{{channel}}
Regiões Central e Vales buscam reconstrução e retomada econômica
Obras de infraestrutura e novos investimentos criam oportunidades de desenvolvimento econômico seis meses após enchentes
Por Guilherme Kolling
O giro pelo interior do Rio Grande do Sul em 2024 passou por Santa Maria, nesta segunda temporada do projeto Mapa Econômico do RS. O foco, neste caso, foi a Região Central do Estado.
Continue sua leitura, escolha seu plano agora!
Já é assinante? Faça login
O giro pelo interior do Rio Grande do Sul em 2024 passou por Santa Maria, nesta segunda temporada do projeto Mapa Econômico do RS. O foco, neste caso, foi a Região Central do Estado.
A iniciativa do Jornal do Comércio se propõe a identificar as principais cadeias produtivas nas diferentes regiões do Rio Grande do Sul, além de apontar desafios e oportunidades de desenvolvimento econômico.
Na primeira temporada, em 2023, foram identificadas mais de 80 iniciativas relevantes em solo gaúcho, que já são realidade ou que podem se transformar em novas molas propulsoras do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul. Outras dezenas de desafios também estão no radar a cada capítulo.
Com a comparação de dados de um ano para outro, é possível apontar indicadores da economia do Rio Grande do Sul, mostrando, comparativamente, o estágio atual de cada região, seus avanços, aproveitamento de oportunidades bem como pontos que não deslancharam.
Além disso, cabe lembrar que o tema ambiental – que já estava no foco, considerando que buscamos retratar uma economia em transformação, em que um dos pilares é a busca por sustentabilidade – ganha ainda mais atenção após a tragédia climática que atingiu o Estado.
Assim, dois eixos estão em destaque nos cinco capítulos do Mapa Econômico 2024:
1) oportunidades de desenvolvimento em uma economia que se transforma em busca de mais sustentabilidade;
2) desafios para a retomada econômica do Rio Grande do Sul após as enchentes de maio.
Neste quarto conteúdo especial da série Mapa Econômico do RS deste ano, o tema se impõe, já que a radiografia engloba regiões muito afetadas pelas cheias de maio, como o Vale do Taquari, que já havia sido castigado em eventos climáticos extremos nos meses anteriores. Esta edição engloba ainda as Regiões Central, Vale do Rio Pardo, Vale do Jaguari e Jacuí Centro.
Após a enchente, que deixou um rastro de destruição e problemas nos mais diversos setores, gargalos da infraestrutura pioraram, com novos problemas emergenciais a serem resolvidos.
Felizmente, há também boas notícias nesse período de retomada econômica, como a reconstrução em curso e investimentos que foram mantidos nessas regiões. São pontes sendo refeitas, trechos de estradas desobstruídos, famílias sendo reassentadas e uma série de outras iniciativas.
Estão nessas regiões duas estradas fundamentais para o Rio Grande do Sul, concedidas à iniciativa privada: a BR-386 administrada pela CCR, e a rodovia RSC-287, gerenciada pelo Grupo Sacyr. Ambas tiveram algum atraso nos seus projetos de duplicação. Mas vários trechos que foram atingidos ou até destruídos pela força das águas de maio já estão refeitos, e as obras seguem a pleno em diversas cidades. Há também iniciativas comunitárias, com o apoio de entidades empresariais e prefeituras, para literalmente refazer pontes.
Também chama a atenção o impulso de alguns setores tradicionais como a indústria de bebidas e alimentos, uma das forças da economia da região.
Além disso, houve atração de novos investimentos mesmo nesse período crítico, como a instalação de centros logísticos, além do aporte de empresas na reinstalação de suas sedes em novos pontos.
O que se observa, mais uma vez, é a diversidade marcante da economia gaúcha, com diversos segmentos concorrendo para o desenvolvimento econômico. Mais uma vez, o trabalho do Mapa Econômico do RS mostra a importância da visão local sobre oportunidades e desafios.
Em um debate em 17 de outubro com mais de uma centena de lideranças regionais, em Santa Maria, polo de importantes universidades e pesquisa, emergiu, como em outras regiões, a defesa da união de esforços para o desenvolvimento econômico.
E o tema infraestrutura voltou a ser debatido, tanto em relação a melhorias no acesso à principal cidade do Centro do Estado, como o de instalação de um aeroporto civil em Santa Maria, demanda que ganhou força após o fechamento do terminal de Porto Alegre – o Salgado Filho ficou mais de cinco meses fechado para voos, reabrindo parcialmente em outubro.
Em termos de oportunidades, em uma cidade que se notabiliza pela força dos serviços, com uma grande população de renda estável, notadamente ligada à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e às Forças Armadas, emergiram ideias sobre novas possibilidades de alavancar o turismo, além da coerente aposta na inovação, aproveitando o conhecimento da academia a ser transformado em PIB e transformações para a sociedade.
Também na tecnologia para o agro está um caminho para novos negócios na região. Uma síntese das demandas e das possibilidades apontadas pelas lideranças ouvidas no painel e identificadas no levantamento de informações com poder público e entidades privadas está detalhada no Jornal do Comércio, com o mapeamento de oportunidades e um raio-x das diversas cadeiras produtivas.
O trabalho de pesquisa, cruzamento de dados e centenas de entrevistas é complementado, desta forma, com o conhecimento local. É por isso que estamos realizando cinco encontros regionais. Depois de passar por Erechim (Norte), Bento Gonçalves (Serra), Rio Grande (Sul) e Santa Maria (Centro), fecharemos o ano com um encontro em Porto Alegre no início de dezembro.
A tarefa de radiografar a diversa economia gaúcha é ambiciosa, mas enfrentamos este desafio porque está em linha com o trabalho do JC, o diário de economia e negócios do Rio Grande do Sul.