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Publicada em 15 de Agosto de 2024 às 19:57

No Mapa Econômico de Bento Gonçalves, lideranças reforçam importância da infraestrutura para retomada da Serra

Iniciativa do JC que circula o interior do Estado chegou à Serra reunindo centenas de pessoas

Iniciativa do JC que circula o interior do Estado chegou à Serra reunindo centenas de pessoas

Tânia Meinerz/JC
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Mauro Belo Schneider
Mauro Belo Schneider Editor-executivo
Em uma das edições com maior público desde o início do projeto Mapa Econômico do Rio Grande do Sul, lançado no ano passado, Bento Gonçalves recebeu o evento do Jornal do Comércio nesta quinta-feira (15). No Centro da Indústria, Comércio e Serviços da cidade (CIC-BG), os painelistas destacaram a importância de investimentos em infraestrutura para a retomada da região.
Em uma das edições com maior público desde o início do projeto Mapa Econômico do Rio Grande do Sul, lançado no ano passado, Bento Gonçalves recebeu o evento do Jornal do Comércio nesta quinta-feira (15). No Centro da Indústria, Comércio e Serviços da cidade (CIC-BG), os painelistas destacaram a importância de investimentos em infraestrutura para a retomada da região.
CONFIRA: Site do Mapa Econômico do RS

O Mapa de Bento englobava as regiões Serra, Campos de Cima da Serra, Hortênsias, Vales do Paranhana e do Caí. Entre as lideranças que ocuparam o palco, estavam o empresário Clovis Tramontina, diretor do Conselho de Administração da Tramontina; Gelsi Belmiro Thums, presidente da Cooperativa Santa Clara; e Daniel Panizzi, presidente da Uvibra (União Brasileira de Vitivinicultura). A mediação ficou a cargo do editor-chefe do JC, Guilherme Kolling.

“Me sinto honrado com a casa cheia nesta cidade que é exemplo nacional de inovação, estamos com referências em empreendedorismo”, celebrou o diretor-presidente do Jornal do Comércio, Giovanni Jarros Tumerelo, nas suas boas-vindas ao público de mais de 200 pessoas. Ele citou, ainda, a relação de Bento Gonçalves com o agronegócio e com o setor de cooperativas.

Antes das apresentações, representantes dos apoiadores do projeto falaram sobre a importância de fazer um raio-x do Estado por regiões. A iniciativa tem o patrocínio da Fiergs, governo do RS, BRDE, CIEE RS, Crea-RS, Corsan e Tramontina.

Pedro Capeluppi, secretário de Estado da Reconstrução Gaúcha, mencionou o papel da concessão das estradas para a retomada. Segundo ele, foi exemplar a capacidade de resposta da concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG). “Houve rapidez e tratamento com as pessoas e os cidadãos”, elogiou.
Painelistas destacaram a importância de investimentos em infraestrutura para a retomada da região. | Tânia Meinerz/JC
Painelistas destacaram a importância de investimentos em infraestrutura para a retomada da região. Tânia Meinerz/JC

O que foi abordado no painel

Guilherme Kolling, editor-chefe do JC, introduziu o debate explicando o objetivo do projeto. “O mapeamento está em linha com o Jornal do Comércio. Essas informações trazem indicadores econômicos”, disse, enquanto detalhava os demais conteúdos produzidos pelo jornal.

O primeiro a se manifestar no painel Iniciativas para impulsionar a recuperação econômica e soluções para uma economia em constante transformação foi Clovis Tramontina. Ele citou a necessidade de mais ação do governo federal, da construção de um novo aeroporto e da melhoria das estradas.

“Não tem lógica uma região como Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Carlos Barbosa não ter estrada duplicada até Porto Alegre. Parabéns ao governo do Estado pela privatização, senão estaríamos ilhados”, apontou. Antes disso, Tramontina falou sobre o envio de verbas ao Estado.

“Aprendi com meu pai a ter objetividade. No Rio Grande do Sul, enfrentamos um monte de propaganda e pouca ação. O governo federal tem que mandar dinheiro novo para cá. Mandou o Imposto de Renda, que era nosso, o Fundo de Garantia, que era nosso”, reclamou. Tramontina acredita que o governo deveria dar financiamento aos negócios com carência de quatro ou cinco anos e sem juros. “Gostei que agora o governador Leite está cobrando mais do governo federal”, comentou.

Daniel Panizzi discursou na sequência, e também tocou no assunto da mobilidade. “Em menos de 30 dias, recuperamos uma estrada no Vale dos Vinhedos”, lembrou, ao ressaltar a relevância do setor vinícola. “Vinte mil famílias do Rio Grande do Sul tem sua sustentabilidade na produção de uva”, mensurou.

O executivo estimou que o turismo no Estado é composto por 70 setores, representando 10% do Produto Interno Bruto (PIB). “Tivemos 60% de cancelamentos ou suspensões imediatas em maio (devido às enchentes). Queda de R$ 120 milhões somente naquele mês. O turismo precisa se levantar o mais rápido possível.” Um dos principais problemas, segundo ele, é a falta do aeroporto Salgado Filho, fechado desde a catástrofe climática.

Gelsi Belmiro Thums, da Santa Clara, usou a palavra “isolado” para definir o Rio Grande do Sul. “O terrestre é caríssimo. Como se faz para ficar vivo?”, questionou em relação à logística.
O setor leiteiro enfrentou muitos desafios para a chegada e distribuição de produtos. Além disso, conforme Thums, tudo que é consumido é cobrado em dólar, o que encarece um setor que lucra em centavos.

Os três, no entanto, deixaram claro que a força do trabalho gaúcho deve ditar um futuro promissor. Culinária, vinícolas familiares e a paisagem manterão o interesse do resto do Brasil no Estado.

Agenda dos próximos eventos

17/09 – Rio Grande (Regiões Sul, Centro Sul, Campanha e Fronteira Oeste)
17/10 – Santa Maria (Regiões Centro, Jacuí Centro, Vales do Taquari, do Jaguari e do Rio Pardo)
19/11 – Porto Alegre (Regiões Metropolitana, Vales do Sinos, do Caí e Litoral)

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