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Turismo nos Vales abre os braços para recuperação e novos visitantes
Região registrou graves problemas logísticos com as cheias de maio
Entre julho e agosto, pelo menos 200 visitantes chegaram ao complexo do Cristo Protetor, em Encantado, no Vale do Taquari, a partir de vouchers distribuídos por estabelecimentos comerciais da região cada vez que os clientes consumiam um valor específico. A vista era um presente e também uma forma de multiplicar a ideia de que, sim, o Vale do Taquari está de novo de braços abertos para receber o turismo. Para ganhar o prêmio, o consumidor precisava postar fotos nas suas redes sociais, como um convite a essa retomada.
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Chuva potencializa turismo científico na Região Central
Curiosamente, as cheias potencializaram e geraram novas frentes de pesquisa em relação ao turismo científico, movido pelo valor paleontológico na Região Central do Estado. Em junho, um mês depois dos eventos climáticos, a comunidade científica internacional reconheceu a descoberta do fóssil Parvosuchus aurelioi - como foi batizado o réptil anterior aos dinossauros -, uma espécie até então inédita no Brasil. O fóssil, inclusive com o crânio em ótimo estado, foi achado em Paraíso do Sul.
O resultado de mais uma descoberta relacionada ao trabalho do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (Cappa), da UFSM, naturalmente atraiu um número maior de pesquisadores ao Geoparque da Quarta Colônia, mas este interesse foi ampliado ainda mais com o efeito da enxurrada no solo.
"Os fósseis surgem naturalmente pela erosão. A chuva, geralmente, é nossa parceira. Depois de cada evento de chuva, vamos lá coletar. Agora, provavelmente perdemos muita coisa, mas, por outro lado, muitas revelações apareceram com esse alto volume de chuva, e isso tem motivado ainda mais as pesquisas e a relevância do nosso Centro, que é modelo de paleontologia no Brasil. Temos colaborações com pesquisadores do mundo todo", aponta o paleontólogo Rodrigo Müller, que desde 2016 atua no Cappa e é o autor do estudo sobre a espécie recentemente confirmada.
Já são 26 novas espécies encontradas em revelações de fósseis na região do Geoparque. A partir da aceleração da erosão do solo com as cheias na área, Müller confirma que diversos materiais foram revelados. As principais descobertas aconteceram entre Agudo e São João do Polêsine.
Foi neste último município que, em julho, foi possível encontrar o esqueleto quase completo de um dinossauro com aproximadamente 233 milhões de anos, do Período Triássico. A estimativa é de que o animal teria chegado a 2,5 metros de comprimento.
Rotas Turísticas
- Geoparque da Quarta Colônia: A rota, na Região Central do Estado, combina o turismo científico e acadêmico ao cultural e rural, com a região de imigração italiana, na Quarta Colônia.
- Santiago do Brasil: A partir de Santiago, no Vale do Jaguari, o turista é convidado a uma experiência de contemplação, na rota de 147 quilômetros em direção às Missões, passando por um museu a céu aberto, com as árvores petrificadas de Mata.
- Vale do Rio Pardo: O Vale do Rio Pardo oferece uma série de alternativas turísticas, do chimarrão ao chopp, passando pelas tradições rurais alemãs aos festejos como a Oktoberfest.
- Cristo Protetor: Em Encantado, no Vale do Taquari, o santuário é local de peregrinação para turistas do Brasil e do Exterior.
- Trem dos Vales: O Trem dos Vales foi uma atração turística duramente atingida pelas cheias, e teve a temporada 2024 cancelada. Entre 2019 e 2023, mobilizou, no percurso superior a 40 quilômetros, que apresenta a paisagem do Vale do Taquari, entre Guaporé e Muçum, mais de 115 mil passageiros.