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Retomada aquece setor da construção civil no Rio Grande do Sul
Região duramente afetada pelas enchentes, Vale do Taquari passa por transformação, com novas áreas ocupadas
Após a tragédia, o setor da construção está aquecido, especialmente entre os municípios do Vale do Taquari. Mas, segundo o vice-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção, Mobiliário, Marcenarias, Olarias e Cerâmicas do Vale do Taquari (Sinduscom-VT), Daniel Bergesch, ainda não é possível definir um aspecto específico que esteja guiando este movimento no mercado.
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Construtora Jobim puxa setor em Santa Maria com novos projetos
Em Santa Maria, uma das principais construtoras do Estado - a segunda na preferência da pesquisa Marcas de Quem Decide em 2024 -, a Jobim atua em pelo menos duas frentes que dão uma boa amostra do aquecimento da construção civil na região.
Por um lado, a construtora investe R$ 300 milhões para erguer as duas torres do chamado Amaiivos, que estarão entre os maiores prédios do Rio Grande do Sul, na avenida Nossa Senhora Medianeira. Será o maior projeto multiuso do Interior. Serão 899 unidades residenciais, 100 lojas, 115 offices e 567 vagas para estacionamento entre as duas torres que inauguram este conceito vertical na região.
Por outro lado, na avenida Rio Branco, a Construtora Jobim terá papel marcante da revitalização do centro histórico de Santa Maria, com o projeto denominado Maria com Amor. Lá, o conceito também será de multiuso, com a revitalização de um prédio importante da região.
Uma das mais atuantes construtoras da Região Central, a Jobim completa 30 anos em 2024 e acumula 128,9 mil metros quadrados de área construída e mais de 2,8 mil unidades habitacionais e comerciais entregues somente em Santa Maria.
Reconstrução fortalece a indústria moveleira devido ao fluxo migratório da população
A necessidade de preparação das cidades é reforçada quando levado em consideração o fluxo migratório, ainda sem números precisos, forçado pelos eventos climáticos extremos. Em Lajeado, houve alta de 28% na movimentação de transferências de imóveis até agosto em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o Sindicato Patronal da Habitação, no município, que é como uma capital do Vale do Taquari, há uma forte alta nas locações.
Se cidades como Lajeado, Santa Cruz do Sul ou Santa Maria, as maiores das regiões retratadas neste Mapa Econômico refletem a ponta que recebe quem deixa as áreas atingidas pelas cheias, na outra ponta estão empresários como Marcos Bonzanini, que comanda a Magazin Sofás, em Roca Sales. Em uma retomada com muita força, pelo aumento do consumo de móveis e artigos domésticos no Rio Grande do Sul, ele até projetou abrir um terceiro turno de produção para dar conta da demanda, mas desistiu por falta de mão de obra no município.
Em Roca Sales, foram perdidas 25 vidas entre as cheias destes dois últimos anos — o maior número de vítimas. No parque fabril, que foi salvo da enchente, onde a empresa produz estofados, poltronas e cadeiras, com a marca Rocaza, são 80 funcionários.
"Depois da cheia de setembro, muitas pessoas foram embora e depois voltaram. Agora, quem saiu não voltou mais", conta Bonzanini. A atividade da empresa tem sido um dos pilares da recuperação econômica local. É que os assentos respondem por mais de 80% das exportações do pequeno município de 10,4 mil habitantes no Vale do Taquari.