Músicas ambientais francesas, portuguesas e italianas embalam os dias e as noites das 3.500 oliveiras da Pousada Olival Vila do Segredo, em Caçapava do Sul, região da Campanha do Rio Grande do Sul. Construída em estilo colonial português em 2020 e inaugurada em janeiro deste ano, ela é o marco do olivoturismo no Estado, um setor que cresce a cada dia.
O proprietário Renato Fernandes coloca música durante 24 horas para as árvores "escutarem". "São seres vivos também. E eu passo por elas e faço carinho", conta ele que, junto com a esposa Cinara, administra o primeiro empreendimento hoteleiro aberto na Rota das Oliveiras, instituída em 2019. Atualmente, cerca de 10 empresas gaúchas já atuam no setor.
O olivoturismo é a área do turismo que se dedica a mostrar aos visitantes como é feito o cultivo das oliveiras, a produção das azeitonas, a elaboração e a degustação dos azeites extravirgens. Segundo Fernandes, que também é presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), com a evolução da produção de azeite, o Rio Grande do Sul tem atrações para os turistas que buscam experiências inéditas em suas viagens. "O segmento está crescendo, e considero a olivicultura a nova fronteira do turismo", explica.
Fernandes explica que tudo começou com o projeto da construção da fazenda para cultivo da oliva e fabricação do Azeite Vila do Segredo. "Projeto que passa por um resgate familiar. Trabalhar com esse alimento sagrado e esta árvore milenar nos traz a sensação de uma missão com gerações futuras", diz com orgulho. "É a indústria sem chaminé, que promove alegria e paz".
A fazenda possui 12 hectares e 3.500 oliveiras em fase de crescimento. Na safra de 2020 a produção foram mais de cerca de quatro toneladas de azeitonas. Na próxima, a expectativa dos produtores é de dobrar esse número
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Rota das Oliveiras visa incentivar o turismo rural associado à olivicultura, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento deste setor que cresce no Rio Grande do Sul. Fazem parte os municípios de Bagé, Barra do Ribeiro, Cachoeira do Sul, Caçapava do Sul, Camaquã, Candiota, Canguçu, Dom Feliciano, Dom Pedrito, Encruzilhada do Sul, Formigueiro, Hulha Negra, Pantano Grande, Pinheiro Machado, Piratini, Restinga Seca, Rosário do Sul, Santa Margarida do Sul, Santana do Livramento, São Gabriel, São João do Polêsine, São Sepé, Sentinela do Sul e Vila Nova do Sul.
Numa segunda etapa devem constar Arroio dos Ratos, Bom Jesus, Chuvisca, Glorinha, Gramado, Ibirama, Mariana Pimentel, Pedras Altas, Restinga Seca, São Francisco de Paula, Sertão Santana, Triunfo, Vacaria, Vale Verde e Viamão. Mais de 40 marcas de azeite já são comercializadas por produtores gaúchos e muitos locais estão abertos à visitação no Rio Grande do Sul.