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O projeto Mapa Econômico do RS, que marca os 90 anos do JC, tem como objetivo mapear economicamente todo o Estado, em 5 regiões, mostrando as principais atividades, peculiaridades, desafios e avanços de cada território. Ao decorrer do ano, será realizado um evento em cada região. A partir de cada evento, será produzido um caderno especial com conteúdo exclusivo. Você encontrará todos esses conteúdos neste espaço, selecionando-os no mapa interativo.
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Elizalde vê importância na região
/TÂNIA MEINERZ/JC
Eduardo Torres
O agronegócio movimenta 40% do PIB gaúcho, e condiciona diretamente um dos principais polos industriais do Sul do Estado. Estão em Rio Grande seis plantas industriais de produção de fertilizantes. Somadas, Yara, Heringer, Piratini, Josapar, Rio Grande Fertilizantes e Unifertil mobilizaram mais de R$ 2,5 bilhões em investimentos na região nos últimos anos. Acesse a edição completa do Mapa Econômico do RS aqui.
Para que se tenha uma ideia, a Fertilizantes Piratini está entre os braços do Grupo Fertipar, que responde por 15% do mercado brasileiro de fertilizantes. Já a Yara tem no Rio Grande do Sul, de acordo com o diretor de operações, Lucas Elizalde, a sua mais importante instalação no Brasil e a mais moderna na América Latina.
Junto ao porto, é possível conectar todas as etapas de produção com eficiência máxima, além de garantir todos os modais de transporte do que é produzido em Rio Grande.
"É uma unidade extremamente eficiente, e com importância para a comunidade toda. Empregamos hoje 900 colaboradores, boa parte deles é moradora da região, que iniciou e se qualificou dentro da empresa. É um compromisso que temos com essa comunidade", garante Elizalde.
Da unidade de Rio Grande, a Yara garante quase metade da demanda gaúcha por fertilizantes, com capacidade produtiva que chegará a 2,5 milhões de toneladas ainda em 2023. Uma pequena parcela da demanda brasileira, que chega a 40 milhões de toneladas. Hoje, no entanto, mais de 70% dos fertilizantes usados no Brasil ainda são importados.
Para produzir em Rio Grande, as indústrias importam a matéria-prima para os fertilizantes. E isso representou 60% das importações que movimentaram o Porto de Rio Grande no primeiro trimestre deste ano.
O fosfato, que teve 615,3 mil toneladas importadas entre janeiro e abril, é um dos principais elementos, que chega ao Rio Grande do Sul por navios. No entanto, a Campanha Gaúcha está prestes a mudar, pelo menos localmente, esta lógica.
Deve começar a tomar forma neste ano, em Lavras do Sul, a primeira planta industrial para produção de fertilizantes a base de fosfato extraído ali mesmo. Resultado de mais de 10 anos de estudos e levantamentos da empresa Águia Fertilizantes.
"Já na fase de pré-produção, teremos até 120 empregos diretos. Vai, certamente, ser um empreendimento significativo para Lavras do Sul, com um aumento entre cinco e 10 vezes a circulação de valores na cidade. Além da própria produção que teremos, viemos trabalhando muito a questão do empreendedorismo na comunidade. Já surgiram pousadas, restaurantes, comércios. É uma cadeia produtiva toda que se desenvolverá e ainda beneficiará a produção rural gaúcha", aponta o diretor da Águia Fertilizantes, Fernando Tallarico.
A estimativa é de que a Águia conseguirá produzir 330 mil toneladas de fertilizantes por ano, correspondendo a 15% de toda a demanda gaúcha pelo produto. No primeiro momento, toda a produção da mina abastecerá a fábrica da Águia. No entanto, há potencial para crescimento.
"Nós fomos os primeiros a perceber e estudar o minério, mas há outros focos de fosfato em toda a Campanha, com um potencial de mudar a realidade gaúcha em relação à produção de fertilizantes", diz Tallarico.
Somente em Lavras do Sul, o potencial da mina chega a 105 milhões de toneladas do minério. A autorização para exploração atual atinge somente 5 milhões de toneladas e garantirá 18 anos de produção para Águia.