilhões em investimentos significativos para a transformação da sua produção, que, nos últimos dois anos, bateu recordes.
Em 2015, por exemplo, o aporte foi de R$ 5 bilhões para quadruplicar a produção na planta, com a criação da unidade Guaíba 2 – na época passou de 450 mil toneladas/ano para 1,8 milhão. Além da celulose, que tem seus principais mercados na Ásia e Europa, a unidade gaúcha produz ainda papel sulfite de diferentes gramaturas, em quantidade bem inferior à produção de celulose.
Em Eldorado do Sul, uma propriedade de 99 hectares ainda garante um diferencial fundamental à sustentabilidade desta fábrica. “O Hub de Economia Sustentável garante a reutilização de 100% dos resíduos gerados com a produção de celulose. São 600 mil toneladas por ano, que resultam em 13 novos produtos aproveitados na fabricação de cimento, adubos e fertilizantes até insumos para a produção de painéis de madeira. Com o BioCMPC, continuaremos sendo uma empresa zero resíduos, mas reduziremos consideravelmente o volume gerado”, aponta Sharon Treiguer.
O impacto das ações da empresa vai muito além do parque industrial. São 6,6 mil funcionários entre a produção industrial, florestal e as operações portuárias da empresa no Estado. Há uma cadeia de 900 fornecedores, dos quais, 60% no Rio Grande do Sul.
A empresa está presente em 75 municípios, com 1.041 hortos e 487 mil hectares de florestas plantadas.
 
PIB do município dispara após ampliação da fábrica de celulose
O reflexo da presença da CMPC já pesa na economia de Guaíba. Em 2009, ano em que a empresa assumiu a planta de celulose na cidade, o PIB era de R$ 1,9 bilhão, com o VAB Industrial de R$ 538,9 mil.
Em 2020, após o aporte de R$ 5 bilhões na Planta 2 em Guaíba, mas ainda antes do investimento no BioCMPC, o PIB da cidade saltou para R$ 5,8 bilhões, passando a figurar entre os 10 primeiros das regiões Metropolitana, Vale do Sinos, Litoral Norte e Centro-Sul.
O Valor Adicionado Bruto (VAB) Industrial dobrou, chegando a R$ 1,1 bilhão.