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Centro do Rio Grande do Sul e Região dos Vales vêm com força para a retomada
Indústrias do setor de doces mantêm operações e abrem novos mercados no exterior
Em setembro, a Docile, fabricante de doces de Lajeado, no Vale do Taquari, enviou a sua quarta carga de exportações para a China, em um movimento iniciado em março deste ano e que, mesmo com a tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul em maio, não recuou. A China é o maior mercado consumidor em praticamente todos os setores econômicos no mundo, mas é raro que os chineses importem candies. Pois agora, se tornou mais uma porta aberta pela empresa que hoje é a maior exportadora brasileira do setor.
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Município de Lajeado atrai investimentos, mesmo após a tragédia climática deste ano
Lajeado não é uma ilha em meio à tragédia que teve a faixa central do Estado - principalmente quando se consideram também as cheias do ano passado - como um dos seus epicentros. O município está entre os 23 das regiões Central, Jacuí Centro, Vales do Jaguari, Taquari e Rio Pardo que tiveram situação de calamidade decretada em maio. Foram cinco vítimas fatais entre 2023 e 2024 em Lajeado. Ao todo, as regiões contabilizam 108 mortes causadas pelas enxurradas destes dois anos. Do ponto de vista econômico, a calamidade afetou de alguma maneira 57,3% do PIB das regiões retratadas neste Mapa Econômico. Somente no Vale do Taquari, os municípios em calamidade representam 76,2% do PIB regional. Levantamento do governo estadual, em 2023, apontou perdas de R$ 420 milhões na economia do Vale do Taquari.
Um estudo da Unisinos apontou que, como resultado dos estragos, Lajeado teve perda superior a R$ 73 milhões em renda entre maio e agosto deste ano. Em todo o Vale do Taquari, o estudo projetou redução de 13% na atividade econômica a partir dos eventos de maio. No entanto, com o terceiro maior PIB entre as regiões retratadas neste Mapa, e o segundo maior VAB Industrial, Lajeado manteve-se como um porto seguro para a economia regional.
Um movimento que não é isolado. Como salienta a presidente do Arranjo Produtivo Local Alimentos e Bebidas do Vale do Taquari, Aline Eggers, mesmo com a contabilização de
R$ 40 milhões em prejuízos estruturais entre pelo menos cinco empresas do setor participantes do APL, que conta com 50 empresas, a resposta de quem produz alimentos é rápida e fundamental para a economia local.
R$ 40 milhões em prejuízos estruturais entre pelo menos cinco empresas do setor participantes do APL, que conta com 50 empresas, a resposta de quem produz alimentos é rápida e fundamental para a economia local.
"Foram quatro enchentes em um intervalo de oito meses. Muitos foram atingidos, e ainda trabalham para se recuperar, em mais de uma dessas cheias. Mas é um setor que tem muito a oferecer, da produção aos empregos, porque este é essencial para a região e para todo o Estado. Por isso, é urgente nesta retomada maior agilidade de linhas de crédito e de revisão de gargalos logísticos. É fundamental discutir investimentos em novas pontes, estradas e rotas", diz Aline, que também é diretora-presidente da Fruki Bebidas.
Levantamento do Sebrae aponta que, somente no Vale do Taquari, são 1,2 mil empresas de alimentos e bebidas, que geram mais de 16 mil empregos. Os dados reforçam, de acordo com Aline, a necessidade de estimular a permanência desses empreendimentos - e dos empregos - na região. No Congresso já é debatida uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), por exemplo, que criaria uma zona franca no Vale do Taquari, como forma de incentivar a permanência e a atração de investimentos para a região.