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Expansão da soja na região Sul, Campanha e Fronteira Oeste também provoca valorização do preço da terra

Expansão da soja na região Sul, Campanha e Fronteira Oeste também provoca valorização do preço da terra


CNA Agro/Divulgação JC
De acordo com o Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão, a área plantada de soja na Metade Sul do Estado mais que triplicou entre 2010 e 2020, saltando de 392 mil para 1,3 milhão de hectares.
A Fecoagro aponta que, entre 2013 e 2023, o Estado ampliou em 2 milhões de hectares as áreas semeadas com soja. Uma expansão notadamente ocorrida entre a Fronteira Oeste, Campanha e Sul do Estado, que já respondem por pelo menos 28% da produção.
"Só em valores, estamos falando de um potencial de mais de R$ 17 bilhões na região. É uma mudança que traz toda uma nova cadeia produtiva. Leva dinheiro, infraestrutura e tecnologia para uma área que durante muito tempo não recebeu investimentos significativos", aponta o diretor executivo da Fecoagro, Sérgio Feltraco.
Em Alegrete, por exemplo, um terço das guias de ITBI geradas em 2022 foi na zona rural. O preço de um hectare de terra, nos últimos 10 anos, saltou de R$ 10 mil para até
R$ 45 mil. Um dos municípios com maior tradição arrozeira no Estado neste ano, Alegrete deve ter 100 mil hectares plantados de soja contra 52 mil de arroz. Na maior parte dos casos, explica o prefeito Márcio Amaral, não houve troca, mas o avanço da agricultura para áreas que antes estavam ociosas. "Hoje temos produtores em praticamente toda a Metade Sul. São pessoas que se transferiram da nossa região para lá, pela ausência de novas áreas por aqui, e que recebem o amparo da cooperativa para essa expansão", explica Celso Krug, presidente da Cotribá, de Ibirubá, na região Noroeste do Estado.
Segundo ele, a Metade Sul já responde por 40% da produção de soja da cooperativa. Na região de Pelotas, por exemplo, a relação da soja está diretamente ligada à rentabilidade, como salienta o presidente da Associação Rural de Pelotas, Augusto Rassier.
A cultura, que nesta área tem a sua maior parte feita por pequenos produtores, assumiu áreas que eram historicamente do fumo, do gado leiteiro e do gado de corte.
O grão responde por quase a metade do VBP agrícola do Estado e por 51,3% das exportações agropecuárias gaúchas. Não à toa, as empresas Bianchini e Grupo Ferrarin, que atuam com a soja da região, estão entre as maiores empresas gaúchas. Hoje, conforme a Radiografia Agropecuária Gaúcha, Dom Pedrito é o município com maior área de soja plantada em sequeiro, e São Borja, irrigado.