Uma reunião entre o prefeito de Uruguaiana, Ronnie Mello, e representantes de entidades intervenientes do comércio exterior, especialmente a do transporte rodoviário internacional de cargas tratou da publicação de um novo decreto argentino para locomoção naquele país. O texto exige a apresentação de testes RT-PCR ou imunização contra a Covid-19 para que os caminhoneiros possam atravessar a ponte. Representantes alegaram que a medida poderá gerar um colapso geral no trânsito de mercadorias com os principais parceiros comerciais do Mercosul.
Uma exigência idêntica passou a vigorar no início do mês, na fronteira do Chile com a Argentina. O Ministério da Saúde chileno definiu novas medidas sanitárias com a exigência de apresentação de resultado negativos do teste RT-PCR para todos os motoristas que ingressem no seu território, via terrestre, com no máximo 72h de antecedência. Desde então, as cargas estão sendo represadas, aguardando negociações entre os Ministérios de Relações Exteriores, ainda sem avanços.
A realização de pelo menos 150 testes diários requer uma infraestrutura não disponível nas fronteiras sem um planejamento antecipado, além do aumento considerável do custo da exportação brasileira e do tempo necessário para a sua efetivação, o que ainda ocasionará em prejuízos aos cofres públicos. "Nossa preocupação aumentou ainda mais, como prefeitos das principais fronteiras limítrofes com o território argentino, quando o país vizinho anunciou que poderá publicar um decreto exigindo, para ingresso a realização de exames RT-PCR ou imunização contra a Covid-19 para os motoristas brasileiros", disse o prefeito Ronnie Mello, que preside a Associação dos Municípios da Fronteira Oeste.
Assim que oficializadas, as novas exigências argentinas poderão acarretar severo atraso na liberação de cargas e desembaraços alfandegários nas regiões de fronteira, como em Uruguaiana, Itaqui, São Borja, Porto Mauá e Porto Xavier, cidades que fazem fronteira com a Argentina. "Transpõem as fronteiras diariamente, em média, 550 veículos", diz a diretora executiva da Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI), Gladys Vinci. "É inviável, em curto prazo, a realização de aproximadamente 700 exames diários, com o único objetivo de contentar as medidas de controle sanitário estrangeiro, pois as mesmas só permitem o mapeamento da situação não garantindo a imunização", observa.