Fica no Vale do Taquari uma das principais soluções para reduzir o impacto da produção de proteína animal e garantir a economia circular lucrativa para a região. É este setor, com a Fasa, que mantém a produção de óleos e farinhas a partir da gordura e outros resíduos animais, que coloca Cruzeiro do Sul como o 21º maior exportador do Rio Grande do Sul em 2024. Entre janeiro e setembro, a empresa já gerou mais de US$ 100 milhões em negociações com o exterior, uma alta de 78% em relação ao ano passado.
Fica no Vale do Taquari uma das principais soluções para reduzir o impacto da produção de proteína animal e garantir a economia circular lucrativa para a região. É este setor, com a Fasa, que mantém a produção de óleos e farinhas a partir da gordura e outros resíduos animais, que coloca Cruzeiro do Sul como o 21º maior exportador do Rio Grande do Sul em 2024. Entre janeiro e setembro, a empresa já gerou mais de US$ 100 milhões em negociações com o exterior, uma alta de 78% em relação ao ano passado.
A indústria química, especialmente de produtos saneantes, tem também na região um polo de relevância mundial. "Produzimos óleos que servem como soluções para a cadeia produtiva da indústria química fina em todas as regiões do mundo a partir da gordura animal, que seria um resíduo produzido na região. A partir da nossa produção, em Encantado, fornecemos óleos e glicerina para indústrias mundiais, e em relação aos ácidos graxos, também resultantes desta matéria-prima, o principal destino é a indústria brasileira", explica o diretor da fábrica de produtos de limpeza Fontana, Maurício Fontana.
A empresa, que se viu obrigada pelas cheias deste e do ano passado a transferir parte da produção para Teutônia, completa 90 anos neste mês e é uma das expoentes neste setor. Além dos 10 produtos a partir de óleos químicos que fornece a terceiros, a Fontana figura entre as 10 maiores empresas brasileiras no setor de consumo, que inclui produtos de limpeza e higiene pessoal, como sabonetes e sabão em barra, saneantes e produtos de limpeza de roupas. São 140 marcas vendidas pela empresa do Vale do Taquari.
Segundo Fontana, a partir do baque concretizado em maio, serão necessários até dois anos para recuperar o mercado perdido entre Brasil, Mercosul e Caribe. Antes das cheias, a fábrica instalada em Encantado tinha capacidade produtiva de quatro milhões de toneladas de produtos por mês, e vinha operando em torno de 2,5 milhões de toneladas. Agora, neste período de retomada e antes da entrada em funcionamento das novas linhas em Teutônia, que serão dedicadas à finalização de sabonetes, a empresa tem abastecido o mercado com algo em torno de 1,5 milhão de toneladas por ano.
Já em Arroio do Meio, que foi um dos municípios mais atingidos pela enxurrada, a Girando Sol, mesmo sofrendo os impactos, com 90 funcionários atingidos, não teve as suas instalações prejudicadas. Com a produção de materiais de primeira necessidade desde o primeiro dia de baixa das águas, tornou-se uma das forças da retomada. E em plena expansão.
"Mantivemos na íntegra nosso plano de expansão, mesmo com alguns atrasos logísticos e no ritmo das obras. Nosso plano é inaugurarmos a fábrica com 12 mil metros quadrados a mais no segundo semestre de 2025", garante o diretor da Girando Sol, Gilmar Borscheid. A empresa investiu R$ 72 milhões neste ano entre a aquisição de máquinas e obras estruturais para aumentar a planta que produz, hoje, em 23 mil metros quadrados. Um planejamento, como aponta Borscheid, pensando em cinco anos adiante. Em 2023, a empresa aumentou em 16% o seu volume de produção e em 30% o faturamento. A meta para este ano é garantir outros 12% de crescimento em ambos os fatores. São mais de 200 SKUs (rótulos) da Girando Sol. A empresa estima em torno de 60 milhões de consumidores entre os estados das regiões Sul e Centro-Oeste e países como Uruguai, Paraguai e Chile. A meta é consolidar-se ainda mais neste espectro. "Percebemos um aumento da demanda por água sanitária, desinfetante e outros produtos relacionados ao momento de recuperação das áreas afetadas no Estado."
É com foco no desenvolvimento de produtos químicos inovadores que se consolida em Encantado o polo de cosméticos, principalmente no ramo de tratamentos capilares. O setor figura, inclusive, entre os produtos exportados pelo município, tendo movimentado US$ 1,29 milhão entre janeiro e setembro, 32% a mais do que no ano passado. Atuam em Encantado nove fábricas e alguns distribuidores, chegando a 20 empresas envolvidas nesta cadeia.
São empresários como Róger Soares que, com a sua empresa Só Cabelos, desenvolveu uma base vegetal a partir de ácidos naturais e sem formol e derivados. "Cosméticos são produtos que, mesmo em meio à crise, sempre terão procura e consumo. Foi um nicho que se desenvolveu aqui passando a experiência de uma empresa para outra. Alguém aprende o ofício, trabalhando em uma empresa do setor, e cria a sua própria empresa ou produto. É uma cadeia que fortalece a economia." O desafio atual do empresário, agora, é retomar o rumo da marca Tricofill, recentemente assumida por ele.