A estrutura do Porto de Rio Grande abriga uma cadeia produtiva que envolve mais de 11 mil pessoas, desde as atividades portuárias até o distrito industrial, chamado Porto Indústria. É a principal concentração industrial em um distrito entre as regiões Sul, Fronteira Oeste e Campanha, retratadas neste capítulo do Mapa Econômico do Rio Grande do Sul. Acesse a edição completa do Mapa Econômico do RS aqui.
Fica, literalmente, do outro lado da rua em relação ao porto. Uma proximidade que faz toda a diferença na hora de investir. A perspectiva da Portos RS é de que, nos próximos 10 anos, a partir de investimentos feitos agora, a movimentação do principal porto gaúcho aumente pelo menos 25%.
"Um dos principais fatores considerados no momento da instalação de uma indústria é a proximidade de onde tenha saída. A ativação do polo naval, há alguns anos, foi o impulso para a mudança deste perfil em Rio Grande, que representa o diferencial logístico em relação à Campanha ou à Fronteira Oeste. O que vemos hoje não é somente um porto por onde é escoado o que se produz em outras regiões, mas a industrialização acontece ali", diz o economista-chefe da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Giovani Baggio.
Atualmente, são 54 empresas instaladas no Porto Indústria, sendo 39% relacionadas ao agronegócio. Ao todo, Rio Grande é sede de 271 indústrias.
Um dos destaques é a Bianchini, listada entre as maiores do Estado pela revista Amanhã em um levantamento que considera patrimônio, receita líquida e resultado líquido do exercício em 2021 - foi apontada como a terceira maior empresa da região Sul do Estado e a maior em termos de exportações.
A empresa comercializa 2,5 milhões de toneladas de grãos por ano (14% da safra gaúcha e 2% da safra brasileira), vende in natura 1 milhão de toneladas por ano e emprega mais de 1 mil pessoas.
Somadas, as operações em Canoas e Rio Grande, que transformam grãos de soja em farelo e em óleo, têm capacidade de processar 1,5 milhão de toneladas por ano.
As exportações de soja em grão, farelo e óleo representaram 31,6% de tudo o que foi enviado a partir do Porto de Rio Grande no primeiro quadrimestre deste ano. "Historicamente, a industrialização junto ao porto é pioneira no Estado, muito pelas condições favoráveis de logística e, mais recentemente, pela consolidação do aumento de valor das atividades industriais relacionadas ao agro, que sempre teve muita força na região. E temos ainda, como perspectiva, a região como um diferencial energético que é decisivo no momento de definir um investimento", aponta o vice-presidente do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul (Ciergs) para a Região Sul, Torquato Pontes Neto.