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Publicada em 29 de Outubro de 2024 às 19:34

Santa Maria quer ser referência em inovação no empreendedorismo

Produção de pesquisas e de conhecimento é um capital valioso no município, e que precisa conversar com sua posição estratégica no Estado

Produção de pesquisas e de conhecimento é um capital valioso no município, e que precisa conversar com sua posição estratégica no Estado

João Vilnei/Prefeitura de Santa Maria/DIVULGAÇÃO/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
Colocar Santa Maria no mapa do mundo dos negócios é uma prioridade no município, que já faz parte do cadastro da rede de cidades do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Representantes locais reuniram-se neste ano com autoridades comerciais da América Latina e da Europa, apresentando as vantagens da cidade.
Colocar Santa Maria no mapa do mundo dos negócios é uma prioridade no município, que já faz parte do cadastro da rede de cidades do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Representantes locais reuniram-se neste ano com autoridades comerciais da América Latina e da Europa, apresentando as vantagens da cidade.
Recentemente, também foi formada a primeira turma de negócios com empreendedores locais com interesse em exportar. Era prevista para o segundo semestre deste ano a visita a Santa Maria de uma comitiva do banco internacional.
De acordo com o governo municipal, a produção de pesquisas e de conhecimento é um capital valioso no município, e que precisa conversar com a posição estratégica de Santa Maria no coração do Estado e resultar em atração de investimentos. Hoje, 80% do PIB do município concentra-se entre o comércio e os serviços, com somente 12% na indústria. A saída para aumentar essa diversificação, aponta o município, está no incentivo à inovação.
Exemplos bem-sucedidos de desenvolvimento industrial em conjunto com a universidade já há. São os casos da Agrimec, montadora de máquinas agrícolas que já tem histórico em Santa Maria e que tem promovido o desenvolvimento de projetos inovadores. Um deles foi uma nova tecnologia aplicada a uma colheitadeira de cana. Há também a TSB Jet, que surgiu como uma startup no Parque Tecnológico de Santa Maria e hoje fornece o seu pulverizador eletrostático para as lavouras nos Estados Unidos e na Europa.
Na balança comercial de Santa Maria, que é o 12º principal município exportador do Rio Grande do Sul, atualmente, ainda prevalecem os grãos. Soja, trigo e arroz representam 96% de tudo o que é enviado a partir do município para o mercado externo. As máquinas agrícolas respondem por pouco menos de 3%.
Os estragos provocados pelos eventos de maio deixaram uma preocupação a mais não apenas em relação ao escoamento dessa produção, mas à confiabilidade local como um atrativo de investimentos. Santa Maria é referência comercial e na área da saúde em um raio de 200 quilômetros, e hoje está, por exemplo, no radar das grandes redes varejistas.
 

Polo Tecnológico da UFSM desenvolve bioinsumos

Universidade Federal de Santa Maria reúne empresas e startups

Universidade Federal de Santa Maria reúne empresas e startups

UFSM/DIVULGAÇÃO/JC
Os insumos para melhoria no rendimento das lavouras gaúchas e brasileiras também têm terreno fértil na universidade. O Polo Tecnológico da UFSM, em Santa Maria, hoje concentra 12 empresas consolidadas e 35 startups em incubação. E a principal especialidade local está no agro.
Mais recentemente, no desenvolvimento de bioinsumos, uma tendência na indústria mundial de fertilizantes quando se fala de produção com sustentabilidade.
Desde o ano passado a universidade desenvolve, com recursos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em seu polo, o primeiro FoodLab de FoodTech da América Latina e o primeiro na área de bioinsumos no Rio Grande do Sul.
De acordo com a diretora do Polo Tecnológico, Maria Daniele Dutra, o objetivo é colocar Santa Maria na rota da inovação na área de alimentos e de produtos biológicos. Um avanço que vai além da produção dos alimentos no solo.
Há projetos de pesquisa, por exemplo, que desenvolvem microrganismos para controlar fungos que atacam frutos enquanto estão armazenados. Já há uma planta piloto de bioinsumos na UFSM.
"Só há inovação quando há pesquisa. É isso que fomentamos, com um contato permanente com a sociedade, para que as pesquisas resultem em soluções", comenta a diretora do complexo.
Neste caso, para que se tenha uma ideia, hoje o Brasil importa 76% dos ingredientes de fertilizantes e agrotóxicos. Os bioinsumos surgem como uma alternativa sustentável a esse sistema.
Além da estrutura em Santa Maria, a universidade federal apoia pesquisas nesta área também em seus campi em Cachoeira do Sul e Frederico Westphalen.
 

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