O trabalho técnico em conjunto entre os produtores e a Emater nos últimos anos é a principal esperança do setor produtor de erva-mate para confirmar a expectativa que tinha antes das cheias de maio de garantir uma safra superior à dos últimos anos. Pelo levantamento da entidade, a cheia destruiu por completo 438,8 mil plantas no Estado. De acordo com o Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate), a perda é estimada em 10% da produção, justamente na região do alto Taquari, onde estão os municípios de maior produção da erva no Rio Grande do Sul.
O trabalho técnico em conjunto entre os produtores e a Emater nos últimos anos é a principal esperança do setor produtor de erva-mate para confirmar a expectativa que tinha antes das cheias de maio de garantir uma safra superior à dos últimos anos. Pelo levantamento da entidade, a cheia destruiu por completo 438,8 mil plantas no Estado. De acordo com o Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate), a perda é estimada em 10% da produção, justamente na região do alto Taquari, onde estão os municípios de maior produção da erva no Rio Grande do Sul.
"Comparado com outras culturas, o nosso impacto foi pontual, com uma perda total pequena. Mas há uma preocupação em relação ao excesso de chuva, que derrubou muitas folhas, e o excesso de umidade, que não é muito bom para a planta. Havia uma preocupação também com o frio, neste período a planta precisa de frio, ou perde folhas. Tivemos também alguns problemas logísticos, para acessar as áreas de plantios. Geralmente a colheita acontece entre maio e setembro, mas segue também nos outros meses", explica o presidente do Ibramate, Alberto Tomelero.
A aposta, para chegar às até 320 mil toneladas previstas pela Emater para essa safra de erva-mate verde, chegando a 52% a mais do que em 2022, por exemplo, quando houve estiagem, está na melhoria técnica dos ervais. Segundo Tomelero, no Estado há hoje produtores que chegam a obter 30 toneladas de erva por hectare, com uma média de 10 toneladas. Há uma década, a média ficava em torno de 5 toneladas por hectare.
"A produção tem se qualificado muito, com o maior adensamento dos ervais. Levam oito anos para que um erval se desenvolva, e o que tem acontecido em regiões como o Alto Taquari, onde as áreas não são planas e não permitem a mecanização para outras culturas, é essa especialização. O número de produtores até reduziu, mas a qualidade do produto está em evolução", comenta o dirigente. Nesta região, que concentra os quatro principais municípios produtores de erva-mate e, juntos, somam mais de 50% da área plantada no Rio Grande do Sul. "No mundo, o maior consumo é da erva amarela, e a nossa indústria ainda não tem, e não incentiva o produtor a ter, estrutura para armazenar grandes quantidades de erva, para que ela fique estacionada, como faz a indústria argentina", aponta Tomelero.
Segundo ele, quanto mais tempo de estacionamento da erva, mais suave ela fica. De forma individual, algumas empresas, como a Baldo, em Encantado, têm avançado neste setor. Não à toa, sai do município 71% da erva-mate exportada pelo Rio Grande do Sul. É o principal exportador gaúcho. Na região, somente Arvorezinha está na lista dos cinco principais exportadores, mas com menos de 5% da erva negociada no exterior. Por outro lado, a produção de Ilópolis, Arvorezinha, Anta Gorda e Putinga, somadas, representam 43,7% de toda a erva-mate do Estado.
Em 2022, o Rio Grande do Sul concentrava 28,1 mil hectares de área plantada, 36,7% da produção do País. Entre 2020 e 2022, houve crescimento de 2,8% da área plantada.
73% das exportações de erva-mate são gaúchas.
Maiores produtores
Ilópolis: 5,2 mil hectares (34,5 mil toneladas)
Arvorezinha: 5 mil hectares (30,4 mil toneladas)
Anta Gorda 2,7 mil hectares (16,8 mil toneladas)
Putinga: 1,6 mil hectares (10,4 mil toneladas)
Venâncio Aires: 600 hectares (em 20 anos, reduziu em 4,1 mil hectares)
Exportadores de erva-mate
Encantado: 49,9 milhões de dólares (71% das exportações do RS)
Arvorezinha: 3,2 milhões de dólares (4,6% das exportações do RS)
(FONTE: SEAPI,2022)