Mapa Econômico do RS
- Publicada em 20 de Outubro de 2024 às 00:25Mapa aponta oportunidades para as Regiões Central, Vales e Jacuí Centro
Iniciativas têm potencial de alavancar o desenvolvimento dessa parte do Rio Grande do Sul
Arte/Diagramação/JC
Eduardo Torres
Mapa mostra diversidade de oportunidades para a economia das Regiões Central, Vales e Jacuí Centro
Conheça 15 iniciativas que já se destacam entre as atividades econômicas ou têm projetos com potencial de alavancar o desenvolvimento dessa parte do Rio Grande do Sul.
Conheça 15 iniciativas que já se destacam entre as atividades econômicas ou têm projetos com potencial de alavancar o desenvolvimento dessa parte do Rio Grande do Sul.
1. Indústria de alimentos e bebidas
A produção industrial de alimentos e bebidas está entre as principais vocações da região. Somente no Vale do Taquari, levantamento do Sebrae aponta que há 1,2 mil empresas destes setores, gerando 16 mil empregos. Mas também há indústrias expoentes no Vale do Rio Pardo e na Região Central. A produção de doces é destacada. No momento da retomada da economia na região, as oportunidades de negócios e investimentos naturalmente convergem para o setor, que não parou sua produção e evolui nas exportações e no mercado nacional.
2. Produção científica e tecnológica
Santa Maria é considerada uma cidade universitária. Até 40 mil moradores têm relação direta com a vida acadêmica. Juntamente com os demais municípios que são referências na região, a exportação de conhecimento, especialmente no momento de crise climática, torna-se um ativo e uma oportunidade. A UFSM, por exemplo, tem especialistas que são referência em climatologia, estudos de solo e agricultura de precisão. Além de Santa Maria, Lajeado, Santa Cruz do Sul e Santiago contam com polos tecnológicos e campi de universidades na região, bem como estudos liderados por instituições como a Embrapa.
3. Produção fumageira tipo exportação
A produção de tabaco e dos seus derivados é responsável direta pelo protagonismo de Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, os dois principais municípios do Vale do Rio Pardo, entre os 10 maiores municípios exportadores gaúchos. Mais de 90% da produção gaúcha é destinada ao mercado externo, que segue aquecido. Somados, os dois municípios exportaram US$1,5 bilhão até setembro deste ano. A valorização tem criado oportunidades de avanços em sustentabilidade desde o campo até as indústrias do setor, que já contribuem para que o Vale do Rio Pardo esteja entre os maiores índices de captura e neutralização de gases do efeito estufa no Rio Grande do Sul.
4. Potencial da indústria química
Da produção dos princípios ativos fundamentais aos defensivos agrícolas que garantem o sucesso da soja no Brasil, à fabricação e reconhecimento nacional e internacional da qualidade de produtos de limpeza mais sustentáveis, passando pela garantia da economia circular à cadeia da proteína animal e até pelo setor da beleza, as indústrias químicas representam um dos principais potenciais da região, com atração de investimentos para os próximos anos.
5. Usina de etanol e o estímulo ao trigo
Sai do papel, com previsão de inauguração em dezembro, a primeira usina de produção de álcool a partir do trigo, em Santiago. O projeto da CB Bioenergia torna-se um estímulo à produção do trigo e triticale na região e dialoga com o setor de produção de bebidas, que tem destaque na região. Isso porque a produção, que também será destinada à cadeia de biocombustível, terá como prioridade o fornecimento de álcool e de CO2 para a fabricação de bebidas.
6. O cinturão da soja
O avanço da produção da soja na faixa central do Rio Grande do Sul é diretamente responsável pelo salto nos números da economia dos municípios onde há os maiores plantios.Uma cadeia que estimula também a industrialização e a exportação do produto. Cachoeira do Sul, a partir da operação da Cargill, iniciada no final do ano passado, viu quadruplicar o volume de exportações do município. O grão também tem em municípios como Santa Maria uma plataforma rumo ao exterior.
7. Setor arrozeiro investe alto
Estão justamente entre as regiões Jacuí Centro e Central as maiores perdas em lavouras de arroz no Rio Grande do Sul após a cheia de maio. Ainda assim, o setor segue apostando na qualidade do produto e no avanço das técnicas de manejo para manter a alta produtividade e o reconhecimento nacional à produção local. As cooperativas arrozeiras seguem investindo em ampliações industriais e de produção.
8. Inovações nas culturas da erva-mate e noz-pecã
Investimentos em manejo e desenvolvimento genético surgem como grande oportunidade para o fortalecimento das culturas da erva-mate e da noz-pecã, após os prejuízos provocados pelas cheias. Ambos os setores têm pela frente o desafio de se firmarem no cenário internacional.
9. Cadeia completa da proteína animal
Dentro do potencial de produção de alimentos da região, a cadeia de proteína animal é um dos setores marcantes na economia regional, especialmente com a atuação de cooperativas e, mais recentemente, com a entrada de multinacionais em frigoríficos. São produções que garantem uma fatia importante das exportações gaúchas aos municípios da região. Mesmo com os prejuízos provocados pelas cheias, por exemplo, a suinocultura vem em crescimento, a avicultura – também contabilizando as perdas – recupera a infraestrutura local, a produção de leite tem destaque como a segunda região mais importante para o setor no Estado e, entre os bovinos de corte, a região aponta para o mercado a oportunidade de produção de animais de alta genética criados de maneira 100% orgânica.
10. Apicultura do vale do jaguari
Saem do Vale do Jaguari 10% do mel produzido no Rio Grande do Sul. A expectativa é de que até o final do próximo ano a região possa ter o reconhecimento com um selo de procedência do mel produzido pelos apicultores da região. O fortalecimento do setor em meio ao cenário onde a soja tem um dos seus terrenos mais férteis tem sido um importante aliado para o avanço de medidas mais sustentáveis na lavoura, em favor das abelhas, inclusive com a entrada da cultura da canola na região. Avança também a produção de derivados do mel, como bebidas e cosméticos.
11. O avanço da silvicultura na região central
Com o fortalecimento da indústria moveleira no Rio Grande do Sul, e os novos investimentos em celulose, a produção do setor florestal ganha fôlego na faixa central do Estado. Em Taquari, por exemplo, há uma das principais produções, pela Dexco, de paineis em MDP que abastecem o polo moveleiro, assim como em Venâncio Aires, com a produção da Haas. No Vale do Taquari, há os municípios com maior percentual de florestas plantadas em relação à área territorial, e projetos silvopastoris na Região Central têm sido um dos alicerces para uma pecuária mais sustentável.
12. Uma janela para o setor da construção civil
Reconstruir sob novos parâmetros as regiões, especialmente no Vale do Taquari, devastadas pela cheia são um desafio para o setor da construção, que começa a aquecer meses depois das enchentes, assim como o mercado da habitação relacionado às migrações de moradores dentro da própria região.
13. Investimentos no setor elétrico
O risco de colapso representado pelas cheias na região aceleram os investimentos em geração e transmissão de energia como um avanço estratégico na região que não pode ter sua economia isolada do restante do Estado. Somente entre projetos para novas usinas, linhas de transmissão e subestações, atualmente estão em fase de licenciamento projetos que devem injetar mais de R$ 800 milhões entre as regiões Central e Vale do Taquari. A partir dos mananciais da região, já operam nove usinas, que também demandam investimentos em engenharia para revisão de parâmetros técnicos após os eventos climáticos extremos.
14. Infraestrutura e o potencial logístico
Geograficamente, a faixa central do Rio Grande do Sul é uma referência logística. Mesmo com os estragos provocados pelas cheias de 2023 e 2024, as duplicações de eixos importantes para a região, como a BR-386 e a RSC-287, saem do papel, assim como aumenta a perspectiva de que a BR-392, entre o Centro e o Noroeste do Estado, torne-se realidade. No rastro da concretização de projetos de infraestrutura, investimentos privados e centros de distribuição e de logística multiplicam-se em locais como Santa Maria e Estrela, que estima movimentar R$ 1 bilhão em investimentos em 10 anos, e surgem como oportunidades para maior aquecimento da economia local. Há ainda os avanços de projetos que podem retomar a hidrovia pelo Rio Taquari, o fortalecimento da ferrovia que cruza a Região Central e até mesmo os aeroportos regionais.
15. Retomada do turismo
Entidades que unem os setores do turismo nos Vales do Taquari e do Rio Pardo mobilizam-se em campanhas de atração aos turistas de volta às regiões, que já estão reestruturadas e prontas a atraírem os visitantes. É o caso do Cristo Protetor, em Encantado, que tem importante papel na criação de oportunidades aos setores do comércio e serviço da região. A partir das cheias, também aumentou o interesse científico em pesquisas paleontológicas desenvolvidas na região do Geoparque da Quarta Colônia. Na região, já foram catalogados fósseis de 26 novas espécies.