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CORONAVÍRUS Notícia da edição impressa de 01 de Julho de 2020.

Se a população não entender a situação, não adianta abrirmos leitos, afirma a prefeita de Novo Hamburgo

Fátima Daudt entende que as pessoas precisam ter consciência quanto às regras de distanciamento social

Fátima Daudt entende que as pessoas precisam ter consciência quanto às regras de distanciamento social


/LU FREITAS/DIVULGAÇÃO/CIDADES
João Dienstmann
Classificada na bandeira vermelha do distanciamento controlado do Rio Grande do Sul por, pelo menos, mais 14 dias, Novo Hamburgo também sente os efeitos da escalada de casos da Covid-19 no Rio Grande do Sul. Em relatório divulgado pela prefeitura diariamente, é possível ver a evolução da busca por atendimentos no centro de triagem para a Covid-19 na cidade. Enquanto nos primeiros 10 dias de junho o pico havia sido 36 atendimentos, no dia 9, nos 20 dias seguintes houve intensa procura, com ponto máximo no dia 23/6, com 89 pacientes com algum tipo de sintoma gripal, que pudesse caracterizar a infecção pelo vírus.
Classificada na bandeira vermelha do distanciamento controlado do Rio Grande do Sul por, pelo menos, mais 14 dias, Novo Hamburgo também sente os efeitos da escalada de casos da Covid-19 no Rio Grande do Sul. Em relatório divulgado pela prefeitura diariamente, é possível ver a evolução da busca por atendimentos no centro de triagem para a Covid-19 na cidade. Enquanto nos primeiros 10 dias de junho o pico havia sido 36 atendimentos, no dia 9, nos 20 dias seguintes houve intensa procura, com ponto máximo no dia 23/6, com 89 pacientes com algum tipo de sintoma gripal, que pudesse caracterizar a infecção pelo vírus.
O número de internações também mostra um crescimento, sobretudo em junho. Somados, os meses de abril e maio tiveram 40 pacientes em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na cidade. No mês passado, já foram 85 pessoas levadas para o tratamento de alta complexidade no Hospital Municipal. O cenário fez a prefeitura ampliar os leitos exclusivos para a Covid-19, de 10 para 25 (destes, 12 ocupados), e os leitos clínicos, de 48 para 79 (com 38 ocupados) para tentar minimizar a situação e comportar a demanda em alta.
No entanto, a prefeita da cidade, Fátima Daudt, alerta que esses movimentos não serão suficientes para conter o avanço da doença, se a população não tiver uma mudança de comportamento. Em entrevista ao Jornal Cidades, ela afirmou que a população precisa se conscientizar e criticou as "pessoas que estão em outro mundo", numa referência aos que não estão tomando os devidos cuidados com o isolamento social, tampouco as regras para circular pelas ruas. Fátima ainda identificou os shoppings e supermercados como problemas "sérios" a serem resolvidos, com o aumento nas restrições de circulação .
Jornal Cidades - A cidade e o Vale do Sinos foram confirmados com a bandeira vermelha por mais 14 dias, pelo menos. Quais são os planos da prefeitura, durante esse período, para melhorar a situação?
Fátima Daudt - Antes da bandeira vermelha, fiz uma reunião com prefeitos da região, pois tínhamos certeza da classificação para o Vale do Sinos. Chegamos na conclusão de que nós não iríamos recorrer, pelo fato de estarmos com um aumento no número de casos da Covid-19 e isso preocupa muito a todos, pois o sistema de saúde e está no limite. No entanto, fizemos um documento e enviamos ao Centro de Operações de Emergências da Saúde (COE) e ao governador sobre isso, mas fizemos um apelo ao comércio não essencial, pois foi quem sofreu mais, e o governador acatou essa situação, pois precisamos fazer o equilíbrio entre saúde e economia, mas não podemos fazer uma liberação total. Nesse período, vamos intensificar a fiscalização nos locais públicos e focar em conscientizar a população sobre os riscos.
Cidades - Esse incremento de leitos clínicos e de UTI, feitos recentemente, é suficiente para atender à demanda? Há o risco de colapso?
Fátima - Tenho conversado com a população sobre essa situação e batido muito na tecla sobre a ampliação dos serviços de saúde. Temos 79 leitos clínicos só para a Covid-19, mais leitos de cuidados intensivos e os Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Não adianta implementarmos e a população não tiver o cuidado necessário com o distanciamento controlado e o isolamento domiciliar. Vou dar um exemplo: pessoas cujo teste deu positivo e que deveriam permanecer em casa, em isolamento, estavam saindo normalmente. Não adianta abrirmos leitos a cada 15 dias e atitudes como essa continuarem. Estamos com uma situação muito difícil na saúde e precisamos da ajuda das pessoas.
Cidades - Em uma live, a senhora subiu o tom para criticar a população que desrespeita o isolamento social. Como está a situação na cidade com as regras mais rígidas?
Fátima - Eu tenho visto que acendeu o sinal de alerta depois da bandeira vermelha. Há um grupo da população que está tomando todo o cuidado, assim como o comércio, a indústria, mas há uma outra parte de cidadãos que parece estar vivendo em outro mundo, por negar a doença, acham que é bobagem. Essas pessoas se recusam a usar máscara e hostilizam os servidores da fiscalização que os recomendam colocar o equipamento. Minha crítica foi para esse grupo. Para os gestores, é uma situação difícil, de muita pressão, precisamos conversar com a população constantemente.
Cidades - Quais medidas estão sendo tratadas com outros prefeitos do Vale do Sinos e Região Metropolitana para tentar diminuir o número de casos?
Fátima - Na nossa região, os limites das cidades se misturam. São municípios muito próximos, é complicado criar algo para barrar o acesso das pessoas. Aqui, muita gente trabalha em Novo Hamburgo e mora em Ivoti, Dois Irmãos, por exemplo. A fiscalização e a conscientização são importantes, mas qualquer medida para cercear o deslocamento é muito difícil. Há um problema, sim, no transporte público, como o Trensurb, está superlotado. Na cidade, os ônibus estão com menor operação e isso traz problemas.
Cidades - E como a questão do transporte pode ser resolvida?
Fátima - As empresas queriam fazer um aumento no custo da passagem para comportar os prejuízos, agravados pela pandemia. Em março, eram 35 mil pessoas nos ônibus, e hoje temos cerca de 10 mil usuários. O que vamos fazer para minimizar um problema maior é criar um subsídio temporário para que o transporte não pare e, além disso, possamos ter um incremento de coletivos nas ruas para atender as pessoas. Isso evitaria possíveis aglomerações.
Cidades - Na semana passada, a ACI fez cobranças em relação aos gastos da prefeitura com a saúde e no gerenciamento da crise na cidade. Como a senhora recebeu essas críticas?
Fátima - Recebi de forma normal. É algo natural a cobrança de uma entidade empresarial no momento. Fomos a primeira cidade a capacitar os profissionais da saúde, em janeiro, a trabalhar com a Covid-19. Em fevereiro visitamos hotéis, restaurantes e em março começamos um centro de operação para a doença. O problema, que não é só nosso, é colocar um leito em operação. O mercado precisa ter os insumos, tem sido um estresse muito grande para nós. Ligamos diariamente para saber se a nossa demanda será atendida. Um pedido nosso demorou quase 90 dias por conta disso.
Cidades - Pelo atual quadro de Novo Hamburgo, há o entendimento de que a reabertura do comércio e demais atividades foi precipitada?
Fátima - Nós seguimos a bandeira determinada pelo Estado, de acordo com os seus regramentos. Considero os shoppings um problema muito sério, e criamos um protocolo para ser mais rigoroso que o normal, mesmo se a classificação permitir uma maior atividade. Outro estabelecimento que nos preocupa é o supermercado, porque virou o passeio da família. Uma pessoa por carrinho é suficiente, não há necessidade de se levar mais gente. O pequeno comércio está fazendo o seu papel. Não estamos vendo o problema nas lojas, mas sim nas festas, confraternizações, na vida noturna, mesmo que proibida, as festas clandestinas estão ocorrendo. Há idosos que saem para pesquisar preços, sentar nas praças, isso também é uma questão complicada
Cidades - E quanto às eleições municipais, o adiamento para novembro é a melhor decisão a ser tomada?
Fátima - Estamos trabalhando tanto por aqui que não dá tempo de se falar em eleições. O meu foco hoje é a pandemia, então se a eleição for em novembro não vai fazer diferença. Fui eleita para trabalhar até o 31 de dezembro e assim será feito. Agora, tem uma questão pessoal. Sempre fui contra ter eleições de dois em dois anos. Para o gestor municipal é muito complicado conviver com isso. Eu comecei em 2017, com o governo estadual e federal com uma equipe. No ano seguinte, em 2018, tínhamos eleições e tudo fica trancado. Ano passado, novos gestores assumiram, e assim o prefeito tem que buscar de novo uma rede de relacionamento. Para quem está na ponta, como eu, é muito complicado ter essas mudanças a toda hora.
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