Em 1937, o refino de petróleo no País teve início em Rio Grande, na atual Refinaria de Petróleo Riograndense. Ainda tem origem na refinaria, que garante R$ 4 bilhões anuais de faturamento, 30% do mercado gaúcho de gasolina, óleo diesel, nafta petroquímica, óleo combustível, GLP (gás de cozinha), mas esta unidade industrial de 40 hectares às margens da Lagoa dos Patos está prestes a recolocar Rio Grande no papel de pioneirismo no mundo dos combustíveis. A ideia é que a Refinaria Riograndense se torne a primeira do País totalmente transformada para o biorrefino de combustíveis 100% renováveis.
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Ao lado do biocombustível, a região também espera que nos próximos anos possa ser concretizado o projeto de instalação de uma central de regaseificação de gás natural, atualmente só obtido no Estado pela importação, e uma unidade termelétrica para geração de energia a partir deste produto. Os dois projetos transformadores têm potencial para injetar até R$ 9,5 bilhões em Rio Grande nos próximos cinco anos.
Ao menos o investimento inicial, de R$ 45 milhões, já está garantido. A partir de uma tecnologia desenvolvida pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobras, a unidade de FCC (craqueamento catalítico fluido) da refinaria será preparada, no primeiro teste, previsto para novembro deste ano, com inovações de processo e sistema catalítico. Havendo êxito, ganham maior força os investimentos previstos de R$ 3,5 bilhões na transformação estrutural da Refinaria Riograndense.
Em outra frente, o governo estadual tem se mobilizado para destravar, em Brasília, o projeto embargado pela Aneel em 2017, e recentemente encampado pelo grupo espanhol Cobra para instalar um terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) e construir a UTE Rio Grande, que será uma central termelétrica no município. Ao todo, o projeto prevê R$ 6 bilhões em investimentos. A estimativa é de que a central tenha capacidade de produzir 1.238 MW de energia elétrica.