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Produção fumageira garante exportações em alta
Região concentra mais de uma dezena de processadores que destinam o tabaco à exportação
Uma cadeia produtiva em evolução, desde o campo até a indústria, voltada quase exclusivamente à exportação. Esta é a realidade do setor fumageiro, que garante a Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, lugares entre os dez municípios com maiores valores exportados no Rio Grande do Sul entre janeiro e setembro deste ano. Mesmo com os eventos climáticos de maio, que não afetaram o período de safra, mas anteciparam a maior parte das vendas do tabaco, somente entre os dois municípios, foram comercializados mais de US$ 1,5 bilhão entre tabaco cru e seus derivados. O setor respondeu, nestes nove primeiros meses do ano, por 8,4% das exportações gaúchas - em torno de 90% deste volume escoado a partir de Rio Grande.
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Neutralização de gases na produção industrial do tabaco
O Vale do Rio Pardo, região que responde por 30% da produção, e praticamente toda a industrialização do tabaco no Rio Grande do Sul é, entre as regiões retratadas neste Mapa Econômico, a que mais atua regionalmente na captura dos gases causadores do efeito estufa. Conforme o relatório do Sistema de Estimativas de Gases de Efeito Estufa, do Observatório do Clima, os municípios do Vale do Rio Pardo neutralizaram, em 2022, 20,4% dos gases que emitem. Uma média bem superior aos 14,1% de captura ou neutralização em nível estadual. Na produção fumageira, também estimulada pelo mercado internacional em que está inserida, este processo estende-se entre toda a cadeia produtiva.
"O impacto produtivo do tabaco é positivo, porque ele absorve o carbono e é cultivado em pequenas áreas. Isso permite, por exemplo, a manutenção de campos nativos e estimula o plantio de novas florestas, pela silvicultura, que alimentam o processo de secagem das folhas. É muito menos impactante que lavouras extensivas, por exemplo. E mesmo com todo o preconceito e a publicidade negativa, este é um dos setores que menos usam agroquímicos atualmente. São pelo menos 14 culturas que usam mais defensivos do que o fumo. Temos investido em produtos mais orgânicos e na saúde do produtor", garante Marcílio Drescher. Boa parte do estímulo para essa mudança vem da indústria. O complexo fumageiro está dentro de um ambiente, em Santa Cruz do Sul, onde a ideia da indústria limpa, nos mais variados setores produtivos, tem ganhado cada vez mais espaço.
A Japan Tobacco International (JTI), que processa o tabaco para garantir 24% da demanda global e produz cigarros a partir de Santa Cruz do Sul, destina neste ano
R$ 115 milhões ao Estado entre investimentos na sua fábrica e na cadeia de produtores associados. "Nossa fábrica pode ser considerada quase neutra em emissões, em relação aos escopos 1 e 2, que estão no nosso controle. Agora, direcionamos nossas atenções e investimentos em processos que reduzam o impacto do produtor para certificarmos toda a nossa produção", diz o líder de operações e tabaco e folha da JTI, Roberto Macedo.
R$ 115 milhões ao Estado entre investimentos na sua fábrica e na cadeia de produtores associados. "Nossa fábrica pode ser considerada quase neutra em emissões, em relação aos escopos 1 e 2, que estão no nosso controle. Agora, direcionamos nossas atenções e investimentos em processos que reduzam o impacto do produtor para certificarmos toda a nossa produção", diz o líder de operações e tabaco e folha da JTI, Roberto Macedo.
O ranking das exportações
Santa Cruz do Sul (3º do RS de jan-set): 95% tabaco e derivados
Venâncio Aires (7º do RS de jan-set): 96,6% tabaco e derivados
Santa Maria (12º do RS de jan-set): 96% soja,trigo e arroz
Cruzeiro do Sul (21º do RS de jan-set): 100% gordura animal e farinhas de carne
Cachoeira do Sul (24º do RS de jan-set): 82,3% tortas e outros resíduos de soja, óleo de soja, soja triturada
Lajeado (25º do RS de jan-set): 43% partes de calçados, 35% produtos de confeitaria, doces e chocolates, 17% carne suína
Encantado (39º do RS de jan-set): 67% mate, 19% carne suína e miúdos
(FONTE: MINISTÉRIO DO COMÉRCIO EXTERIOR)
A produção de fumo
Venâncio Aires: 8,2 mil hectares plantados (3º RS)
Candelária: 5,4 mil hectares plantados (6º RS)
Vale do Sol: 5,2 mil hectares plantados (7º RS)
Arroio do Tigre: 4,7 mil hectares plantados (8º RS)
Santa Cruz do Sul: 4,6 mil hectares plantados (9º RS)
(FONTE: IBGE, 2022)
Indústria Fumageira
8 indústrias em Santa Cruz do Sul
5 indústrias em Venâncio Aires
(FONTE: Sinditabaco)